sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ainda Perdura


Minha memória ultimamente tem falhado
E há coisas que nem sempre consigo lembrar
Mas tudo o que tenho no peito guardado
Da minha memória eu não consigo apagar

As vezes quando eu estou pensando
Em tudo aquilo que tanto me fez sofrer
Sinto como essa dor vai aumentando
Ao lembrar de tudo que guardei de você

E mesmo não querendo ser assim
E desejosa de tanto mal esquecer
Eu sofro pois vejo que tudo enfim
Será insuficiente se só penso em você

E os anos vão passando e me fazendo ver
Que muita mágoa em mim ainda perdura
E sei que não vai adiantar nunca eu querer
Tirar da minha alma tanta dor e amargura

Gestos


Estou sozinha nas lembranças
E com a dor que em mim perpetuou
Perdi da vida toda a esperança
Apenas a saudade em mim ficou

Se foram todos os sonhos e ilusões
E todos os desejos ocultos da alma
Se perderam todas as minhas emoções
Nada me restou, nem mesmo a calma

A calma de um dia poder aceitar
Tudo o que a vida cruel me reservou
Perdi até o gosto de também pensar
Na beleza dessa nossa história de amor

E vagando entre os meus pensamentos
Querendo nas lembranças não reviver
Cada um dos nossos ardentes momentos
Tentando tirar de mim essa ânsia de você

Mas quando fecho os olhos ainda revejo
Essa grande ilusão que um dia eu perdi
A de tê-lo para saciar os meus desejos
E sentir outra vez tudo o que um dia vivi

E perdida entre tantas lembranças e desafetos
Continuo em verdade na busca de um dia poder
Sentir de novo cada um daqueles ousados gestos
Que um dia, espontâneamente os tive de você

terça-feira, 27 de julho de 2010

Círculos Fantasiosos


Vivo de tudo a me esconder
Aguardando por algo irreal
E também não quero que você
Perceba que tudo me é crucial

E assim me reservo sempre o direito
De nas sombras do tempo me ocultar
Já que mais nada me parece perfeito
Eu consigo assim de tudo me afastar

E olhando para trás finjo não ver
O que tanto eu insisti em conservar
E eu sei que foi por puro prazer
Que o tempo resolveu também me magoar

E vou descrevendo em círculos fantasiosos
O que da minha mente não consigo tirar
Se vai a juventude,fica os momentos ansiosos
E o receio da velhice que vejo quase chegar

Cada ano vivido nunca me trouxe paz
Não consigo ter ilusões no meu viver
E também nunca aceitei nem fui capaz
De tirar da minha vida tantos porquês

Amor Perdido


O que foi feito daquele teu olhar
Que por mim se incendiava de paixão
E que tantas vezes me fazia sonhar
Dando asas a minha imaginação?

Infelizmente no tempo se perdeu
Não resistiu as tempestades surgidas
Foi perdendo o brilho e arrefeceu
Deixando um vazio na minha vida

E tudo o que foi feito dos nossos sonhos
De todos os nossos planos e dos projetos
Soçobraram nos refolhos do meu olhar tristonho
E na indiferença de cada um dos meus gestos

Finalmente o que houve com aquele teu amor
E teus lábios tão sequiosos e enlouquecidos
Infelizmente não conseguiu sobreviver à dor
No final, tudo se resumiu a um amor perdido

Leviandade


Foram anos de espera
E ansiedade
Mas um dia tudo terminou
E na maior leviandade
Vi o tudo se fazer em nada
E o nada se perder
Nessa longa jornada

Nos resquícios se apagaram
Todo e qualquer vestígio
Não importando quantos choraram
Ou quem perdeu ou tenha ganhado
Já que hoje de mais nada há indícios

E percebo já não há muito a pensar
Menos ainda o que esquecer
Pois como poderia eu achar
Que o tudo que veio de você
Em algo eu conseguisse transformar
Sem que eu pudesse perder
A serenidade do meu olhar...

