quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Melodia


Essa noite eu queria ver o tempo parar
E tranquila eu pudesse me fazer ouvir
E uma suave canção eu iria então cantar
Numa louca tentativa de me fazer sentir

E nessa melodia rica de sentimentos
Tentaria através da brisa te tocar
Fazendo-o reviver outros momentos
Onde teus toques conseguiam me encantar

Quisera que nada fosse interrompido
E apenas nossas mentes pudessem despertar
E como dantes, com gestos ousados e atrevidos
Voluptuosamente começasses então a me amar

E nessa loucura se perdesse todo o pudor
E apenas nós dois, um ao outro pudesse ouvir
E em toda insensatez desse nosso amor
Além de nós dois nada mais pudesse existir

E mais uma vez a noite se foi mas sem levar
A angústia desse tempo que no tempo não parou
E outra vez mais estive apenas a sonhar
Com mais uma realização dessa noite de amor

Uma Dúvida


Hoje, um vento forte sopra sem parar
Fecho os olhos e pareço ouvir sussurros
E sinto como se o vento quisesse me falar
Para que eu saia um pouco desse meu mundo

Me esforço mas percebo ser em vão insistir
Mesmo sabendo que a natureza quer me mostrar
Que nunca se deve das coisas boas desistir
Se não conseguirmos o rumo da nossa vida mudar

Então penso na paz que esse eólio me traz
E que muitas vezes me leva em algo pensar
Talvez eu pudesse quem sabe me sentir capaz
Se eu conseguisse parar um pouco de sonhar

Mas então uma dúvida logo me vem
E eu logo principio a tirar conclusões
Será que eu não conseguiria também
Dar novos rumos a essas minhas emoções?

Mas eu logo desisto dessa ideia absurda
Pois seria como matar sem dó o meu ideal
Eu nunca teria do destino nenhuma ajuda
E o meu viver seria muito mais banal

Não, eu não posso um preço tão alto pagar
Ainda que julguem ser para o meu bem
Pois ninguém me garante que não vives a sonhar
Desejando ao passado poder voltar também...

Aos Pequenos Indefesos


Ouço o suave gorjeio de um pássaro
E este parece estar muito feliz
O vejo saltitando entre os galhos
Me recriminando por me sentir infeliz

Naquele pássaro revejo outra imagem
Que o tempo nunca conseguiu desfazer
Uma pedra atirada levando vantagem
Fazendo um feliz pássaro morrer

Nunca consegui essa cena esquecer
Pois naquele momento venceu a maldade
Quando o pássaro talvez só quisesse comer
Mas uma mão infame cometeu uma atrocidade

Quantos animais indefesos têm perecido
Ante a mão miserável do seu agressor
Ou mesmo ante o olhar sem princípios
Que bem poderia ser um bondoso salvador

Mas o homem,quase sempre um ser perverso
E muitos dos quais até deveriam ser
Dessa maldade tão somente o inverso
Pois assim os pobres animais poderiam viver

E os animais de rua sempre tão só e indefesos
E sempre trazem no olhar mistura de amor e solidão
Se eu pudesse realizaria os seus desejos
Pois eles só querem amor um abrigo e salvação

Na Eternidade


Nessa fresca manhã de domingo
O que será que estás a fazer?
Não sei porque, mas eu pressinto
Que pensas no que fui pra você

As vezes é assim, nossos pensamentos
Nem sempre os conseguimos parar
Eles trazem à força alguns momentos
Que na verdade não gostaríamos de lembrar

Mas assim é a vida, nada podemos fazer
Quem sabe no amanhã encontres respostas
Que hoje persegues mas não consegues ter
E que talvez nem seja o que mais gostas

E se um dia quando tudo tiveres esquecido
E algo em tua memória de mim o faça lembrar
E se porventura nesse tempo eu já tiver partido
Não se queixe, pois foi maravilhoso te amar

E se nesse momento uma lágrima vier a cair
E as lembranças não te deixar me esquecer
Pense em tudo que fez esse amor existir
E que mesmo na eternidade estarei com você

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Tempo Perverso


Tenho medo de me olhar no espelho
E ver o estrago que o tempo já fez
Verei desbotado meus lindos cabelos
E o quanto aumentou a minha timidez

E o meu olhar que outrora foi tão sedutor
Há muito o brilho já perdeu isso o pressenti
Pois mesmo tendo conservando a beleza da cor
Mas o seu calor no tempo há muito eu perdi

E o meu corpo que sempre te encheu de desejos
O tempo tão perverso aos poucos o deformou
E desse tempo cada vez mais eu tenho medo
Pois receio um dia saber que meu sonho ele matou

Mas enquanto o pior não me acontece
Deixarei todos os meus fantasmas aprisionados
E se o tempo nada apagar a minha alma agradece
Principalmente o que nela eu tenho guardado

E são meus pensamentos que nunca me abandonam
É onde encontro vida para poder prosseguir
Os meus sentimentos eles mesmos comandam
E é nessa união que eu ainda consigo existir

Quando a Noite Cair


A madrugada mais uma vez se foi pela minha janela
Mas um suave perfume em meu quarto ficou
E como sempre a madrugada estava muito bela
Me fazendo esquecer o vazio dessa falta de amor

E por essa mesma janela vejo a manhã chegar
Ela traz consigo o brilho de mais um novo dia
Mas nem mesmo assim ela consegue me alegrar
Pois eu ainda tenho a alma envolta em agonia

