terça-feira, 30 de setembro de 2008

Doce Encanto



Categoria: Contos

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Um grito desesperado rasga a entranhas da madrugada. O que devia ser um choro de alívio, se transforma num esgar inncontrolável de dor. Nalva olha o corpo sem vida da mãe e não consegue aceitar aquele fato, mesmo sabendo que esse momento estava para chegar, e que o mesmo era esperado para exterminar de vez com o sofrimmento da sua mãe, que vivia agonizando, já havia alguns meses, vítima de cancer de útero. E era sabido por todos que o melhor era o que havia acabado de acontecer. Mas era inegável que aquele crucial momento estava sendo mais difícil para a Nalva do que para os demais membros da família.
A Nalva muitas vezes ficara sem alimentar-se, passava as noites em vigília, mesmo revesando entre as irmãs, para que a sua mãe, a d. Lica nunca se sentisse só. Elas sabiam que o melhor que poderiam dar a mãe nesse momento era carinho e muito amor, pois era a única maneira que elas tinham para aliviar um pouco o sofrimento da mãe lica, como era tratada carinhosamente peloas demais pessoas, e assim elas prtocuravam preencher cada momento com muito amor, já que nada podiam fazer para abrevias tamanho suplício.
E foi assim que a Nalva pouco a pouco foi perdendo a alegria que tanta beleza lhe dava ao seu rosto infantil. Ela sabe que nunca mais conseguirá ser como já foi, pois foram longos meses de sofrimento e ela se viu mudando lentamente. Impressionante é que ela, talvez inconscientemente guardou consigo os traços da mãe, e em muitas ocasiões nos deparamos com a imagem da saudosa mãe Lica, quando fitamos o olhar sereno da Nalva. Sei que muitos anos já se passaram, mas a dor que a Nalva registrou ficou para sempre, já que a maior parte do tempo quem ficava com a mãe era ela.

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