terça-feira, 30 de setembro de 2008

Rei Dos Astros


Se a procuro, ela não foge.
Se a busco, ela me aceita
E chego aos poucos, de mansinho,
Envolvendo-a calidamente
Ao perlustrar com ânsia
O recôndito das sua fendas misteriosas.
E a minha paixão de inebriante
Torna-se ardorosa,
Intensamente abrasadora
E ao longo dos meses, com o fogo
Devastador do meu eu
Vou pouco a pouco crestando o seu corpo,
Para no final deixá-la de mãos feridas,
Corpo doente e a alma já quase morta.
O seu olhar dantes sereno, repousa triste
Sobre o horizonte
Ao sentir o seu corpo ressequido.
Aí, ela pede ajuda e esta vem...
Ela chega derramando suas abundantes lágrimas
Sobre os ferimentos que causei
E o seu agradecimento mais parece
Um esgar de revolta
No seu alto brado de trovão.
E submissa, ela deixa as lágrimas
Escoarem por entre os seus seios,
Lavando-os por completo
Até atingir a sua alma.
E assim ela voltará a ficar revestida de frescor
Para mais uma vez palpitar e fremir
Diante do ardor da minha paixão
Menos tempo ela haverá de ser possuída
pela frialdade,
Pois logo irá sentir necessidade do meu calor,
Da minha tórrida paixão.
E as chuvas terão que abandonar
A pureza do seu corpo,
Deixando-a fresca e bela para que eu,
O rei dos astros
Volte a possuí-la e mais uma vez crestá-la
Com a minha insaciável e premente paixão

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