E tudo por causa da sua ausência em meu viver
Que me deixa assim, tão abatida e tão infeliz
Mas eu tenho certeza que se eu encontrasse você
Verias que na tua presença meu olhar se contradiz

Talvez devido a força das lembranças que me vêm
E das quais não consigo me esforçar por acabar
Pois eu bem sei que são elas que a você também
Vez por outra lhe faz me encontrar no seu despertar

Porém bem mais tarde quando a noite por fim cair
E eu sentir que continuo cada vez mais sozinha
Abraçarei as lembranças que nunca deixam de existir
Pois elas fazem parte de uma vida que é só minha

Outra Vez Sonhando


Oi! A surpresa estampada em meu rosto
Revela que mesmo sendo algo tão desejado
Esse reencontro, no tempo havia perdido o gosto
Por isso estava tendo um desfecho inesperado

E foram longos anos de uma espera até paciente
Mesmo quando os minutos pareciam uma eternidade
E o tempo sempre impassível e bem mais inclemente
Nunca quis abreviar essa minha tão grande ansiedade

Mas hoje, aqui, debaixo dessa chuva tão fina
Onde eu brinco e me faço esquecida de tudo
Esse "oi" repentino me lembrou uma certa menina
Que em outros tempos te deixara quase mudo

E em todos esses anos de uma tão longa espera
De tantos desejos reprimidos e agonias sem fim
Eu julguei que seria diferente por ser uma quimera
Onde ela por certo te traria finalmente para mim

E perdida nesse mundo de fantasias e ansiedades
Lembro que já não me sinto como aquela menina
Pois o tempo com a sua indiferença e crueldade
Nesses anos transformou aquela lembrança em ferina

E mais uma vez aquele "oi" se faz ouvir
Me encolho toda entre feliz e muito inquieta
Mas nesse momento um vento num leve fremir
Entra sorrateiro pela minha janela e me desperta

Um Amor Verdadeiro


Eu queria saber quem foi que inventou
E deu vida a determinados sentimentos
Como a saudade, o ciúme e o desamor
Que se inicia com o distanciamento

É que a distância faz surgir a saudade
Que não precisa de uma longa permanência
Para aparecer o ciúme e este por maldade
Fará surgir o desamor, como consequência

São sentimentos mesquinhos bem se vê
Pois tirando a saudade, o que restou?
Ciúmes... que logo consegue antever
Que ao final só restará o desamor

Mas quando o amor é grande de fato
Ele consegue todos os obstáculos superar
Não se deixa envolver, nem crê em boatos
Nada que se tente o conseguirá acabar

Um amor forte e verdadeiro enfrenta tudo
E em qualquer dificuldade consegue vencer
Suporta saudades e jamais ficará mudo
Diante do que não deixará seu amor crescer

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Parcas Alegrias


Deixe que a minha alma fale
E contudo eu ainda me cale
E você possa um dia ler

Deixe que a minha alma chore
Que o meu coração implore
Pra você nunca me esquecer

Deixe que as minhas fantasias
Dê espaço as minhas parcas alegrias
Fazendo você as perceber

Deixa meu pensamento louco de saudade
Apagar da minha mente essa idade
Que insiste em aparecer

Deixa meu coração em disparada
Buscá-lo no silêncio das madrugadas
Querendo apenas se aquecer

Não ligue se tenho fértil a imaginação
Que vive alimentando a grande ilusão
De um dia ter de volta você

Esquece tudo que não consigo lembrar
Apenas lembres tudo que vivo a pensar
Pois essa tem sido a minha razão de viver

Pois esquecer nosso mais íntimo segredo
Seria como matar esse grande desejo
Que insiste de em mim permanecer

Diante De Mim


São milhares de vezes que tenho escutado
Uma voz saudosa sempre me chamando
E centenas de vezes vi um vulto parado
Dando a impressão de estar me esperando

Mas era com tristeza que eu sempre descobria
Que tudo não passava de pura imaginação
E mais uma vez, como sempre para minha agonia
A saudade crescia cada vez mais em meu coração

Um dia eu parei com o coração muito agitado
É que diante de mim eu vi você surgir
Mas eu logo percebi outra vez ter imaginado
Era fantasia da minha mente que vive a insistir

E emudeço envolvida pelos meus pensamentos
E como sempre sem mais nada conseguir entender
Me custa crer que todos os meus tormentos
A grande causa é essa grande obsessão de você

Será que algum dia eu verei isso terminar?
Receio porém que toda a minha vida será assim
Até quem sabe, quando um dia eu não mais acordar
Nesse dia então em tanto sofrimento porei um fim

domingo, 24 de outubro de 2010

Cruel Incerteza



Abortei um pensamento traiçoeiro
Para alívio dos esquecidos dias meus
Sempre tive o destino como mal companheiro
Pois ele foi cruel ao me separar dos dias teus

Quantas vezes apeguei-me a uma esperança vazia
De que a qualquer momento eu o veria voltar
E confesso, embora negasse, era o que eu queria
Para juntos podermos a nossa vida continuar

E até hoje, tanto tempo depois eu ainda penso
E mesmo continuando sem aceitar, devo admitir
Que embora mesmo sofrendo eu ainda entendo
Pior seria se o nosso amor deixasse de existir

