quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Pungimento
Tudo caiu no esquecimento...
Teu falso sentimento
Tuas palavras doces que só me recordam dor,
Ah! como dói lembrar... sentir meu peito aquecer
E nada mais poder falar,
Ficar apenas com as amargas lembranças
Que corroem minha alma, e que me deixate como herança.
As lágrimas que rolam livremente lavando meu todo
Sem contudo devolver a minha calma.
O céu de um azul puríssimo se confunde nos meus sonhos...
Perdidos na dor de um imensíssimo olhar tristonho
Este meu olhar já quase baço pelo desgosto
Do teu amor devasso.
Ah! meu olhar... este que tanto te encantou
Olhar este que te enfeitiçou,
olhar este que tanto você amou...
Mas o teu amor louco e profano,
Mergulhou numa fria indiferença
Transformando o belo, num sentimento de loucura
Ao invés de doçura...
Tornando em ruínas meu castelo.
Tão grande amor sucumbiu
Ao primeiro estertor esmaeceu...
Sobrepujou a vaidade, o orgulho ferido e a maldade.
Toda minha vida ruiu.
Nada mais restou.
A claridade do meu dia escureceu...
Planos desfeitos... Paixão saciada,
E eu contudo ainda me iludia
Que ao meu mundo voltarias,
E outra vez, minha vida encantada seria.
Mas tudo foi em vão. Roubaste meus sonhos
Destruíste meu coração e minha já perdida alegria...
Transformaste meu hoje em triste agonia
Se perdendo em louca fantasia...
Mas bem sei que segues alheio ao meu sofrimento
Mas eu creio que um dia o arrependimento
Será teu castigo e teu martírio
Até que um novo idílio
Em teu coração haverá de florir
E talvez assim compreendas toda loucura de amor
Que não fui capaz,
E entenderás também,
Tudo quanto ficou para trás,
Tristeza, mágoa e dor e uma saudade imensa
Sufocada na grande indiferença
De um breve e pungente amor.
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