quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Renascer


É doloroso
Sentir o que já não se é
Quando na verdade
Nunca se foi...
É doloroso
Abrir os braços
Para receber o que nunca veio
Cruzar os braços
Ante o vazio cortante
De algo que transborda
Na alma...
Reprimir um riso
Para dar evasão
A um choro brutal
Convulsivo
Deixar um grito calado
Expandir, se perder
Em mil sussurros,
E pela fresta da existência
Perceber
A vida que célere lhe foge
Por entre os dedos...
Descobrir pasmo, o que
Nunca foi encoberto,
Apenas saber que seus olhos
Deixaram de ver...É doloroso
Sufocar
O que teima em brotar
Arrancar
O que insiste em permanecer

O soluço da dor
Esmaga o meu peito
grita em desespero
Ansiando um gesto de amor...

Mas a hipocrisia
Me afaga
E a falsa alegria
Me abraça

É a ilusão que me acorda
É a realidade que me adormece
É o sonho que me constrange
É a vida que me embrutece

É a saudade que me alimenta
É o desejo que me consome
É o desgosto que aumenta
Nas minha noites insones

É um sorriso que se apaga
Num olhar misterioso
É uma promessa que afaga
Um desejo imperioso

É a calidez do vento
Que desperta sentimentos
Prometendo o que faltou
Uma linda história de amor

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