É melhor viver assim, nessa cruel incerteza
De que o nosso amor jamais terminaria
Pois quem recebeu do seu amor tanta grandeza
Vê-lo acabar era algo que eu não suportaria

Um reencontro


Estou de volta ao meu mundo solitário
Onde me refugio sempre que algo me entristece
E vou desfiando minha vida como um rosário
Onde cada conta, indiferente a tudo permanece

E comparo o mar revolto à minha vida
Hoje porém, muito mais calma dá pra se ver
Mas eu tive do destino péssimas investidas
E foi assim que meu mundo criei sem perceber

E como uma ostra sempre fui me fechando
E quando dei por mim já era muito tarde
Os anos se passaram, a velhice foi chegando
E eu me revoltei contra o tempo, vil e covarde

Hoje a única coisa boa que me ainda resta fazer
É continuar em frente, mas sempre olhando pra trás
Pois eu sei que em qualquer dia desses, você
Numa esquina dessas da vida, surgirá mais audaz

E pensando nisso até imagino estar vendo
O que provavelmente irá então nos acontecer
Você de mim se aproximando e eu entendendo
Que minha mente conseguiu materializar você

Pois nós nunca deveremos de fato nos encontrar
É que isto seria com certeza fatal para mim
Esse reencontro seria o fim dessa vida de sonhar
O que certamente seria a morte de tudo para mim

A Cada Investida


Foi um gesto simples, bastante casual
Que durante minha viagem pude perceber
E mesmo sendo algo assim tão banal
Imediatamente eu me lembrei de você

E no tempo voltei, e logo muito de repente
Eu recoredei quando em nossos muitos momentos
Você, depois do amor me falava simplesmente
Que eu nunca seria na sua vida esquecimento

E ficavas me olhando com tanta paixão
Que eu me senti muitas vezes pequenina
Diante da força que saía do seu coração
Ao me tocar como se eu fosse uma menina

E durante toda a minha vida tem sido assim
Em tudo sempre estou ansiosa lhe buscando
E a cada investida sinto que só dentro de mim
É único lugar onde continuarei lhe encontrando

E eu sei que nunca será de outra maneira
Pois eu sempre continuarei a lhe buscar
E esta não será a primeira vez nem a derradeira
Pois o meu coração em sua busca irá continuar

Dentro De Mim



O que será que estás fazendo
Agora nesse momento
Tão distante de mim?

Como será que passas teus dias?
Provavelmente em constantes alegrias
Sem sequer lembrar de mim...

Ou talvez teu pensamento me procura
Aí sentes então na boca uma amargura
Despertando saudades de mim...

Ou ainda quando na madrugada
Despertando para o amor tens a alma calada
Relembrando quando tinhas a mim...

Só que isso não importa para a minha solidão
Pois o que guardo no profundo do meu coração
É algo que ainda fala alto dentro de mim...

E tanto os teus dias quanto os meus
Só mesmo para nós que essa história viveu
Entendemos... Meus dias sem ti e teus dias sem mim...

Quando a Morte Me Levar


Não sei por que não consigo aceitar
Que a vida é bem mais que ilusão
Seria até bem mais fácil encarar
Da vida, a grande falta de atenção

Desde cedo perdi-me em fantasias
E nunca consegui por um minuto esquecer
Que os momentos de perfeitas alegrias
Os vivi quando tinha na minha vida você

Mas o tempo passou e eu não percebi
Que no passado eu simplesmente havia ficado
Embora eu saiba que muitas emoções vivi
Mas o meu coração não conseguiu ser marcado

Talvez amanhã eu ainda consiga perceber
Que a vida é muito mais do que se quer
Até penso que não é por não ter mais você
Que não consigo fazê-la melhor do que é

E mesmo achando quase impossível tentarei
Dessas amarras um dia ainda me livrar
Eu até acho que provavelmente não conseguirei
Pois isso só acontecerá quando a morte me levar

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Hesitei


Se meu mundo eu pudesse transformar
E novamente eu viesse a nascer
O único verbo que eu não iria conjugar
Seria o de amar para sempre você

Eu só queria para mim muitas alegrias
Mesmo que eu fosse viver sozinha
Com certeza sofrimentos eu desconheceria
Mas eu viveria uma vida somente minha

As noites eu teria para me embalar
E as madrugadas para velar o meu sono
Nada iria a minha vida perturbar
Pois eu acredito que não haveria como

Mas eu sei que isto jamais irá acontecer
E embora pareça impossível tudo mudar
Garanto que o único impecilho seria você
E esse grande amor que só falta me matar

Pois eu sei que eu poderia nascer mil vezes
Que receio que nada seria então diferente
Para isso acontecer é preciso que se deseje
Mas seria o mesmo que morrer lentamente

Estás impregnado em todo o meu ser
E penso que será sempre assim infelizmente
Nada há que me faça desistir de você
Mesmo que para você seja tudo indiferente

E sempre lamentarei por tudo isso bem sei
Pois é algo que nunca haverás de compreender
Pois cada momento que na vida hesitei
Foi tentando evitar o que um dia vi acontecer

Infelizmente


Estou sofrendo como sempre
Mas não consigo mais aceitar
É porque ninguém me entende
E prefiro mais nada falar

São tantas atitudes estranhas
Que cometem sem nenhum pudor
Mas parecem presos em artimanhas
E bem mais nas garras do desamor

