domingo, 30 de dezembro de 2012

APENAS EM MINHAS QUIMERAS


Mais uma vez estou me sentindo muito inquieta
Minha alma chora, enquantos meus lábios estão a sorrir
Meu pensamento tumultuado já não me desperta
Como alienada, sentimentos contraditórios volto a sentir...

E meu corpo tão cansado  parece não querer entender
Da mesma forma que eu também já não consigo...
Embora eu saiba que tudo isso é a grande falta de você
Pois eu estava vivendo um grande momento... Meu amigo

Se soubesses dos dias de tristezas e tardes modorrentas
Que parecem me asfixiar, embora sem nenhuma pretensão
Talvez assim eu perceba que não trago a alma pachorrenta
Nem esqueço como dói essa saudade que invade meu coração

O ano está findando... Mas pra mim há algum tempo teve fim
Nem mesmo sinto o palpitar da bela e perfumosa primavera
Eu sinto como se apenas o outono existisse para mim...
Beleza? doçura? Talvez quem sabe... Apens em minhas quimeras!




DA JANELA DA MINHA ALMA



As estradas da minha vida
São cheias de brilho e cores
Nelas as alegrias são sentidas
De forma plena e sem dores.

Da janela da minha alma contemplo
Uma imensidão de campo florido
E o melhor de mim acode meu senso
E sinto  saudades dos meus amigos

E nesse percurso tão belo e tão meu
Me lanço à vida sem medos e receios
E sorrio ante o meu encantador apogeu
Daquele momento que ainda não veio

Nem sei se existe um momento certo
Embora o meu caminhar me pareça perfeito
Pois mesmo  fingindo... Ainda empresto
Um toque de mistério a esse meu jeito

Agora... A janela da minha alma se fecha
E olhando para dentro de mim  eu percebo
Que querer ou sonhar apenas me deixa
Ver diante de um espelho os meus medos

Pois  é bem outra a minha realidade
São poucos os motivos para viver a sorrir
E não por causa da minha idade
É por ver tanta maldade existir

Ser feliz  me parece mais um mito
Não importa  qual seja a condição
Não devo ser feliz apenas porque existo
Pra se sentir feliz é preciso ter puro o coração

Como poderei me sentir bem ou feliz
Se ao meu lado só vejo desgraças e horror
Isso nunca foi o que eu mais desejei ou quis
Eu só queria ver entre nós um pouco de amor

Ser de fato feliz é algo que não consigo
Sempre haverá um olhar  de tristeza ou dor
Que sempre me acompanhará... E ainda digo
Que a quantidade de espinhos é mais do que de flor

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

ERA O NOSSO MUNDO


Mais um dia se passou
E mais uma noite também
E as lembranças que me atordoam
Levam meus pensamentos além
São tantas coisas perdidas
Que encerravam uma vida
Mesmo que fossem atrevidas
Mas era o nosso mundo meu bem.

E quando a melancolia me chega
As lembranças parecem me enlouquecer
Pois até mesmo na brisa que sopra
Meu corpo trêmulo vais buscando você
E nessas muitas recordações atordoantes
Outros momentos bem mais aconchegantes
Insiste em me mostrar que o meu antes
Foi menos importante... Não existias em meu viver

E assim me sinto levada por tudo
Que um dia pudemos sentir
Os sentimentos em mim, por você valorizei
E isso bem antes de você partir
Pois a vida sem permissão deixou-me sem ar
Levando-o de mim, vi meu novo mundo acabar
Através das lágrimas que caem, o vejo chegar
Mas é apenas a minha vontade de tê-lo aqui 

Nesses sonhos que me entorpecem, nada faz sentido
Já que você se foi, mas não por sua vontade
A vida assim decidiu, pondo em tudo um fim
Se cobriu de flores nossa bela amizade
O mais doloroso é que nunca mais poderei lhe ouvir
Só mesmo em pensamentos ainda voltarei a lhe sentir
E continuar lembrando-o sempre nesse meu triste existir
Buscando-o sempre dentro da minha melhor saudade







quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

OLHANDO A VIDA



Pensando na mulher amarga que eu me tornei
Descobri desolada que grande culpa me coube
Pois inconscientemente toda essa desgraça busquei
É que por mais que eu tentasse...Amar-te eu nunca soube

Eu sempre estive presa num tempo que como louca amei
Atraída por sonhos que não passavam de pesadelos
A vida me presenteou com um amor que não enxerguei
E assim fui transformando minha vida em rudes desvelos

Como uma cega amei o que não mais me pertencia
Se é realmente que esse amor um dia foi meu
Fiz do meu viver uma grande e miserável agonia
Esquecendo que na minha vida existe um Deus

Hoje, sem querer, duas músicas me vieram à mente
Os brutos também amam e O cheiro da maçã
E foi então que percebi, com certeza muito tardiamente
Que também te fiz infeliz nesse meu despropositado afã

Nunca reparei nas letras dessa músicas por ti tão citadas
Ao trabalho eu não me dava de pensar no que não queria
Em teu ciúme te fechaste e com a alma doente e mui calada
Mergulhasse numa existência que  não passava de fantasias

Décadas se passaram e muitas coisas na marra eu aprendi

Porém, elas não foram o bastante pra me fazerem entender
Que tudo que na vida eu passei e inevitavelmente vivi
Talvez tivesse sido diferente se eu não tivesse medo de você

Por todo o esse tempo perdido,  nada mais há para ser feito

Lamentá-los... Com certeza em nada mesmo vai me ajudar
Hoje nossa convivência  é quase perfeita, pois existe respeito
Amizade, companheirismo e bom senso pra tudo ponderar

Olhando a vida, percebi que ela por mim passava e eu sem viver
Agora vou tentar consertar  isso com a chegada de outra  geração
Quanto a nós dois, vencemos grandes dificuldades, o que me faz ver
Que por tudo há esperanças, se ainda temos algum amor no coração




quinta-feira, 29 de novembro de 2012

VIVER



Eu até hoje não consegui entender por que as pessoas sempre acham que estar vivo é ver o alvorecer... É quando se abre os braços para receber cada novo amanhecer. Pra mim, viver é bem mais que isto, é poder olhar para dentro d mim e descobrir que vale a pena o surgir de cada novo dia, é o não se conformar em apenas ver a vida passando. É poder aceitar as pequeninas coisas que te dão alegria sem culpas. É poder respirar o ar sem o temor de se sufocar. É conseguir encarar as tantas violências e maldades sem ser tomado pelo ódio. é poder agradecer a Deus por cada minuto de vivência e não apenas de existência.

