quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Angustiante Apelo
Aquele olhar se repete em tudo
Ele sempre parece querer dizer
Sua garganta explode num grito mudo
Não me deixe te perder
O silêncio aflito a incomoda
Mas ele parece nem perceber
Para ele nada mais importa
O que a faz entristecer...
E o seu contínuo grito calado
Ecoa apenas em seu coração
Ele parece estar enfeitiçado
aumentando mais a sua aflição
Mas o grito abafado persiste
Mesmo permanecendo sem som
Ela chora, implorando e não desiste
Ele porém permanece no mesmo tom
E o grito calado dela insiste
Mas ele continua sem lhe entender
Essa indiferença a ela aflige
E chorando pede: Não me deixe te perder
Ele envolto em seu mundo
De pequenas ou grandes emoções
Não percebe o quanto de profundo
Há naquele apelo por atenções
Mas isto parece não interessá-lo
O mesmo continua sem retroceder
E com o coração sempre a desejá-lo
Repete infeliz: Não me deixe te perder
Entediado os olhos ele cerra
Ela vê o exício de sua vida acontecer
E numa turbulenta guerra
Sussurra: Não me deixe te perder
O apelo silencioso se vai distanciando
Dentro daquela alma algo vai morrendo
Os soluços desesperados vão calando
Algo em seu íntimo vai renascendo
A flor murcha parece reviver
E num suspiro fala enlevada
Não me deixe te perder
Não me deixe ser levada
E um último apelo se faz entender
Nessa alma que parece renovada
Eu não quero te perder
Eu não quero ser levada
E num breve suspiro se faz compreender
Ela já não tinha a alma enganada
E mesmo assim dizia: Não quero te perder
Chorando repetia: Não desejo ser levada
E como se nada fosse acontecer
Como se o tudo fosse um nada
Ele deixou tudo aquilo se perder
Ele deixou que ela fosse levada.
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