Eu queria olhar a minha volta e ver
Um mundo bem diferente desse aqui
Onde ninguém pudesse perceber
As dificuldades que sinto em existir

Quisera que numa hora dessas qualquer
Eu me sentisse como uma inocente criança
Esquecendo os meus problemas de mulher
Tendo em vista apenas o raiar da esperança

Mas infelizmente as coisas não são assim
E é quase sempre que nos chocamos ao presenciar
A falta de compreensão e o desamor pondo um fim
Em tudo aquilo que nós conseguimos conquistar

Imaginem


O que mais fazemos na vida
Sem dúvida nenhuma é murmurar
As vezes por razões descabidas
Mas sempre estamos a reclamar

Nunca paramos pra prestar atenção
Para o que acontece ao nosso redor
Temos sempre fechado o coração
Sem pensar que poderia ser pior

E se parássemos para tentar observar
Algo que realmente nos fizesse entender
Que um alguém pode estar de nós a precisar
Basta que liberemos o coração para ele ver

Mas o egoísmo sempre fala mais alto
E não adianta desculpas querer arranjar
O que temos na verdade é um coração ingrato
Achando que somente nós podemos precisar

Imaginem se Deus fosse assim como nós
Dificilmente conseguiríamos vitória
Mas Ele é um Ser que não nos deixa sós
Não importando o enredo da nossa história

Bendito seja todo aquele que connsegue
Alcançar de Deus a sua misericórdia
Pois se há algo que o mal nunca se atreve
É desafiar o grande clarão da glória

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Com Dignidade


Essas lágrimas que insistem em cair
Tem me deixado muito angustiada
Não encontro motivo nenhum pra sorrir
Mesmo que em nada eu seja culpada

Nem sei porque tem de acontecer comigo
Nunca consigo estar realmente em paz
E mesmo em meio as dificuldades prossigo
Só não devo me sentir assim... Incapaz

Estranhamente tudo surge nesse momento
Quando as preocupações mas têm se avolumado
E não sei como lutar contra os acontecimentos
O bom mesmo seria se tudo já tivesse acabado

Não entendo porque as pessoas agem dessa forma
as vezes parecem sentir prazer em perturbar
Os princípios éticos deveriam ser normas
Onde todos pudessem uns aos outros respeitar

Talvez não houvesse tantos constrangimentos
Quando cada um cumprisse com sua obrigação
Nos poupando assim de fartos aborrecimentos
Encontrando uma forma digna de chamar a atenção

Pouco Caso


Hoje é um dia bastante comum
Desses que a gente sabe precisar
Mas sem querer merecimento nenhum
Hoje é meu dia, vou querer festejar

E sem nenhuma razão aparente
Meu pensamento escapou-me e foi buscar
Algo que sempre me foi indiferente
O desejo de meu aniversário comemorar

Mas aí descobrimos e nunca por acaso
Que o tempo cruel está a nos trair
E a idade chegando nos faz pouco caso
E muitas coisas pra nós deixa de existir

E é sempre assim que vejo essas datas
Que na verdade não me traz alegrias
E sei que inúmeras vezes sou ingrata
E quase sempre na mais lenta agonia

Pincel E Caneta


Nossas almas pela sensibilidade estão unidas
Por algo que temos em comum, pode acreditar
Pois com o pincel aos sentimentos dás vidas
Já eu com a caneta deixo a minha alma chorar

Na tela deixas extravasar os muitos fantasmas
E de uma maneira muito perfeita bem se pode ver
Eu com as palavras sempre dou aos sentimentos alma
E muito mais quando eles falam ou lembram você

E nesse dueto quase tão perfeito há uma sintonia
Que por nós nunca foi descoberto e nem sei a razão
Mas sempre tivesses alma e espírito em harmonia
Talvez seja por isso,que no que fazes há perfeição

Enquanto que eu resignada sucumbo às muitas agonias
Que tem ao longo dos anos ferido sem dó meu coração
Vai ver que deixei que levasses toda a minha alegria
E hoje eu amargo sem piedade toda essa minha solidão

Mas realmente não é disso que hoje quero falar
Quero apenas comentar o que me chamou à atenção
É a coincidência de pela arte conseguirmos mostrar
O que guardamos no mais profundo do nosso coração

Silencioso Pranto


Eu devia estar me sentindo muito feliz
Até mesmo completamente realizada
Mas algo dentro de mim apenas me diz
Que a minha alma continua amargurada

E mesmo sendo hoje um dia tão festivo
Desses que a muitos faria perder o sono
Porém o meu coração está muito entristecido
Ele se perde nas lembranças dos muitos anos

E esse sorriso que em meus lábios se vê
Calmamente vem a todos aqui dentro enganar
E nenhum dos presentes consegue perceber
O silencioso pranto que estou a derramar

Eu sei que nenhum deles conseguiria entender
Que essa silenciosa dor que em mim persiste
É apenas por essa triste ausência de você
Embora eu saiba que você para todos existe

Como eu sei que também existes dentro de mim
Pois as lembranças vivas não me deixam esquecer
Que essa história poderia ter tido um outro fim
Numa união mais que perfeita entre eu e você

Talvez Eu Consiga


Nesse momento, tendo os olhos fechados
Sinto a suavidade do vento me tocar
E me entristeço, com o coração magoado
Pois sei que da vida nada mais posso esperar