É poder compartilhar as alegrias que nos chegam sem receios ou preconceitos... É poder enxergar o tudo mesmo observando o nada, é se contentar com o que não veio e continuar na esperança do que ficou.
Então, viver pra mim é mais que apenas existir... é sorrir sem medo de chorar, é o existir na certeza do estar vivendo. É aceitar e ser aceito, é respeitar e ser respeitado, é amar e ser amado. É sentir-se livre para aprender com os próprios erros, tropeçar sem medo de cair, é cair e ter forças para levantar, é sentir-se sem grilhões de qualquer espécie e acima de tudo, nunca deixar de sonhar. Pra mim, viver é tudo isso e um pouco mais...

Fingir cansa e eu quero e preciso descansar... De que adianta sorrir apenas com os lábios quando temos a alma em constante angústia? consolo? alegrias puras, genuínas? já as esqueci, nem sei se ainda existem. O melhor de mim a vida levou, o que restou? nem eu mesma sei... E como dizem que a vida é como uma vela acesa que tremula constantemente e que pode apagar a um vento mais forte, eu penso: já passei tantos vendavais, tantos ventos contrários, mas até hoje a vela da minha vida permanece acesa mesmo que bruxuleante e isto é algo que nunca consegui entender.

Então se viver é realmente tudo isso, então eu não vivo, apenas existo e isso está me cansando... eu quero e preciso descansar e quem sabe eu possa dizer, eu vivo... mesmo que dentro de um resumido espaço, talvez sem brilho nem cor, mas silencioso o bastante para entender o que me vai na alma.









OS MUITOS SONHOS


De todas as dores que na vida eu já  senti
Ainda não encontrei nenhuma que se compare
Àquela que foi a maior, a do dia em que te perdi
Essa dor no meu coração, ficou gravado como entalhe

Perdi meu sorriso aberto e quase sempre inocente
Que em tantas ocasiões, da vida se divertiu
E o destino decidiu ser para comigo inclemente
E diante de tudo isso a minha alegria sucumbiu

Muitos verões se passaram e eu nem percebi
Muitos sorrisos espocaram apenas de fingimento
E as muitas lágrimas derramadas que eu nem senti
Foram molhando a minha alma em cada sofrimento

Nunca consegui esquecer o que veio e não ficou
O que ficou sem eu ao menos desejar
Muito cedo perdi da vida o brilho e a cor
Restando apenas os muitos sonhos pra eu sonhar





quarta-feira, 14 de novembro de 2012

LEVAREI COMIGO



Hoje acordei assim... Uma estranha sensação me invadindo
Na verdade nem sei a que mesmo me proponho...
Mas, já fazem dias que eu sem querer venho descobrindo
Todas as migalhas que povoaram os meus sonhos...

Talvez nem eram marcantes, já que não foram tantas assim...
Só sei que foram elas que desencantaram meus sonhos
Pois migalhas, são as sobras daquilo que já nem se quer, é o fim
Embora seja apena o começo desses versos que componho

São versos tristes mas verdadeiros também
São as lágrimas que a minha alma insiste em transbordar
Foram passadas que o destino não me permitiu ir mais além
Talvez até pensem que meu coração só sabe se queixar

Mas é que todas as vezes em que pensei ser feliz
Levei da vida inúmeras e grandes rasteiras
Não estou me queixando embora é o que a vida me diz
Eu apenas queria ser feliz de forma plena... Inteira

Um dia... E bem sei que isto não vai demorar
Terei finalmente o meu esperado consolo
Não importa o que isso venha a me acarretar
Mesmo sabendo que terei sido vítima de dolo

Pois o destino estará sempre a minha espreita
E não deixará de me fazer mais uma crueldade
Perambularei  por ruas largas e também estreitas
Mas levarei comigo as minhas imensuráveis verdades

terça-feira, 13 de novembro de 2012

AS ESTAÇÕES DA MINHA VIDA


No dia em que eu nasci
Nada quiseram me prometer
Nem festas nem mesmo alegrias
Mas sempre dispus de cada entardecer
E do surgir de cada novo dia...

Com o tempo eu fui crescendo
E também nenhuma promessa me foi feita
Mas cada coisinha que eu ia descobrindo
Me fazia ver que a vida não era perfeita
E muito cedo eu me vi fingindo...

A adolescência atrevida me chegou
E dela eu nada procurei saber
Mas também, nada pra mim importava
Mas foi a partir daí que tive que  entender
Que muitas coisas meu coração  machucava

A primavera na minha vida lentamente chegou
E o desabrochar da flor teve o seu início
Longe estava eu de sentir ou pensar
Que tudo poderia se tornar num precipício
Desses que derruba, mesmo quando se tenta esquivar

O verão da minha existência a flor murchou
Já não havia brilho nem beleza pra se ver
Já não existia mais viço, nem beleza nem cor
O outono em minha vida me fazia entender
Que me seria caro as promessas de um falso amor

Pois chegasses como grande engano e ilusão
E foi ai que o inverno se fez mais frio e tenebroso
Me deixando o direito de existir e nunca o de viver
Nunca mais  entendi o real significado de amoroso
Tudo porque um dia acreditei sermos só um: Eu e você

Você que não deixou que a primavera
Fizesse parte desse meu existir
Pois o outono se fez rápido despetalando meus sonhos
O inverno abrigou minha alma cansada de se iludir
E hoje ainda choro nesses versos que componho

ÚLTIMO ATO


Um olhar vasculha tranquilamente o ambiente, nada alí lhe parece sério ou verdadeiro. Um cheiro forte de flores impregna o local, acomodando um ou outro suspiro que parece destoar daquele lugar, são suspiros de impaciência, como a dizer: já basta! um olhar melancólico percorre com certa nostalgia as lembranças que se embaralham como a pedir desculpas por não ter dado um pouco mais de atenção quando o momento pedia.

