quarta-feira, 29 de julho de 2015

COMO UMA ÁRVORE



Quantas vezes me senti dessa vida tão cansada
De brigar com o tempo e de tudo o que nele há
E foram tantas as minhas descabidas cabeçadas
Talvez por isso não encontrei o que me faria mudar

Foram todas longas e cansativas as muitas galgadas
Que pela vida à fora eu sempre me vi forçada a dar
E tantas foram as injustiças  contra mim praticadas
Mas mesmo assim eu nunca desisti de continuar

Os anos foram se passando e tudo permaneceu igual
Nada, ao menos dentro de mim, sinto que mudou
As angústias se somavam e sempre foi muito desigual
E o momento que eu sempre esperei... Nunca chegou

Inúmeras foram as vezes que me senti como uma árvore
Vendo a seiva da vida se esvaindo de mim aos borbotões
E meu rosto sempre permanecia rígida como m mármore
E dessa forma me vi perdendo todas as minhas emoções

E continuei minha vida, dia após dia... Ano após ano
E o novo sempre se fazia velho, aliás, ultrapassado
Alegrias eram cada vez mais raras no meu cotidiano
E o desgosto continuava sempre fiel... Ao meu lado

E travando uma luta desigual e sempre crescente
Vi o por do sol da minha vida, traiçoeiro despontar
E me vi mergulhando numa solidão mais temente
A terrível solidão que não lhe permite mais sonhar

E pensando no por do sol que cruel e inclemente
Ameaça chegar sem me dar mais chances pra viver
Uma outra história que fosse da vida um presente...
Mas foi aí que o destino resolver apresentar você

Em poucos dias nem lembrava quem eu era
Minha vida aos pouco apresentou uma nova cor
Me surgia o momento que a vida toda se espera
Aquele momento que se transforma em amor

Lutei contra meus princípios pesando as mágoas
Mesmo lutando contra tudo ser em vão percebi
Por debaixo da ponte da vida rolarias muitas águas
Mas tudo em mim  mudou depois que lhe conheci

Os sonhos povoavam minha mente em desalinho
Acreditei em você como parte das minha verdades
Acreditei que nada mais iria mudar meu caminho
Pois eu era só alegria e esperanças de real felicidade

Mas da mesma forma que chegasses um dia  a mim
Você também se foi sem nem sequer olhar pra trás
Inevitavelmente surgiu o que eu mais temia, o fim
Só que dessa vez o sofrimento foi mas forte, doeu mais

Não sei se mereci da vida esse desenlace final
Nem mesmo sei o que de fato nisso tudo aconteceu
Só sei que foi de forma cruel e me fez muito mal
Aí percebi que sem cerimônia a minha alma morreu

Hoje, não existe em mim algum tipo de arrependimento
Apenas percebo que mergulho aos socavões do meu ser
Minha vida era triste, mas não havia esse sofrimento
Que um dia me foi presenteado cruelmente por você

Já não encontro mais razões para sorrir pra vida de fato
Apenas sigo a minha caminhada tão cheia de espinhos
E percebo como me é indiferente até mesmo os abraços
Que vez por outra eu ainda vejo surgir em meu caminho

De tudo isso eu tirei apenas uma grande e fria lição
Como era de se esperar, uma couraça de indiferença ergui
E coloquei sem dificuldades no lugar do meu coração
Hoje, trago no peito uma pedra onde soterro tudo que vivi












terça-feira, 28 de julho de 2015

OUVINDO VOCÊ


Ao Menino Pedro Potiguara

Quantas vezes dentro do meu próprio silêncio
Fico lembrando as vezes que estou ouvindo você
E acredite menino Pedro, são nesses momentos
Que meus pensamentos quase sem eu querer
Ouve você aos meus sofrimentos dar emoção e vida
E percebo que foram muitas as caminhadas perdidas
E  minha alma vai se  libertando dessa forma sentida
Quando ao te ouvir desdenho do tempo sem sofrer

E  um dia virtualmente cruzaste o meu caminho
Percebi que o profissionalismo regia teus passos
E surpreendentemente teu outro lado descobri
Do ser humano ímpar, e criamos um virtual laço.
Hoje, ouvir meus escritos por ti tão bem gravados
E de uma maneira belíssima vida a eles tens dado
O que tem me feito rever meus conceitos atrasados
Embora o meu existir parece caminhar em compasso

E nesse grande profissional as vezes me pego pensando 
E no muito que ele representa nesse meu mundo virtual
Pois além de um amigo, o tenho também como um irmão
As vezes me fazes rir, com teu humor e jeito sensacional
És pra muito importante menino Pedro Potiguara
E até hoje eu nem mesmo pra mim revelara
Que aquele peso que por tanto tempo eu carregara
Diminuíste meu fardo com tua doçura nesse lado profissional



AS MUITAS RUÍNAS


Mais um dia de chuva e eu aqui quieta... Pensativa
Quantas vezes nesse som embalei meus muitos sonhos
Que parecia (e sem medo fazer-me) por inteiro criar vida
Mas que hoje, esse mesmo som tem um sentido medonho

