quinta-feira, 18 de setembro de 2008

É Tempo


O mar de sentimentos se agita

Aturdidas ondas se levantam

Se despedaçando nas pedras

Mas a dor já não grita

Os prazeres ainda a encantam

Nessa resistência de atleta

Para essa alma dantes tão sofrida

Há uma serena paz que a envolve

Não lhe permitindo mais sofrer

Nesse jogo um sentimento nobre

A faz despertar levando-a a correr

Para longe dos seus algozes

O mar se acalma,

As ondas deslizam mansamente

Não há mais turbilhão em sua alma

A saudade repousa novamente

Divinamente seu sorriso renasce

Demonstrando em seu olhar

Os mistérios ocultos

Seu salvo conduto

Nesse novo caminhar

É tarde!

É engano!

Ainda é tempo

De olhar o mundo

Um mundo profano

De prazeres insano

É cedo!

Nem tanto!

Possa eu mergulhar

Nesse imenso oceano

De ardentes arcanos

Ah! se pudesses ver

Bem mais que sentir

O que guardo no peito

Que explode em fagulhas

Na tua ausência do meu leito

É tempo! É chegada a hora

De fechar os olhos e ouvir

Dos corpos o sensual roçar

Dos lábios o tinir

Que sôfrego foge do relento

Que paira no obscuro canto

Do nosso quarto

A languidez me afaga

Nessa luz já quase baça

E as gotas que se espalham

E que não são de prantos

É a transpiração num aguardo

Que de início calma

Explode em mil cores

Desabrochando em fulgores

Ressoando na alma

Creptando em sabores

E suavemente ela retorna a calma

Aguardando lascivamente

O sugar do pólen Como o faz as abelhas

Nas flores

Não é tarde...

Não é cedo...

É chegado o tempo

De ouvir sussurros roucos

De desejos saciados

Nesse mundo louco

De sentimentos confusos

De corpos suados

E de amor profundo.

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