Um cheiro ameno de saudades se espalha no ar já um tanto cansado de murmúrios abafados entre os sussurros dos que estão em estado de torpor pela delicada e natural situação. Uma brisa suave toca de leve aquela tez gélida desgastada pelo tempo... Marcada pelas horas de angústia, solidão e saudades que sempre a acompanhou.
As pálpebras cerradas não mais deixa ver o que outrora possa ter sido beleza e em muitas ocasiões, tristeza. Mas era todo o seu bem, todo os eu valor espelhado num olhar, algumas vezes de saudades, outras de alegrias e também dos descasos que a alma gravou. A vida continua... Os acontecimentos se farão maiores ou menores para todo aquele que nesse momento são meros expectadores da vida ou do que julgam ser  vida.

Um silêncio sepulcral embala cada sonho sonhado e não realizado, cada desgosto sofrido e não buscado, cada momento de dor que no tempo não conseguiu se apagado. Alí, bem diante de um olhar aflito (imaginário) se fecham as cortinas que trêmulas parecem fazer uma última saudação. Já não haverá aplausos, o último ato se fez emudecido... Recebendo apenas lágrimas ou resignação dos que se encontram como simples espectadores de uma existência ceifada pelo momento final.

Tudo será suplantado... Sonhos... Alegrias... Desejos... Esperas e dissabores. O silêncio se fará mais forte nas recordações de todo aquele que deixou escapar algo que poderia ser chamado de vida dentro da existência de uma alma inóspita rodeada de agruras.
.................................................................................................................................................................
O abrir dos meus olhos pôs fim no que poderia ter sido o meu último ato

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

QUE IMPORTA


Na maioria das vezes me sinto apenas como um vulto que passa
Ou pior,  como uma sombra que se agacha cansada
desse trôpego caminhar...
Não importando se tenho os pés feridos e a alma a chorar.
as mãos calejadas e a alma mergulhada na solidão,
se me sufoco na poeira da estrada ao me esgueirar
ou se me firo nos espinhos encontrados
nessa longa jornada quando penso em pôr os pés no chão...

Que importa se nada vivi e tudo sonhei?
se nada aprendi, embora eu tenha tentado.
Que importa se tive anos perdidos...
Perdidos e até hoje nunca encontrados...
Que importa se não sou o que pensei
nem tão pouco o que de mim foi esperado...
Que importa tudo isso...
Se realmente muito pouco tem importado.






terça-feira, 30 de outubro de 2012

ERAS UM ANJO



 O vendaval que chegara em minha vida, numa tempestuosa noite de inverno, tomou conta da minha mente causando uma grande destruição em minha alma, mas você chegou... No sopro de uma brisa suave e foi afastando o negror daquela noite que transformara meus dias em inóspitos e dolorosamente insuportáveis.
Em tuas palavras encontrei conforto para o que julgava nunca ter fim. Aconcheguei-me na brisa que  soprava calidamente  sobre meus ferimentos e chagas imensas.

Mas, tal como surgiu, essa brisa se foi deixando sobre mim... Saudades e a terrível sensação que eu não conseguiria ir mais além. E  num final de outono você se foi sem se despedir, deixando a minha alma impregnada de dor e solidão. A primavera se fez ausente, quando ela principiava num surgir carinhoso e protetor. O outono se foi te levando para sempre...

Mas até hoje, ao fechar os olhos, sinto o roçar da última folha que caiu e desceu suave sobre meus pensamentos. Mesmo na suavidade dessa brisa, sinto a gelidez do que se foi pra não mais voltar... Mas a primavera que chegou, traz no perfume das flores a essência de um bem querer que soube se fazer inesquecível mesmo em tão curta existência.

Te foste, mas deixaste comigo, não apenas saudades, mas a certeza que nada é para sempre, só mesmo as lembranças dos que conseguem se imortalizar  nas mínimas coisas. Eras um anjo enviado para fazer o seu trabalho e Deus entendeu que este havia sido realizado e que não carecias mais continuares a  tua tarefa. Esta havia sido realizada com louvor
                                                           GIL ORDONIO    
                                                                                                          30/10/2012


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

LEMBRANÇAS E SAUDADES


Nessa madrugada, enquanto a cidade está dormindo
Meus pensamentos céleres outra vez, estão à vagar
As vezes nem sei a qual lembrança vou perseguindo
Mas é aquela que a saudade ansiosa vai buscar

E assim, vou vivendo... De desejos em desejos
E das muitas recordações que não findam jamais
Pelo espaço vou largando o que mais almejo
Porém, sem nunca esperar da vida demais

E nas noites ou madrugadas silenciosas
Busco consolo onde bem me aprouver
Meu sono se esvai nas lembranças caprichosas
Lembranças e saudades dessa essência de mulher

Eu muulher, sempre triste e bem mais irrequieta
Pelo destino fui tão marcada e sem dó
E olhando a vida por uma pequena fresta
Percebo que nunca deixei de ser triste e só

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PARABÉNS JOYCE



Hoje, nesta data bem mais que especial
Registras com amor mais um ano de vitórias
E podemos ver em  teu brilho nunca fulgural
Deus acrescentando mais brilho a tua história

E que neste seu glorioso aniversário
Deus em seu infinito amor lhe conceda
Nesse teu coração... Verdadeiro relicário
Mais motivos pra tuas ações benfazejas