E quando abro os olhos ainda percebo
O quanto tem sido doloroso o meu despertar
E eu sei que tudo o que hoje escrevo
É também muito difícil de alguém aceitar

Mas continuarei assim por mais um tempo
Até que a vida resolva para mim se fechar
Até meus lamentos se perderão no vento
Mas talvez eu consiga finalmente descansar

E muitos por certo se lembrarão de mim
E em tudo que um dia eu representei
Mas terei como por nessa história um fim
Pois isso foi algo que eu sempre esperei

Mesmo inconformada com o fim da minha história
Deixarei quando nesse dia eu finalmente partir
Cada uma das palavras gravadas, como uma glória
Pois eu sei que isso ninguém poderá destruir

E para quem quiser lembrar-me será muito fácil
E para esquecer-me talvez seja melhor ainda
Para lembrar-se basta buscar em cada espaço
Dessa nossa história para mim tão infinda

Para esquecer-me basta matar os sentimentos
Que um dia talvez por acaso nutriram por mim
Esquecendo também todo e qualquer ressentimento
Pois se deixarmos nisso o tempo consegue por um fim

Em Que Pensar


Nessa minha indiferença tão sentida
Sempre vou tentando de todos esconder
E se me faço tantas vezes de esquecida
É querendo não lembrar mais de você

Mas eu sei que é inútil toda tentativa
De não querer lembrar o que só me faz viver
E quem sabe, talvez um dia eu ainda consiga
Matar todas as lembranças que lembram você

Porém um dia quando eu menos esperar
Breve... Daqui deixarei de fazer parte
Mas tentarei de modo solitário lhe falar
Quem sabe quando estiveres fazendo sua arte

E perceberás que se quiseres ainda vivo
E o meu jeito simples de ser lembrada nessa vida
Seja talvez num simples traços ou mesmo rabiscos
Ou mesmo numa paisagem outonal mais esquecida

Mas a forma mais perfeita e mais latente
Para de mim você poder sempre lembrar
Serão nos versos que estarão sempre presente
Que dará à sua imaginação algo em que pensar

A Verdade De Uma Solidão



Uma Homenagem A Um Certo Pintor

Eu vi um quadro que me chamou a atenção
Sem dúvida o pintor nos detalhes escondia
Um momento talvez de maior reflexão
Ou quem sabe um instante de melancolia

Sobre a mesa,num canto de uma sala qualquer
Um violino recostado na parede, esquecido
Ao lado um jarro florido,lembrando uma mulher
Que por certo um dia perturbou-lhe os sentidos

A solidão que retrata este quadro
É bem mais que um violino esquecido
Nessa paisagem eu vejo o que escondo
Algo que na alma eu tenho parecido

Em cada cor das flores vejo uma esperança
Que dá alento aos queixumes escondidos
Daqueles que nunca se tem quando criança
Pois só aos adultos perturba o proibido

E essas cores deixam o ambiente taciturno
Talvez desejando camuflar o que eu penso ver
Mas na realidade esse por certo é um mundo
Que só pertence acredito, unicamente a você

E me parece ter sido feito num momento de solidão
Desses que a alma em vão tenta do pintor esconder
Mas seja lá o que for que tenha dito seu coração
Isto é um algo que nunca teremos então como saber

Mas a beleza escondida entre todas essas cores
Revela ao bom observador algo bem mais profundo
Talvez sejam as saudades de momentos interiores
Ou de algo que inquieta esse seu esquecido mundo

Mas eu sei que nem sempre se consegue entender
A verdade que um pintor conseguiu retratar
Talvez seja tudo aquilo que um dia você
Num mundo solitário conseguiu resguardar

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dentro De Mim


Triste eu caminhava lentamente
Sempre levada pelas muitas recordações
E percebi que em meio a tanta gente
Nada havia que representasse emoções

E me pergunto sem conseguir entender
A resposta que traz a minha mente
Pois ela me mostra que se não tenho você
Nunca terei como ser feliz completamente

Nem como farei para achar beleza no que vejo
Pois em meio a tudo, apenas o que eu sinto
Despertará na minha alma como um lampejo
O tudo que de todos escondo e ainda minto

Minto até mesmo para mim e isso já notei
Nessa minha indiferença muito pouco fugaz
Minto porque eu há muito também já sei
Que só mentindo,de melhor fingir serei capaz

Minto por mim e até por ti... Confesso
E de tanto mentir as vezes até eu acredito
Que essa história que no passado encerro
No presente eu sinto que por ela ainda vivo

E não importa a forma que eu um dia escolhi
Para viver essa loucura que nunca tem fim
Pois com a ajuda do destino um dia decidi
Não deixar essa história morrer dentro de mim

Nossas Vidas


A vida, muitas vezes por dó
Nos presenteia de forma diferente
Tentando não nos deixar tão só
Mesmo que tudo nos seja indiferente

E assim também por capricho procura
Alegrar nossas vidas com outras emoções
Mas aquela sensação perfeita e pura
Se encontra guardada em nossos corações

Naqueles momentos um dia por nós vividos
E dos quais por alguma razão a gente perdeu
Talvez por uma outra emoção fomos preteridos
Ou quem sabe foi algum vendaval que aconteceu

