quinta-feira, 20 de abril de 2017

EU ACREDITEI


Houve um tempo em minha vida
Que eu acreditava em tudo que ouvia
Mas logo descobri serem palavras fingidas
Pois sentimentos era algo que não existia

Por muito pouco não acreditei em papai Noel
E em outras fantasiosas histórias de pura ficção
Tudo me parecia tão puro, tão verdadeiro, puro mel
Como fui tola... Deixei ser enganado meu coração

Hoje já não existe nada que lembre aquela menina
Tão sem maldades e que por isso alto preço pagou
Perdi-a nessa vida e já nem lembro em qual esquina 
Possivelmente naquela onde mais encontrou a dor

Tantos momentos sonhando com a tal da felicidade
Sem sequer imaginar que eu não passava de brinquedo
Fui muito tola, pois nada justifica, talvez pela idade
Achei que de nada mais eu poderia sentir qualquer medo

Agora em meu coração nada existe que pareça belo
O tenho fechado para qualquer tipo que seja de emoção
Não mais o verei como um depósito de sentimento singelo
Pois quando menos esperei tive assassinado o meu coração

domingo, 16 de abril de 2017

ESTAÇÕES DO MEU EXISTIR


Nada mesmo do que penso ou faço
É capaz de mudar essa triste situação
Mas se até mesmo o calor de um abraço
Já não chega nem mesmo como consolação

Há tanta frieza e descaso ao meu redor
Que minha alma gélida e arredia se encolhe
As vezes até penso que seria bem melhor
Se a morte , por sorte, a minha vida escolhe

Há tanta tristeza e dissabor dentro de mim
E por mais que eu tente nada consigo desfazer
As vezes até penso que seja mesmo este meu fim
Pois bem sei que não foi à toa que esqueci de viver

Cresci pensado que a vida era um mundo de cores
Mas cedo descobri quão engano havia em meu pensar
Desde o início da primavera me vi coberta de dores
E no outono da vida percebi como era difícil recomeçar

Muitos verões por mim passaram e se foram que nem notei 
O outono da minha vida se fez rude e sem qualquer frescor
No inverno da minha existência a frieza que havia não abortei
E em plena primavera da minha vida perdi o mais belo, o amor



quinta-feira, 6 de abril de 2017

TE ASSALTAM LEMBRANÇAS


Olhando para essa foto, subitamente eu pensei
Como deve ter sido difícil menina a tua infância
E por mais que tentasse da adolescência, nada imaginei
Ainda bem que desse tempo, te resta grande distância

Também sei que vez por outra te assaltam lembranças
De uma época que por certo durante décadas te marcou
Mas com certeza não tirou da tua vida nenhuma esperança
E um certo dia, com fé a tua liberdade um dia despontou

Muitas noites levada por maus pensamentos, o sono fugiu
Mesmo tão pequenina, já conhecias o medo e também a dor
A infância se foi num rápido sono, quando a dor lhe atingiu
Precisavas de carinho... Proteção e acima de tudo de amor

Ah! menina Zoza, como foi difícil esse teu caminhar
Em tenra idade conheceste a maldade e nada podias fazer
O tempo foi passando, mas nem por isto deixaste de sonhar
Com o dia que irias finalmente voltar a sorrir e a viver

Viver num orfanato te ensinou muitas coisas... Imagino
Mas a marca que a vida te deu, sem dúvida lhe foi peculiar
Te transformou numa guerreira, a brigar pelo próprio destino
Que numa grande mulher, um dia veio a lhe transformar

Não sei quais eram os teus sonhos em dias de escuridão
Nem mesmo sei o que mais conseguiu te machucar
Mas creio que são lembranças vencidas em teu coração
E um dia encontraste forças para esse mundo desafiar

Foi grande e penosa a tua caminhada, assim penso eu
Mas acredito que o destino terminou por lhe favorecer
Desafiante e com louvor a tudo e a todos um dia venceu
E por fim compreendeste que ainda terias um belo alvorecer

E creio que nada te foi fácil, sem sofrimento e grande dor
Mas aqui chegaste, movida tão somente pelo inexplicável
Que bem sabes foi mesmo o que te moveu, o mais puro amor
Te tornando uma nobre vencedora de grandeza insuperável













domingo, 2 de abril de 2017

ESTRANHA SENSAÇÃO


O tempo pra mim tem passado tão lentamente
Que muitas vezes chego a pensar que parou
Mas eu logo percebo ser a tristeza, infelizmente
Que sem qualquer piedade no meu mundo aportou

As vezes ouço críticas, quase sempre desagradáveis
Mas ninguém passou na vida pelo que eu já passei
Ninguém teve momentos amargos e tão miseráveis
Nunca procurei culpado, nunca ninguém condenei

Eu até acho estranho tanta dor em mim manifestada
Que por vezes mais parecem látegos a rasgar minha alma
Em tantas ocasiões fui até pelo destino desacreditada
E em raríssimos momentos conservei a minha calma

Tudo me parece efêmero... Na verdade, sempre o é
E me refiro aos raros momentos de verdadeiras alegrias
Pois nada me arranca um riso em meu semblante de mulher
Que não seja encoberto por uma estranha sensação de letargia