Parabéns Joyce por cada hora bem vivida
Por cada momento na presença de Deus
Por todas as situações mesmo que não definidas
E também por cada momento vivido com os teus

E desejo, não apenas hoje, mas para sempre
Muitas e maiores vitórias em teus caminhos
Que permaneça sempre no coração e na mente
Que teus sonhos, se for bom pra ti, Deus os irá realizar

Parabéns minha menina tão querida e preciosa
Que em tua caminhada, se faça maior o amor
Que seja sempre um exemplo nessa vida radiosa
Que para ti, Deus nunca permita o espinho só a flor

FINALMENTE




As vezes me pego pensando
Sem nem saber a razão
E se para trás vou olhando
Descubro tristeza e solidão


Nem sempre me gratifico
Com lembranças ou saudades
E se me busco no empírico
Revivo minhas dolorosas verdades

Se da angústia tenho tentado fugir
Percebo que nem sempre consigo
Talvez porque nesse meu existir
Muito pouco encontrei de abrigo

E mesmo assim vou a vida levando
E nem sempre percebo o tempo passar
Muitos sonhos no tempo vi se desmanchando
Mas eu sempre insisti de voltar a sonhar

E continuo a minha longa caminhada
Que de tão longa já começo a enjoar
Talvez eu não demore e encontre a parada
Que me fará finalmente dessa vida descansar



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SEM RESPOSTA


CATEGORIA: CRÔNICA

Hoje pela manhã (6 h) abri a porta do meu apartamento  e um cheiro (em todos os sentidos) nauseabundo invadiu tudo. Deitado em minha porta sobre o tapete estava um cachorro. Mas logo eu comecei (como uma inútil) a engulhar... E estes se sucediam, enquanto eu exclamava enojada: Meu Deus que horror... Que nojo!
O pobre animal se levantou meio cambaleante e se foi, ele estava com a aparência em petição de miséria, uma das orelhas praticamente não tinha, carcomida pela doença.
Peguei o tapete pra lavar e fui lavar e desinfetar o hall. De repente me caiu a ficha. O pobre animal devia estar com muita fome, ele era magérrimo, só tinha couro e osso, pois pelo já não havia mais. Fui em busca do animal, mas o porteiro já  havia tangido. Saí do prédio e olhei a avenida e na rua ao lado e nada, ele não estava. Retornei ao prédio e fui por dentro, olhar a rua de trás, também não havia nem sinal.

Retornando, o porteiro perguntou se ele não havia comido a ração que eu deixo embaixo da escada pra um gato de rua. Lembrei que perto da meia noite eu havia posto comida novamente, pois o gato já tinha vindo e jantado. Melhor por mais, vai que de repente ele pela madrugada sinta fome: - Eu havia pensado. Fui até o local e encontrei alguns grãos de ração no chão. Isso me aliviou um pouco, pois quando o gatinho vem, ele come e bebe o leite e não suja nada. Lembrei também que eu havia posto muita ração, quase não coube na vasilha e eu deixei, pois poderia ser que algum outro gato aparecesse. Isso me acalmou um pouco, mas não aliviou a minha consciência, pois se realmente foi ele que comeu, aquela refeição não seria suficiente.

Mas eu fico a me perguntar: - É um condomínio fechado... Mas ele entrou . São 64 apartamentos, mas ele tinha que vir justamente pro meu? Falo, não é por nada... É porque eu não suporto ver animal sofrendo e Deus ainda permite que eu veja sem precisar sair de casa. É incrível, mas a tristeza me busca de qualquer modo.
Perdi o meu dia, pois deixei escapar a chance de aliviar o sofrimento de quem estava faminto e sedento, um pobre animal que estava sofrendo sem ter cometido pecado algum. Meu Deus, como fui insensível, fresca mesmo. Chorar não vai adiantar nada (embora eu não consiga lembrar da situação sem chorar). E ainda levei uma enorme bronca do meu esposo que ligou pra mim (ele trabalha em outro estado), e ao perceber que eu havia chorado e querendo saber a razão, me deu um bronca tamanho do trem, pois ele diz que eu não vim consertar o mundo.

Nesse momento eu não consigo perceber onde está o mal maior... Se nos miseráveis que largam seus animais quando estão velhos ou doentes, se nas pessoas que ficam insensíveis a dor e sofrimento desses pobres coitados, que quando jovens, deram alegria e companhia a seus donos, se aos que nada fazem e apenas se acham no direito de criticar, ou em frescas como eu, que estão dura, sem dinheiro pra tentar resolver com a ajuda veterinária. Tentar achar culpado em nada vai mudar o meu estado de ânimo., Mas afirmo, não consigo entender porque Deus permite um pobre animal sofrer tanto assim, são seres indefesos... Muitos dirão que há muitas crianças indefesas sendo maltratadas e até assassinadas. Eu sei... Mas o animal não fala, não tem como se defender, pois na maioria dos casos quando tentam fazê-lo (atacando), são eliminados. Pergunto eu: - Deus o que fazer?  bem sei que vou ficar sem resposta. Meu único consolo e sonho é a doce ilusão de que um dias haverá respeito e amor pelos animais, principalmente para os abandonados.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

QUASE SEMPRE FATAL


CATEGORIA: CRÔNICA

Me encontro  na sala de espera de uma clínica. Observo as pessoas que ali se encontram. São pessoas aparentemente bem diferentes em sua maioria, principalmente por um casal que destoa totalmente dos demais. Era um senhor de cinquenta e poucos anos, ao seu lado uma jovem que aparenta não muito mais do que vinte e cinco. Eles conversavam baixo, mas devido a minha aproximação (e perfeitíssima audição) escutava  aquele diálogo, hora constrangedor, hora triste. Esses personagens sequer se davam ao trabalho de disfarçar a arrogância e a empáfia de seus olhares, era como se eles exalassem pelos poros superioridade diante de pessoas, no meu entender, para eles,  simples mortais, indignos de  compartilharem o mesmo ar.