Mas não importa de fato qual foi a razão
Que um dia a vida te levou de mim
E junto se foi também a mais pura emoção
Que juntos vivemos e acredito jamais terá fim

Por certo um dia ao olhares para trás sentirás
O quanto foi marcante o que nos aconteceu
E será nessa saudade imensa que te obrigarás
A perceber que tudo o que vivemos não morreu

E nesse momento ao refletir sentirás também
Que essa paixão foi no tempo mal resolvida
E o teu pensamento por certo irá bem mais além
Ao ver que mudaste o percurso de nossas vidas

Eu E Você


Cada vez que olho um entardecer
Percebo como vai ficando distante
O momento d'eu me encontrar com você
O que deixa tudo tão mais inquietante

Você, que durante tanto tempo foi para mim
A maior razão dessa minha grande espera
Uma espera que sinto nunca terá fim
Ainda mais que nunca deixei de ser o que era

Fui o primeiro e grande amor da sua vida
E sei que até hoje não consegues esquecer
Eu fui o seu tudo de forma mais precisa
Eu já fui a grande razão do seu viver

Talvez quando vês a tarde melancólica morrendo
Pensa em tudo quanto vivemos num entardecer
O mar calmo, a praia deserta e nós vivendo
Um momento de desejos onde tudo podia acontecer

E são nessas horas que mais saudades eu sinto
E creia que por mais que pensemos esquecer
Talvez hoje compreendas que em nada eu minto
Sempre que penso em tudo que foi eu e você

Nunca Saberemos


Nas lembranças as vezes eu penso
Como seria a nossa vida agora
Se tivesse sido diferente o momento
Se nada tivesse acontecido naquela hora

Como estaríamos vivendo nossas vidas
Se assim como hoje nós estamos
Cada um com a sua história as vezes fingida
Uma vida bem diferente daquela que pensamos

Ou será que vivendo como um dia sonhamos
Numa feliz jornada sempre em harmonia
Uma vida onde um dia juntos criamos
Para a consumação das nossas alegrias

Nunca saberemos como realmente tudo seria
Pois não lutamos o suficiente para defender
A maior razão de todas as nossas fantasias
Essa cumplicidade que havia entre eu e você

Mas bem sei que os nossos fiéis pensamentos
No espaço se encontram vez por outra
E sentimos das lembranças os despertamentos
Como o fazes quando lês o que escrevo agora

Uma Vida A Dois


Como acontece em todo conto de fadas
Imaginei para nós algo muito profundo
Porém como em toda história mal contada
Não previ que nós não ficaríamos juntos

E quem conta uma história acrescenta um ponto
A nossa infelizmente foi bem mais além
O destino conseguiu transformá-la em um conto
Onde os desencontros mais desencontros provem

Me mostraste o melhor de uma vida a dois
Impregnando com teu cheiro meu corpo e alma
Para sem pensar, algum tempo depois
Sair da minha vida e levando a minha calma

Até que levaste pouco de mim, se percebe
Pois com certeza muito foi o que em mim ficou
É que deixaste dor, saudade e isto não se deve
Já que te foste levando o melhor desse amor

E já nem sei se perdoar isto eu consigo
Pois sofrer por amor não chega a ser fatal
O eu que não perdoei do que fizeste comigo
Foi deixares tuas lembranças como algo banal

Talvez Um Dia


Nos braços da saudade eu me refugiei
Tentando entender o que nos aconteceu
Talvez um dia eu perceba o quanto me enganei
Querendo dar vida ao que na vida já morreu

E quando isto finalmente acontecer
Verei que o tempo nem foi tão mal assim
Pois ele apenas me fez assim entender
Que tudo isto já devia ter tido um fim

Mas é muito difícil pra eu aceitar
O que o destino insiste em me fazer ver
Pois, por mais que eu não queira acreditar
Toda minha infelicidade provem de você

Infelicidade por não fazê-lo entender
Que nenhum bem esse amor me traria
Pois nunca que ao mundo, um dia você
Assumiria ser eu o ápice da sua alegria

E para você foi bem mais fácil se vê
Deixar que eu mergulhasse nessa imensa dor
Porém o que mais dói é saber que você
Foi um fraco, não lutando por nosso amor

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Único Alento


Um grande sonho estou realizando
Mas o que fazer com os que não consegui
Continuarei em surdina com eles sonhando
Ou adormece-los fingindo que os esqueci

Mas se continuo com eles sonhando terei forças
Para acalentá-los sem contudo os esquecer
Pois com certeza eu seria muito mais louca
Se os podasse não os deixando florescer

Então eu teria a minha vida transformada
E entre tristezas e mágoas eu me afogaria
Pois como eu poderia esquecer o quanto fui amada
Se isto mataria de vez a fonte da minha alegria

Não se deve nunca sufocar os sonhos e as verdades
Destruindo razões e limitando os sentimentos
Seria até cruel cometer mais esse ato de maldade
Com que se contenta em viver apenas de fingimentos

Não... Não se deve nunca cometer insanidades
Em nome talvez de uma grande alienação
Ainda consigo abrigar meus sonhos da mocidade
Único alento para esse meu tão sofrido coração

Como Uma Sombra


As vezes me sinto vazia de sentimentos
E sei que em vão luto para isso mudar
Mas também sei que a culpa desse tormento
Foi essa loucura que então chamei de amar

