quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Aconteceu...


Categoria: Conto

No calor de uma tarde de verão, um olhar perdido no horizonte vislumbra um vulto que insiste em toldar aquela visão. Inexplicavelmente ela sorri para si mesma, pois já pressentira uma tarde diferente das que tivera até então.
Um olhar negro parecia perscrutar aquele íntimo...Olhar insistente...Ousado...Comprometedor. Olhar de um homem sobre uma mulher... E ela era apenas uma criança.
Muitos outros verões aconteceram e aquele olhar sempre a lhe perseguir, seduzindo-a enlouquecendo-a (mesmo a distancia, só nas lembranças), induzindo-a a um mundo totalmente estranho, mas que conseguia lhe embriagar de desejos, diante daquela arrebatadora paixão.
De início tudo fora inocente, nada assustador, já que tudo começara com uma simples admiração.
Mas como passar do tempo, a vida foi lhe ensinando a ser menos inocente, e mais provocadora e talvez inconsequente. Até que um dia tudo se fez... O botão se transformou numa rosa perfumada... Já não havia mais uma menina, e sim uma mulher. Não mais se ouviria o riso cristalino que encantara a tantos. Já não havia aquele olhar que em sua inocência conseguia sedutoramente prometer o que desconhecia.
Agora... Ali havia uma mulher de olhar tentador, gestos ousados, ela havia perdido a serenidade daquela sedução quase pueril. A inocência não mais fazia parte daquela alma. Um amor transloucado, lascivo e devastador cobrira aquele corpo de prazeres nunca dantes imaginado. Daquela pureza restou apenas o olhar esquivo de quem aprendera a sonhar... A desejar...A sofrer.
Aconteceu... O amor desabrochou, o lindo botão se transformara,e de tudo, apenas profundas cicatrizes foi o que restou. O mais lindo sonho foi se desfolhando diante do tempo.
Hoje, uma brisa sopra o calor de mais uma tarde de verão, bem diferente de outras tantas tardes que passaram por aquelas vidas.
Ao longe Um trovão anuncia uma tempestade, e esta será tão rápida como toda chuva de verão...Bem diferente da que se fez naquele viver, pois até hoje, ela ainda ouve o trovejar da sua alma enlouquecida pelo calor dessa eterna paixão.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Infelicidade


Você sabe realmente o que seja a infelicidade?
É algo que ultrapassa as barreiras do meu entender
É o que tem nesses anos transformado as minhas verdades
É tudo aquilo que consegue me levar pra longe de você

É essa agonia sempre tão constante na minha vida
É essa ousada ausência que nunca consigo compreender
São todas essas tristezas que me são permitidas
É na verdade toda essa dolorosa saudade de você

Infelicidade também é esse descabido tormento
Desses longos dias e infindas preocupações
É na verdade esse incompreensível desmoronamento
Dos meus lindos sonhos e das minhas doces ilusões

Infelicidade por certo é tudo isso que me consome
No dia a dia dessa minha infinita e preocupante dor
É com certeza essa provocante sede e inevitável fome
Que o meu corpo sente pela imensa falta do seu amor

Minha Fantasias


No meio de tanta tristeza e solidão
Surge um alento inesperado em meu caminho
Que alivia as amarguras do meu coração
Arrancando da minha alma alguns espinhos

E sinto um pouco de alívio tomar conta do meu ser
Quando antes, era apenas a dor que habitava em mim
E meu coração se enche de suavidade se falam em você
Pondo em meus pensamentos muitas lembranças sem fim

Mas de repente me surgem reminiscências do início
Que algo como um flash, outra visão de tudo vem me dar
Que parece ter registrado em minha vida um outro indício
Um algo que sempre existiu e eu nunca fui capaz de enxergar

E em instantes por um outro flash a minha mente é invadida
Sendo de situações e momentos que um dia me foi constrangedor
São algumas lembranças que no tempo fui ocultando da minha vida
Pois realmente nada de bom para minha vida trouxe ou provocou

E foi assim, dessa forma, que friamente me pus a refletir
Pois quando a verdade dos fatos em mim se fez presente
Meus sonhos inquietos também se foram e eu pude sentir
Que as minha fantasias, foram apenas fantasias...Infelizmente

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Reminiscências Imperfeitas



Minha tristeza anda tão aparente
É que já não consigo mais esconder
Para alguns, não tem sido indiferente
E não ouso confessar que a razão é você

E a minha mente sempre tão traiçoeira
Me lembra palavras e gestos tão frios
Essas lembranças nunca serão as derradeiras
Nem tão pouco virão em momentos tardios

Serão sempre lembranças dolorosas para mim
Recordações tão amargas e nunca bem aceitas
Elas até se revelam sem início e sem fim
São reminscências amargas e também imperfeitas

E nos momentos de silêncios constantes
Quando as imagens se confundem na minha mente
Me sinto dessa vida apenas um mero viajante
De olhar perdido, nesse vazio e triste poente



São

domingo, 14 de agosto de 2011

Falta-me Tudo Enfim


Hoje percebo ser inútil eu querer revidar
Todas as muitas maldades que a vida me fez
Tento apagar da alma o que ainda me faz chorar
Tento esquecer os tormentos que a vida não desfez

E nessa amargura quase sempre enlouquecedora
Ainda sinto o gosto dos sequiosos lábios seus
E um frenesi ante sua boca voluptuosa e esmagadora
Que com lascívia e sofreguidão possuía os lábios meus

