Quando eu era pequenina
De nada eu nunca tinha medo
Eu era um doce de menina
E ignorava o que era segredo
Mas o tempo por mim foi passando
E um novo mundo pra mim se abriu
Pra algumas coisas fui despertando
Tão logo o mundo pra mim sorriu
Minha inocência não perdi de imediato
Pois era forte meu espírito infantil
Mas vi que o tempo era debochado
E zombava do meu pensamento pueril
Os anos me ensinaram a ficar acomodada
Sem muitas forças para decidir ou lutar
Assim fui crescendo, e como condenada
Me deixei levar sem nunca pensar em relutar
Décadas se foram e eu por aqui fiquei
Me fiz forte quando fraca eu me sentia
E todas as minha vontades sufoquei
Sem saber a diferença da dor e da alegria
É que pra mim tudo me era indiferente
Opinião nunca aceitei nem me fiz de rogada
Sempre fui rebelde e até intransigente
E as minhas decepções ficaram guardadas
Hoje, mulher madura e bem mais consciente
Na alma se refugia a imorredoura criança
No peito todos os anseios que infelizmente
Tenta vencer o meu frágil elo de esperança
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