E como uma sombra que vagueia à toa
Perdida num pensamento que se contradiz
E como uma velha canção que já não se entoa
Entristecida vejo o muito que da vida perdi

Perdi a chance de poder ser realmente feliz
Pois a minha felicidade era somente viver
A mais bela história que um dia eu quis
Dividir por inteiro somente com você

Poder pelas manhãs abrir os olhos e ver
Você ao meu lado tranquilo a dormir
E sem dar ao tempo a chance de perceber
Que os anos a nossa convivência ia resumir

Mas quando isto acontecesse um dia
Teríamos vivido de tal forma nosso amor
Que restaria sempre uma grande alegria
Que dessa separação sucumbiria toda dor

Conto De Amor


Não participo das tuas alegrias
Nem tão pouco dos teus anseios
Talvez por isso eu vivo essa agonia
De não fazer parte dos teus enleios

E uma luta constante se trava em mim
Por ser hoje da sua vida um ponto qualquer
E nisso eu nunca consigo por um fim
Pois sei que não fui apenas mais uma mulher

Mais uma que tenha apenas passado em sua vida
É que eu sei que nenhuma outra tanto lhe marcou
Já que fizeste da mulher inocente uma atrevida
Na mais bela e ousada forma que existe no amor

Porém por hoje eu só queria ter a certeza
Em que lugar da alma você me guardou
Pois nossos momentos foram de grande beleza
Na plenitude que foi o nosso conto de amor

E por mais que queiras sei ser em vão
Tentar olvidar o que entre nós existiu
Nunca conseguirás apagar do seu coração
Essa história que só ao tempo resistiu

Ausência De Você



As vezes sinto a minha mente vagando
Em busca do tudo que um dia perdeu
E cada dia o desejo vai aumentando
De não aceitar que isso tudo já morreu

E se misturam em agonia os sentimentos
Corpo, alma, pensamento e também o coração
Tudo contribui para um maior sofrimento
Que sempre tento enterrá-los, mas é em vão

E nada do que faço tem conseguido mudar
As muitas contradições que guardo no peito
Mas eu sei que se um dia o visse retornar
Perceberia então ser esse o único jeito

Será esta a forma que ainda existe
Para que eu pare de tanto sofrer
Pois a cada dia que esse desejo persiste
Eu sei que é apenas pela ausência de você

Do Que Restou


Tantas vezes eu já me perguntei
O que é que hoje eu sou sem você
E a resposta que veio nem acreditei
Muito melhor seria de nada eu saber

É que pouco eu fiz ao longo do tempo
Para tentar minha situação modificar
E até hoje eu nada realmente acrescento
Para mudar o que de tudo ainda restar

E nenhum desejo surge para algo mudar
Já que essa mudança que eu preciso
Está mais no sentir do que no falar
E isto é algo que eu nunca consigo

E já a ninguém importa quem eu sou
Ou o que tenho feito para viver
Pois eu ainda vivo do que restou
Dessa longa história entre eu e você

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Em Você


Meus pensamentos sempre estão vagando
Em busca de novas e perfeitas sensações
E a minha alma ao tempo sempre mendigando
Por mais um pouco de verdadeiras emoções

E me embriago num louco e interminável prazer
Onde vou tentando minhas ansiedades afogar
Em sonhos sinto se aproximando de mim, você
E os meus desejos vou sentindo-os aflorar

E mergulho nessa sensação tão desejada
E ouço sussurros que parecem enlouquecer-me
E carinhosamente sinto-me bem mais amada
E o seu corpo afogueado vem aquecer-me

Mas eis que uma dor aguda e traiçoeira
Vem aos poucos tomando conta do meu ser
E quase como uma gostosa brincadeira
Me vi lascivamente enroscando-me em você

E uma explosão de loucuras sem fim
Parece me asfixiar sem piedade
E tudo parece queimar dentro de mim
Então desperto dos sonhos para a realidade

Falsas Alegrias


A minha vida mudou,e foi de tal forma
Que as vezes nem me sinto ser eu
Pois eu nunca esperei que fosse dar certo
Quando para mim no tempo tudo já morreu
E era tanta a minha agonia
Que eu achava que qualquer alegria
Nunca mais sentido para mim faria
Desde que o meu mundo escureceu

E continuei a sonhar com o meu ontem
Mas sempre o meu hoje eu rejeitava
Receando o que viria do meu amanhã
Pois momentos bons eu nunca esperava
E fui me acostumando a ingrata solidão
E quase nada ficara em meu coração
Que não fosse puramente ilusão
Pois nem mesmo sonhar me restava

E a cada novo dia que ia surgindo
Eu via minhas esperanças a definhar
E nada acontecia que me servisse de consolo
E como mais nada da vida eu podia esperar
Agarrei-me a um mundo de falsas alegrias
Onde a unica verdade eram as agonias
Já que para tudo eu apenas fingia
Tentando com resignação a tudo suportar

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Nem Mesmo O Tempo


Fui apanhada pela teia dos sonhos
E sem resistência a você me entreguei
Mas um dia descobri não querer lutar
E por não valer a pena nada questionei.
Perdi por não saber compreender
Que tudo que eu mais queria era você
E na minha ingenuidade não senti que ia perder
O que na minha vida eu mais desejei