De repente, um trecho da conversa desperta a minha atenção, olhei para aquele casal que pareciam estar no lugar errado, tal a soberba com que deitavam o olhar sobre o recinto.
Eles passaram a discutir sobre a urgência da cirurgia. Ele era viúvo e pai daquela única filha... O semblante dele, por um momento denota tristeza e medo ao mesmo tempo. A sentença havia sido cruel... Câncer de próstata e pelo visto já em adiantado estágio. Homem  ainda jovem, mas que tanto orgulho e dinheiro parecia que não iria ajudá-lo muito naquele momento.

O que teria feito aquele homem se descuidar de tal forma da saúde e da vida? Será que lhe passava pela mente que o dinheiro, status ou mesmo  toda aquela arrogância o faria imune as fatalidades da vida?
O que vi em seguida, foi um homem que se dirigia para a porta da saída com os ombros caídos, mostrando ter sido vencido e que pouco a pouco  iria entender que era igual a todos, com a única diferença... Ainda havia dinheiro e um certo poder que o diferenciava dos demais, mas não o transformava em um deus, em um juiz da sua verdade, única e absoluta. A prova disso era aquele mal que o afetara como já acontecera com milhares, em sua maioria sem poder... Sem dinheiro. Mas de carne e osso como ele e tantos outros que se julgam superior por possuir melhores condições de vida ou mesmo riquezas em demasia.

Saudosa Reflexão

Categoria:




Debruçada sobre o parapeito da vida observo o mundo à minha volta... Eu sei que nunca consegui ser  realmente feliz, me sentir realmente assim... Feliz. Muitos que me conhecem (externamente) sequer conseguem imaginar o que se passa em meu interior. Mas eu, aos poucos ainda consigo vislumbrar uma réstia de esperança num horizonte que se estende diante do meu olhar... Olhar outrora, tão radiante, tão sensual e encantador.

A maturidade chegou de maneira suave... Mas chegou e apenas para me lembrar que o tempo passou e quase nem percebi, tão absorta estava num mundo de fantasias e ilusões. Diante do espelho da vida, ainda vejo nos refolhos do meu olhar, dantes sonhador,  a opacidade de dias tristes, de desilusões desfeitas, de sonhos perdidos.

O toque do telefone me tira desses momentos de saudosa reflexão. Do outro lado, ouço a voz do tempo, que, sem titubear me traz de volta para uma realidade imposta, sofrida e esmagadora.

Bem sei que outros dias virão, onde mais uma vez deixarei me levar pela saudade de cada momento não vivido, mas sonhado e
com tal intensidade que me fizeram vivê-los, mesmo sem nunca terem acontecido... Mas foram momentos  que muito embora tenham sido interrompidos pelo destino, nunca foram nem serão  jamais esquecidos.

DESTINO


CATEGORIA: CONTO

Está uma manhã bastante agradável. O trânsito, como sempre... Infernal. E para Marta tudo está conforme seu estado de espírito... Melancólico.
O sinal vermelho faz parar o trânsito. De um lado da calçada, uma criança pede esmolas, enquanto que duas outras observam os carros, os motoristas. Em cada par de olhos, uma esperança perdida, um sonho que nem sequer teve a chance de ser sonhado.  Marta era uma mulher resolvida na vida, profissionalmente, já seu coração, este continuava adormecido,  ainda não havia surgido o homem que o faria despertar.
O sinal abre. No momento em que vai dando saída, sente-se observada de uma maneira muito forte. Olha de relance e e vê uma das crianças olhando-a de maneira fixa. Sente-se incomodada com a firmeza daquele olhar, mas decidida segue em frente, mas aquele olhar parece segui-la, transfixando os obstáculos e atingindo sua alma.
Decide retornar. Estaciona um pouco distante e fica observando as crianças. Desce do carro e vai caminhando até aquele sinal. As crianças são magras, maltrapilhas, mal cuidadas. Olha para seu scarpin tão caro, sua bolsa de quase um salário mínimo e sente-se envergonhada.
Ao chegar junto das crianças para e fica sem jeito. Nesse momento uma das crianças se aproxima e pergunta: - tia, a senhora também veio pedir comida? Ela olha pra menina tão pequenina e sente um amor profundo lhe tocando o coração. Nisso um dos garotos (eram dois) se aproxima e critica a menina: - Não seja boba Maria, a tia é rica, ela tem até carro. A menina fala com voz suave. Você tá mentindo, ela não tem carro. Você tem carro tia?
Marta, momentaneamente fica sem ação, então o menino, que se chamava Luiz fala: - Eu a vi passando e ela estava de carro. imediatamente ela lembra do olhar forte que tanto a havia incomodado. Sorri para a garotinha e responde: - Meu nome é Marta. Voltei pra conversar um pouco com vocês, pode ser?
O outro menino que até aquele momento não se manifestar, ficara apenas observando, falou desconfiado.
- Eu sou Zezinho. E a senhora quem é e o que quer com a gente? Marta olha pra cada uma das crianças e calmamente pergunta pelos pais deles e onde moram. O Luiz que parecia ser o mais velho é quem responde. - Meu pai matou a minha mãe, foi preso e morreu no presídio, numa briga (rebelião)  e nós ficamos com a vovó, que está muito doente. Saímos pra rua e pedimos comida pra nós e ela.
Com os olhos cheios de água pede a eles que a levem até a casa deles. Imediatamente o Zezinho olha desconfiado e diz que não precisa, que eles se viram, pois eles têm medo de serem tirados da avó e depois de levados, separados. Passamos fome, mas sempre ficamos juntos. Ela promete as crianças que nunca fará isso, que só quer ajudá-los.
Após minutos de indecisão e desconfiança eles decidem levá-la. Não muito distante, embaixo de um viaduto, ela vê um amontoado de tábuas e papelão montados em forma de quadrado. Alí está a casa daquela crianças. Se aproxima e no local que parece ser a porta, vê uma senhora magérrima deitada sobre alguns papelões. Entra no cubículo e vê a desconfiança naquele olhar moribundo. Tenta falar, mas é interrompida pela voz quase inaudível daquela mulher que traz no rosto marcas do tempo e mais forte ainda de sofrimentos e miséria.
- Moça, foi Deus que a mandou aqui? será você quem vai cuidar dos meus netinhos?
Marta se agacha ante aquela mulher de pobreza imensa e sente a riqueza de sentimentos que transborda daquele coração e fala. Eu vou levar a senhora para um hospital e as crianças para a minha casa. Quando a senhora ficar boa, nós vamos ver como resolveremos a situação.
e assim ela fez. A pobre mulher, que se chamava Verônica, passou quase três meses no hospital. Dia sim, dia não a Marta a visitava e aos domingos levava as crianças para verem a avó.
Seis meses se passaram desde aquela manhã no semáforo. Mirtes também levou aquela senhora para sua casa.(por sinal, um casarão, onde ela vivia apenas com uma empregada após um acidente trágico onde ela perdeu o esposo e o casal de filhos, apenas ela sobrevivera). Demorou muito para que ela se recuperasse, e a Tina, sua fiel empregada cuidara dela como se fosse sua filha. Apenas a moça que fazia faxina duas vezes por semana frequentava aquela casa. Mas agora sua casa se encheu de risos, sua nova família está lá fora no jardim. Ouve a d. Verônica chamando os netos e sente uma grande paz invadir a sua alma. Nisso ouve a voz da pequenina Maria chamando-a: - Mamãe venha lanchar!
Emocionada ela sai para o jardim, beija a testa da mulher, naquele momento tem um semblante sereno,e um olhar de agradecimento eterno. Abraça-se às crianças e diz: - Vamos meus filhos amados, vamos lanchar e depois quero ver se já fizeram as lições de casa. Ela sente-se realmente feliz e sabe que a sua grande dor, não passa de momentos passados que ela guardou junto com as boas lembranças. O destino um dia lhe fora cruel, mas hoje ela sabe que foi também o destino que a fez mudar de caminho naquela ensolarada manhã.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