E a minha alma diante desses meus pensamentos
Vibra lubricamente ante minhas saudosas lembranças
E num sensual,desmedido e profano arrebatamento
Ainda me vejo com audácia retendo um fio de esperança

E vou me deixando por essas lembranças seduzir
Rebuscando em cada canto do meu infeliz ser
Toda essa magia que um dia me fizesse sentir
Num desejo louco que sempre emanava de você

E nunca mais consegui de fato me realizar
Sempre falta-me algo, falta-me tudo enfim
Falta seu corpo para eu lascivamente tocar
Faltam suas voluptuosas carícias sobre mim

Pela minha mente revejo meus cabelos em desalinho
E a saudade que me invade parece me enlouquecer
Pois falta o alimento da minha alma...Seus carinhos
Falta-me tudo em suma... Pois falta em mim... Você


Ceticismo Absoluto


Existem coisas na minha vida
Que eu gostaria muito de esquecer
São coisas que muito me magoam
E que em nada me fazem crescer
Foram momentos de grande dor
Situações de desamor
Noites sem brilho e sem cor
Em todos esses momentos faltou você

Pelas estradas da vida percorri
Sempre com a alma e os pés desnudos
Sobretudo desarmada e despreparada
Para essa falta de você nisso tudo
E nessa minha jornada sempre busquei
Afogar as mágoas por tudo que deixei...
E tudo em mim não mais se fez
Num momento de ceticismo absoluto

E mesmo sabendo ser em vão qualquer tentativa
De esquecer o tudo que um dia me fizesse viver
E talvez seja por isso que eu ainda procure
Uma outra chance de ter de volta você
E sofro diante de cada luta perdida
De cada sonho desfeito, onde minha alma ressentida
Ainda vive a lhe desejar de forma atrevida
Pois sei o quanto, ainda vives a me querer




quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Passou-se O Tempo


Eu sei que todos os desgostos sofridos
(e olha que não foram poucos, eu sei)
Abreviaram ainda mais os dias meus
E foram sempre muito amargos...E cada um por sua vez
Foi pouco a pouco me tirando a alegria de viver
Mas eu ainda lembro tudo quanto você
Sem pudor me dava em prazer
Pois sempre foi assim que entre nós tudo se fez

Hoje,de tudo distante... Vejo pelo meu olhar de tédio
Bailando as sobras do tudo que me fizeste viver
(e bem sabes que foram muitas loucuras)...
Talvez por isso, até hoje, nada consegui esquecer
E não houve nada que eu não tenha sentido
Pois entre nós tudo nos era permitido
Era amor puro, paixão intensa...Nada fingido
E foi tudo isso que um dia eu tive de você

Passou-se o tempo e meus sentimentos a tudo resiste
Embora no tempo...O tempo, quase tudo isso levou
E não importando o que o destino permitiu
A minha vida soçobrou nas mágoas desse amor.
E amar assim como amei, nunca mais... Não tem jeito
Pois nem as cicatrizes que ainda guardo no peito
Consegue taxar esse amor de imperfeito
Pois eu sei que foi algo muito grande,raro e embriagador

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ruínas Dos Meus Sonhos


Já não é comigo que partilhas teus sentimentos
Também não é comigo que somas as tuas emoções
Embora eu saiba que ainda ocupo teus pensamentos
Mesmo assim eu sei já ser outra a dona do teu coração

E ainda assim eu tento manter a minha mente ocupada
Pelas lembranças que nunca deixam de povoar os dia meus
E vou lembrando de quando eu ainda era a tua mui amada
A grande possuidora dos carinhos e dos sequiosos beijos teus

E são essas muitas lembranças que tanto me tem maltratado
Tornando cada vez mais difícil esse meu infeliz viver
Pois ainda assisto às ruínas dos meus sonhos mais amados
Já que o meu maior projeto de vida consistia no teu bem querer

sábado, 6 de agosto de 2011

Os versos que não fiz, mas que te dou...



(Plágio)Poema de JG de Araújo Jorge
"Os versos que te dou
Do livro Meu céu interior"


Ouve estes versos que te dou, eu não os fiz
e hoje que não sinto o coração contente
pois o teu amor não é mais meu, infelizmente,
no plágio destes versos...Mostro quanto sou infeliz..
.
Mas eu ainda farei outros versos pela vida afora,
serão versos de sonho e de amor, pois sei que depois
irei relembrar todo o passado de nós dois...
esse passado que não começou agora...

E serão versos repletos de ternura,
que são meus, e teus, também...
Sozinho, hás de escutá-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...

Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revive-los nas
lembranças que a vida não desfez...

E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...

Se nesse tempo eu já tiver partido e
algum outro verso quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...

Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os meus versos de amor que ainda te dou.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A Morte Das Minhas Fantasias


Hoje, mais uma vez o sono me abandonou
A madrugada nem tão silenciosa já vai alta
E talvez pela noite chuvosa que a tudo provocou
Eu mais uma vez pude sentir como me fazes falta

E o barulho incessante da chuva na minha vidraça
Faz o meu pensamento sair rodopiando de saudades
E a minha alma cansada entrevê na luz quase baça
A morte dolorosa das fantasias de minhas verdades

E a manhã se aproxima fria e indiferente por mim
Nem parece notar meu olhar de penúria e sofrer
E parece que só eu entendo que será o meu fim
Se eu continuar sozinha... Apenas desejando você