sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Incoerência



Meus olhos não conseguiram ver
Toda a beleza que a primavera
Deixava florescer...
Cada flor que desbrochava
Deixava transparecer
O milagre da vida.
Tudo era cor, era brilho
Na natureza...
Mas o meu íntimo
Estava no mais completo alheamento,
Me tornando estranhamente incapaz
De sentir-me viva.
Há tanta vida reprimida,
Tantos sonhos esquecidos
Tantos planos desfeitos
Pela vida afora...
Eu não tive fé... eu devia ter acreditado
Em algo mais forte
Que os meus desejos, que
Foram relegados ao esquecimento.
Eu precisava saber agradecer por tudo
O que me vinha,
Ao invés da decepção
Por tudo que busquei em vão.
Mas é inútil,
Pois por mais que eu tente
Sei que jamais conseguirei ser grata
Por ter conseguido
Com as minhas tentativas infrutíferas
Apenas esquecer
De como se faz para viver
E não apenas existir...
É doloroso ser assim, sentir-me assim.

Um comentário:

Anônimo disse...

Q inspiração!