Se olho para trás vislumbro apenas as muitas ruínas
Que aos poucos tirou o brilho e a beleza do meu olhar
E foi você que me transformou na minha própria assassina
Pois matei dentro de mim a última chance de ainda amar

Perdi-me embalada pela voz tentadora do teu existir
Sufoquei-me ao perceber que pra ti fui apenas brinquedo 
Não entendi onde estava o real prazer desse teu sentir
E pior, eu ainda acho que fui o acréscimo desse seu medo

Medo de se sentir preso ou apenas de ser realmente feliz
Me desses tanto e em troca nada pedias, mas tudo querias
Por algum tempo tive a brisa do amor como eu sempre quis
Mas por outro lado a angústia da solidão eu  já pressentia

Tanto te quis, tanto sonhei e construí em sonhos nossa vida
Mas o tempo e a distância apenas conseguiu me mostrar
Que nada do que juntos sonhamos e as vezes de forma atrevida
Era o que realmente reservavas para comigo um dia partilhar

Quantas esperanças perdidas... Quantos sonhos desfeitos
Hoje em mim não existe sentimentos de nenhum tipo
Apenas tristezas e indiferenças povoam o meu peito
E é apenas com amargura que esta vida perdida eu ainda fito


sábado, 18 de julho de 2015

AMOR PERDIDO


 À menina Maria Egídia

Hoje uma saudade muito forte me doeu
Pois fui visitada por uma insônia cruel
E as lembranças que em mim não arrefeceu
Me fez entre lágrimas sorver um cálice de fel

Fel pela tua ausência meu grande e único amor
Que durante duas décadas conseguiu me mostrar
A força que regia o sentimento que em nós brotou
E foi o melhor que a vida um dia pode me presentear

E nessa madrugada as recordações se fizeram maior
Ainda pude sentir das flores que me davas o odor
E cada gesto teu e palavras ainda as guardo de cor
E foste sem dúvida o homem mais completo meu amor

Mas quis a fatalidade um dia levar-te de mim
Ainda hoje choro a saudade dos nossos momentos
E juro-te que nem a morte ao nosso amor pôs fim
Pois vives dentro de mim e de meu olhar modorrento

As rosas e os cravos que me presenteavas eram diferentes
Tinham o mais firme e delicioso de todos os perfumes
E desde aquele dia que o vi, e eu era apenas adolescente
O destino nos uniu sem eu saber que me restaria os queixumes

Hoje sozinha penso no muito que me deste e que eu te dei
E confesso que foram os melhores anos da minha vida
Foste o amigo, o marido o amante num único homem que amei
E por quem ainda choro todas as lembranças em mim sentidas

Um grande e louco amor perdido para o próprio destino 
Deus assim permitiu continuar a minha jornada sozinha
E sei que cada momento que eu lembre meu amado menino
Terei por consolo teu afago imaginário nessa solidão tão minha


sexta-feira, 10 de julho de 2015

INUSITADA LIGAÇÃO


Crônica:
Ontem á noite eu estava um pouco estressada, talvez por estar às voltas com um (pra mim) estranho aparelho de celular. Estranho pela falta de manuseio do mesmo, já que eu estava acostumada ao meu, mas a minha menina Ashley me pede pra trocar de celular, pois o meu era exatamente o que ela estava precisando, fiquei um pouco ressabiada, pois eu não sou ligada a essas modernidades, e depois que eu me familiarizo com o meu ela me vem com essa proposta...
Mas terminei por aceitar, mesmo sem muita boa vontade em fazê-lo.
Ela formatou ambos aparelhos, e de momento ela instalou o que eu mais usava, foi pro quarto dela e me deixou olhando entre desconfiada e temerosa de fazer alguma bobagem (sou péssima em tecnologia).
Estou eu mexendo no celular, tentando não me perder, (já que este é diferente do meu), quando sem querer eu toco, (um leve toque) e percebo estar iniciando uma chamada, me desespero em querer interromper a mesma, mas descubro ser em vão, não tenho a mínima noção de como fazê-lo e incomodar a minha filha estava fora de cogitação.
- Alô!
Do outro lado se fez ouvir uma voz forte, e timidamente eu falo... É a Gábata.
A voz diz: Menina que surpresa... E eu: - Desculpe, liguei sem querer.
A voz responde: - E ela é muito sincera...
Eu ri e descontraí e alí começou um longo e gostoso papo com a minha querida menina e amiga virtual Regina Estela Rosa...
Eu jamais poderia supor que ela fosse essa pessoa doce e gentil, pois escrever gentilezas, pode até ser fácil (embora eu não acredite nisso). Mas ouvir aquela voz forte, como ela disse, voz de fumante, mas era um timbre que demonstrava certeza do que queria... Do que desejava e do que inevitavelmente havia perdido no tempo.
Eu amei ouvir e sentir a voz da menina Regina, e durante nosso papo percebi que tínhamos coisas em comum... Foi uma inusitada ligação, mas que serviu para nos conhecermos um pouco e sentir quão interessante pode ser um acaso desses... Depois desse momento, sei que outros acontecerão e que me será bastante gratificante, pois não é todo dia que o destino nos apresenta um alguém tão especial...