Sempre O Tempo


O tempo as vezes parece parar
Meditando busco por fortes razões
Mas nunca as consigo encontrar

E cada uma dessas parcas emoções
Se debatem e vejo que nada posso fazer
Para tornar mais suave essas sensações

E revejo em cada situação, apenas você
E padeço sem conseguir lhe alcançar
Pois eu nunca vou deixar de lhe querer

E vou da tristeza tentando me libertar
Perdida num tempo que em vão busco esquecer
Sabendo que em ti não mais vou me refugiar

E são nos momentos que me levam a você
Que ainda consigo por dentro sorrir
Mesmo que no tempo eu continue a me perder

E serão inúmeras as vezes que vou sentir
Do tempo raiva e com bem mais razão
Pois ele sempre me impede de ir e vir

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Não Esqueça De Mim


Não importa quanto tempo tenha passado
Mas eu sinto que algo posso te pedir, sim
Mesmo que te foste e nunca tenhas voltado
Eu apenas desejo que nunca esqueças de mim

Que eu nunca venha a ser em tua vida
Tão somente um simples esquecimento
Pois para quem um dia foi tão querida
Com certeza nunca fui um arrependimento

Que eu permaneça no recôndito do teu ser
Uma lembrança terna e também muito amada
Pois se de ti nunca conseguirei esquecer
Que do teu coração eu nunca seja apagada

Que mesmo distante consigamos olhar para trás
Sem nenhuma mágoa ou qualquer tipo de rancor
Pois só assim haveremos de por um pouco de paz
Repousando junto a esse inesquecível amor

Que recordemos sem nenhum sofrimento
Tudo o que um dia juntos pudemos viver
Pois sempre guardarei em meu pensamento
Tudo aquilo que possa recordar eu e você

terça-feira, 13 de julho de 2010

Maturidade


A idade vai avançando
Me trazendo grande desgosto
É que ela vem marcando
De rugas o meu rosto

E cada dia que vai passando
Aumenta mais o meu sofrer
Pois são dias que vão deixando
Mais nublado o meu amanhecer

O sol já não tem o mesmo calor
O mesmo tem se esfriado para mim
Foi a perca do meu próprio amor
Foi a dor que se fez enfim

O espelho há muito me incomoda
Ele tem sido cruel e insistente
E não percebe que a minha dor brota
Ao sentir meus sentimentos decadentes

Decadentes também meus pensamentos
Perdido em busca do que já passou
E em meio aos grandes contratempos
Sinto que pouco se foi,e muito ficou

domingo, 4 de julho de 2010

Agonia


A voz que meu peito silencia
É a mesma que com nostalgia
Me embriaga com sua magia
Ofuscando toda a minha alegria
Por saber que essa vida que eu vivia
Ela apenas existia
Nas cinzas que teimosa renascia...

E com amargura eu sofria
Toda a sorte de hipocrisia
Quando solitário meu coração sorvia
Todo o sofrimento que se fazia
Quando da imensa covardia
Que a vida me oferecia
Sem dó da minha agonia...

E já nada mais havia
Apenas a grande melancolia
Que comigo a tudo assistia
Pois ela num certo dia
Junto a mim se unia
Para viver sem nenhuma euforia
A essa tristeza que eu sabia
Ser tudo o que eu podia
Conservar na alma com primazia



Medos E Preconceitos


A silenciosa madrugada
Me encontra triste, cabisbaixa
Tão sofrida e calada
Com vontade de chorar

Quieta, vou revendo meus conceitos
Sofrendo meus próprios preconceitos
Sem querer a eles aceitar
E me enrosco nos braços do desassossego
Reprimindo meus arcanos e meus medos
E me ponho a chorar

Choro com o coração e com a alma
E em meio as tantas mágoas
Desato a soluçar
E sinto o abraço estreito
De todos os meus medos
E novamente os meus preconceitos
Não me permite mais sonhar

E me calo diante desse mundo
Que de um jeito tão profundo
Amarga mais e mais o meu viver
E vou arrastando comigo cada desejo
Cada sonho e também cada medo
De não mais conseguir me ver