TEU PRIMEIRO DIA DA CRIANÇA



À MINHA NETINHA JÚLIA 

Júlia, esse é o seu primeiro dia da criança
E confesso que não sei o que melhor lhe dar
Futuramente esses teus olhinhos de esperança
Saberá me pedir sem  nem sequer precisar falar

Com certeza ouvirei muitas vezes um lindo pedido
Num olhar brilhante indagando da minha atenção
Será um gesto delicado, porém nunca atrevido
Que envolverá por completo o meu coração

E todos os dias pra ti serão dia da criança
Numa alegria cada vez mais apaixonante
E muito breve sem maiores tardanças
Já ouviremos teu linguajar pouco exuberante

Mas para a data de hoje, a primeira pra ti
Desejo o melhor que o bom Deus possa dar
Na calada da noite meu pensamento conseguirá ir
Furtivamente ao teu quarto e teu lindo sono embalar



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O TEMPO PASSA




Nem parece, mas dois meses já se passaram
E esse teu brilho só tende a crescer
Um nascimento que a todos encantaram
E o nosso amor é grande demais por você

Júlia minha princesinha de todos os dias
Uma razão a mais para a tudo se valorizar
Tens sido a razão da minha verdadeira alegria
Na verdade, o meu pensamento ao despertar

Que Deus em sua infinita bondade
Estenda sobre ti suas bençãos sem fim
Desde agora até a mais longínqua idade
E a conservando sempre junto a mim.

SEMPRE SERÁS


Partiste...Sem que eu me despedisse
E deixaste na minha vida... Saudades
E sem que eu jamais pressentisse
Mergulhei num torvelinho de amenidades

Busco nos vestígios do tudo que deixaste
Um momento de alento para os dias meus
Na certeza também de que muito lembraste
De quem deu muito  mais brilho aos dias teus

Esquecer, sem dúvida é algo impossível para mim
Já que foste mais forte que o luar numa noite escura
Tua vida em minha vida, aos poucos se fez assim
Foram momentos de muitas ansiedades e doçuras

Não há como esquecer teus gestos nem tua voz
Menos ainda a espontaneidade desse teu amor
Valorizaste o tudo que nunca houve entre nós
Me ensinando de todas as coisas seu devido valor

Sempre serás como uma brisa suave e acariciante
Que nunca se permite cair no esquecimento
Será também essa lembrança viva e torturante
Que me trará de volta momentos de fingimentos

Enquanto por aqui eu continue a caminhar
Por ti terei momentos de profunda dedução
Como tantas vezes o fizeste quando decidias rimar
Os tresloucados sentimentos que trazias no coração

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

FOI ASSIM


À Minha Amiga Evanir

Acontecem coisas em nossa vida
Que nem sempre conseguimos compreender
Como aconteceu com essa amizade surgida
Num momento doloroso do meu viver

Eu estava muito triste e amargurada
por uma perca que eu não queria aceitar
Foi quando surgiu você, oh! abençoada
Oferecendo carinho para minha dor amenizar

E assim essa amizade entrou em minha existência
E Evanir, tens sido um raio de sol para a minha vida
Hoje tenho alguém para partilhar minhas experiências
O que me faz sentir que pela dor não serei consumida

És para mim, sem dúvida, uma grande força e alegria
Um bálsamo genuíno nessa minha saudade e dor
Nessa amizade vejo ter fim a minha grande agonia
Pois já falo sem chorar de uma certa história de amor






A TUA AMIZADE

Evanir, foi a minha dor que nos uniu
Eu confesso que por isso não esperava
Quando eu vi que o meu sonho maior ruiu
Foi quando vi que tudo pra mim se desencantava


Mas chegasses... Com um encanto tão meigo
Aos poucos começasses a me confortar
E a tua amizade veio suavemente e do jeito
Que naquele momento eu só poderia desejar

E essa amizade surgida num crucial momento
Foi como um recado vindo pra me reanimar
E perdida nos mais lindos e felizes momentos
Através do teu carinho comecei a me levantar