Foram tantas horas a tua espera,
Mas eu sempre me contive sem demonstrar
Que os dias se arrastavam, e eram lentos
Até que eu visse você chegar...
Mas eu nunca soube me fazer entender,
E mostrar que o que eu mais queria era você
Mas aos poucos eu pude então perceber
Que o seu amor já começava a murchar

E mais uma vez eu nada soube dizer
Nada eu fazia para poder lhe mostrar
Que aquela situação era difícil para mim.
E continuei sem nada conseguir falar
E hoje como ontem ainda agonizo
No meio dessa dor que eu tanto martirizo,
Mas se nem de pensar eu desisto
É por saber ser em vão dela querer me livrar

E pela vida à fora sempre lembrarei
De cada momento vivido por nós
E por certo também carregas teu martírio
Pois mesmo que não estejamos sós
Esquecer-me eu sei que jamais conseguirás
E em muitos momentos também lamentarás
Que tudo que deixamos para trás
Nem mesmo o tempo destrói

Uma Nova História


Eis que mais uma vez me encontro sozinha
Sempre pensando na vida, mesmo sem querer
E percebo que indiferente minha vida caminha
E eu me sinto muito mais, pois continuo sem você

E foi nessa tarde que com muita surpresa
Um alguém inesperadamente a minha porta bateu
E foi com a alma um tanto quanto indefesa
Que eu ouvi falar em você e tudo que nos aconteceu

E fingindo indiferença escutei a tudo sorridente
Mas por dentro a minha alma entristecida chorava
E vejo o quanto a vida pode ser fria e inclemente
E continuei a ouvir tudo quanto nos recordava

E foi sem querer que voltei no nosso tempo
E em tudo aquilo que eu nunca consegui esquecer
Por dentro, senti o meu coração em chamas ardendo
Por todas as fortes lembranças que fiquei de você

E continuei fingindo indiferença por tudo que ouvi
Mas deixei preso na garganta um grito calado
Pois todos ignoram que eu nunca desisti
De poder viver uma nova história ao teu lado

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Tempo É Tão Pouco

Ao Casal Flávia e Breno


São tantas histórias que eu ouço
As vezes são entre si bem diferentes
Tem umas que até nos dá desgostos
Mas já há outras que nos deixa contentes

Hoje escutei uma história que me deixou
De certa forma, até um pouco entristecida
Uma história que ainda não despertou
Esse casal que está a perder tempo na vida

Pois tanto a Flávia quanto o jovem Breno
Estão deixando passar o melhor da vida, sem razão
E embora seja uma situação que eu até entendo
É que eles não estão deixando falar a voz do coração

Breno e Flávia... Não permitam que o tempo destrua
Esse amor que na verdade tem tudo para dar certo
Juntos, desafiem o mundo e deixem que a vida construa
O que na verdade o destino já tem como decreto

O tempo é tão pouco para um amor se viver
E essa história que pertence apenas a vocês
Não creio que irão permitir a vida desdizer
O que o destino tão bondosamente já fez

Acredito que não foi à toa que se conheceram
Pois isso com certeza é coisa do destino
Não esperem para dizer que um dia viveram...
Mas que juntos vocês vivem um amor infindo

A Distância


Olhando para dentro de mim
Vejo que quase nada restou
E de toda aquela alegria enfim
Apenas a saudade em mim ficou

Saudade de cada toque que vi crescer
E como labareda pelo meu corpo crepitava
E eu, inocente não conseguia perceber
Que era o seu sinal que em mim deixavas

Hoje, que tanto tempo de tudo já passou
Ainda sinto a languidez do teu toque
E de todas as marcas que em mim ficou
A que mais me atormenta foi a mais torpe

Te entregaste para mim sem nenhuma reserva
Talvez por isso me foi tão difícil aceitar
Pois para quem não mediu suas entregas
Foi com certeza por viver só para me amar

Mas deixaste a distância nos separar
E nem percebeste o que tanto me afligia
E depois que me ensinaste a te amar
Não tinhas o direito de levar minha alegria

Te foste sozinho mas não me deixasse só
Algo visível ficou para eu não esquecer
Que de tudo o que restou,o meu bem maior
Foi com certeza ter podido te pertencer

Hoje


Eis que o dia se aproxima finalmente
Mas eu sei que perfeito não haverá de ser
Pois eu sei que em meio a tanta gente
Faltará para mim o principal que será você

Você, que sem querer a tudo isso iniciou
Pois foi a partir de você que algo nasceu
E eu lembro que a vida me confidenciou
Que o maior de tudo ainda não aconteceu

E numa existência tão ausente de afetos
Numa vida tão cheia de tantas amarguras
Eu nada tinha de mais puro e concreto
Que não fosse a lembrança de uma criatura

Criatura esta que me encheu de amor
E se foi levado pelo vento do acaso
E eu sei que a causa da minha dor
É a saudade constante dos seus abraços

E esse aconchego lascivo do seu corpo tão meu
Restou para mim apenas sua ausência tão doída
E os muitos encantos adormecidos do seu eu
Essa minha dor muito mais me martiriza

Eu sei que essas lembranças são apenas minhas
E essa dor tão mesquinha com certeza também
Mas sabemos que essa saudade também a tinhas
Mas bem sabes que esquecemos de matá-la porém

E hoje eu ainda dou vida a esse enredo
Que o nosso sono muitas vezes tirou
Mas ainda te confesso um pequeno segredo
E hoje eu ainda espero reviver esse amor