Obrigada Evanir... Hoje me és tão cara
És um presente que a vida me enviou
Por cada palavra lhe serei eternamente grata
És o bálsamo que de muito longe alguém enviou


NOSSO SEGREDO



Como esquecer essa boca que nunca beijei
E o palpitar do teu coração apaixonado?
Tudo em ti foi tão louco, mas foi tudo que desejei
Nessa minha vida de sonhos sempre castrados

Hoje, já não posso dizer que nunca amei
Nem tão pouco que por ti não fui amada
Foste o sonho mais lindo que um dia sonhei
Foste a minha fonte de vida...Viva e tresloucada

Que farei para esquecer a carícia que não veio
E todos os abraços tão cheios de amor?
E na nossa imaginação encontramos um meio
De vivenciar toda a magia desse maravilhoso torpor

Agora eu pergunto ao meu sofrido coração:
Será que não poderei continuar te amando?
Tua voz sedutora continua a cada declaração
Desse louco amor, que eu ainda vivo escutando

E essa distância que nos separava, hoje nos aproxima
Pois tua ausência  mais forte se faz em presença na alma
Me despertando do tédio, invento pra nós uma nova rima
Que no meu silencio embala meu corpo e meu espírito acalma

Tentarei não encontrar razões para ficar me lamentando
Nessa tua ausência que sempre se fez presença...
Muitos mais segredos ainda tenho pra ir te contando
Amando saber que entre nós nunca haverá desavenças

Hoje te sinto muito mais meu do que ontem
Essa certeza me faz de mais nada na vida duvidar
Te tenho só pra mim e nesse novo horizonte
Não haverá ciúmes, dúvidas, nada para nos intrigar

E finalmente... Num amanhã próximo nos encontraremos
E vibraremos ante o final dessa separação prolongada
Nesse gélido abraço nossas almas aqueceremos
Por termos nossas saudades e ansiedades mitigadas

E nesse momento permaneceremos quietos... Calados
Sentindo no sussurro do vento a carícia a nos contagiar
Seremos dois seres inexistentes... E  loucamente apaixonados
Que desejaram desde outra existência, tão somente se amar

E nesse sublime momento de pouca ou quase nenhuma razão
Teremos por fim o que sempre em vida vivíamos a buscar
A maior, mais completa e ousada das formas de emoção
Que foi a de finalmente nossos desejos podermos saciar




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

AINDA SENTIREI


Vejo num olhar embaçado pela dor
A melancolia que me sufoca a alma
Pois eu desistiria da vida, mas não do amor
Que soube me devolver a alegria e a calma

Hoje, nessas tardes de primavera eu penso
Que foi sublime em meu viver teu surgir
Por todo este amor que me deste, tão imenso
Surgiu para mim um novo e lindo porvir

Agora que estamos fortemente separados
Sinto em meu peito um inquietante ai
Ainda assim, sinto o meu corpo abraçado
Nessa tua paixão que de mim não sairá jamais

E não importa o tempo que for passando
Pois o nosso reencontro ele apenas abreviará
Permanecerei te sentindo ao meu lado caminhando
Até alcançarmos o dia que nossas almas irão se abraçar




QUEM?


Uma linda e grande história
Sem receios eu pude viver
E as palavras que guardo na memória
São impossíveis de um dia esquecer

Foram momentos mágicos, alucinados
Que em pouco tempo me fez entender
Que nada mais poderá ser belo e encantado
Como a magia que um dia envolveu eu e você

Desse conto tão lindo... Mesmo virtual
Ficará as lembranças que o tempo retém
E cada um desses momentos foi muito especial
Pois era para nós, um grande amor também

Sei que hoje  a tua distância vai mais além
Do que na verdade, um dia eu poderia supor
Agora, pergunto eu: De nós dois... Quem
Irá lamentar e sofrer a perda desse amor?

TE FOSTE


Por tudo que a vida me negou
Muito pouco na verdade eu chorei
Mas pelo bem maior que me levou
A isso com certeza nunca perdoarei

A velhice não desejada está chegando
E com ela também todo o dissabor
Os frios braços da solidão já estão me cercando
Pois sabe que já não te tenho mais... Meu amor

E me pergunto: o que ainda posso fazer
Pra essa minha dor poder suavizar?
Pois se já não tenho na minha vida teu querer
E bem sei que nunca mais voltarei a amar

Te foste e nem ao menos me  perguntando
Se eu queria sem os teus carinhos ficar
Te foste... Não sei se sorrindo ou chorando
Só sei que te foste... Pra nunca mais voltar


terça-feira, 25 de setembro de 2012

NÃO HAVERÁ DIFERENÇA





Nunca mais ouvirei a tua voz
Nem mais terei versos feitos para mim
Nunca mais poderei falar de nós
Pois agora é mesmo chegado o fim

Não mais haverá esperanças para teus sonhos
Pois estes ficaram perdidos... À vagar
Terás vida nesses versos tristes que componho
Que aos poucos parecem que vão me tirando o ar...

E nesse meu dilema por vezes tão amargo e crucial
Vou deixando para trás teus sonhos que não sonhei
Sabendo que por muito tempo ainda serei capaz
De chorar por cada gesto que de ti não esperei

Parece que esqueceste de cada projeto arquitetado
Ou desististe dessa nossa bela história continuar
Seja lá porque foi, esqueceste de deixar avisado
Que para mim só restaria de nós recordar...

Mas eu sei que não foi assim que tudo aconteceu
Algo te pegou de surpresa, desprevenido...
Teus sonhos em vida...Para nós se foi... Morreu
Não conseguiste para com a vida ser atrevido

Assim... Tudo se perdeu, se desfez no ar
Minha vida ou a tua, que diferença irá fazer?
A tua já não tenho... A minha sem brilho está
Não mais haverá diferença entre viver ou morrer


domingo, 16 de setembro de 2012

TRIBUTO AO ZC






Ao meu inesquecível amigo ZC

Tenho andado inquieta por esses dias
E mais ainda eu hoje fiquei...
É que estive ouvindo tuas mensagens de alegria
Para chorar logo depois...

Tua voz( hoje gélida e calada)me parece mais suave
Bem mais doce do que sempre foi...
Num trecho falas do tempo e da tua rica idade
E outras coisas deixadas pra depois...

Ao ler teus poemas tão bem escritos(e para mim)
Uma tristeza começou a me sufocar...
Tento ser um pouco diferente, mas só consigo ser assim
Lembrar-te sempre, pra depois chorar...

Pra mim não importa onde estejas nesse momento
Pois continuas aqui...junto de mim...
Tua ausência por muito tempo será um tormento
Até o dia que nos encontraremos por fim...

terça-feira, 14 de agosto de 2012

ME CURVANDO À VIDA




Me curvo forçosamente à vida
Mesmo que dela  nada possa entender
Mas a minha alma caprichosa e atrevida
Parece disposta a nada por mim fazer

Minha existência em blocos vejo se dividir
Mas nem todos blocos os sentimentos traduz
Já que em muitas situações nada consigo sentir
Há bloqueio na minha alegria e peso na minha cruz

Viver em busca de algo que faça sentido
Fugindo das dúvidas que só me põem medo
As vezes até penso que já não existo
Pois não há esperanças para o que vejo

O que será dessa minha tão louca existência
Que em fugazes se tornam minha alegria?
O tempo nunca nunca teve para comigo clemência
Da vida nada tive de meu para abreviar minha agonia

Antes fosse a falta de alegria a minha dor maior
Mas receio que bem mais cruel seja a desilusão
De quem nunca consegue piedade ou mesmo dó
Que consiga apaziguar a tormenta do meu coração

Hoje, nessa manhã tão fria de agosto
Meu semblante se faz mais triste e fechado
agonizando ante os cruéis desgostos
Que vez por outra conseguem ser relembrados

sábado, 11 de agosto de 2012

MAIS UMA MARAVILHA

À Minha Netinha Júlia







Os meses que foram passando
Nunca me deixou perceber
A emoção que estava só começando
Com a chegada da nossa linda bebê

Ontem, da noite no principiar
Uma nova vida pra nós aconteceu...
A chegada da Júlia nos faz contemplar
Mais uma maravilha do nosso bom Deus.

Que a vida gentilmente nos conceda
Os muitos momentos do teu riso a espocar
E que no decorrer dos anos apenas se veja
Deus amparando o teu longo caminhar...

Júlia nasceu... E somos tomados pela emoção
E  essa alegria também nos faz lembrar
Que todo o amor que invade de cada um o coração
Será com certeza multiplicado a cada dia que passar

Esse belo acontecimento em nossas vidas
Se perpetuará ao longo da nossa existência
E serás Júlia, por todos,  cada vez mais querida
E o prolongar nessa vida, da minha permanência

segunda-feira, 30 de julho de 2012

PERDIDAS LEMBRANÇAS



Na penumbra desse teu martírio
Proposta de esquecimento a te torturar
Não deste consolo a esse teu louco idílio
Talvez por isto nunca deixaste de sonhar


E na agonia das tuas perdidas lembranças
Fantasmas do teu ontem te castigam sem cessar
E como se fossem vãs todas as tuas esperanças
A tua alma indiferente já nem consegue soluçar


Como esquecer o que não é pra ser esquecido?
Se no malote das tuas perdidas caminhadas
A estonteante devassidão desse tempo, usufruído
Lembra nesse teu cansaço cada hora desfrutada


Não queira exacerbar tudo quanto viveste
Pois mais nada podes buscar, se no tempo já se foi
Talvez tenha sido sofrido descobrir o que perdeste
Ainda mais se já não há o antes nem o depois


Nunca sinta saudades pelo tudo que viveu um dia
Nem lamentes por tudo aquilo que jamais virá
Se a cada lembrança se aprofunda mais a tua agonia
Te digo: Bem mais sofrido foi o meu triste e penoso calar

sábado, 16 de junho de 2012

PENSAMENTOS E LEMBRANÇAS





Largados sem presunção, à um canto
Estão meus inquietos pensamentos
E eu ainda ouço de quase todos o pranto
Das saudades e dos descontentamentos


Também vejo presas na réstia que passa
Todas as minhas lembranças de você
E nas recordações quase sempre devassas
Sinto que eu devia de algum jeito lhe esquecer


E os pensamentos e as lembranças se misturam
Num afeto que no tempo pouco a pouco se perdeu
Apenas ouço o eco, do tudo que  no tempo se trituram 
Sem conseguir  ter certeza do que realmente morreu...


E num pesar de tamanho imenso e profundo
Despertam inquietos os meus tristes ais
Fechando os olhos me lanço nesse mundo
Que de tão zombeteiro, é sem crédito e sem paz

quinta-feira, 31 de maio de 2012

BELEZA SEM PAR



À Querida Aracely


Aracely, és um primor de menina
De uma beleza sem par
Até te imagino bem pequenina
Com outra crianças a brincar

Mesmo te olhando à parte, reparo
Na grande mulher que te transformaste
Para o futuro da tua vida tem teu preparo
E em tua alma a beleza de uma obra de arte

Tens no teu jeito e na afeição a delicadeza
No espírito a força de uma guerreira
Unindo toda essa grande beleza
Teremos a nossa Aracely  faceira

És uma pessoa muito especial
E pelo pouco que eu te conheço
Teu olhar entre curioso e angelical
Sempre me surpreendeu desde o começo

Te admirar é até muito fácil, reconheço
Pelas qualidades que aos nossos olhos saltam
E para o teu amanhã eu apenas desejo
Sucesso e todas as coisas que te faltam

Amei escrever para ti... Me acredite
Talvez por seres uma garota tão afável
Pra te elogiar bem pouco se resiste
És verdadeiramente muito afável...