sábado, 24 de janeiro de 2009

Silenciosos Gritos


A noite que chega me abraça com nostalgia...
A esperança já quase morta tenta em desespero
Reavivar uma existência
Que ficou presa no tempo,
Sempre saudosa nunca porém esquecida.
A noite que avança com seus braços de cúmplice
Me tira calidamente do sono embriagador e
Doloroso
De tudo que se foi e não volta mais...
Que amargura a invadir-me a alma.
A realidade me traz de volta,
Me desesperando, me enlouquecendo
de dor, de amor, de desejos.
Já não há como fugir.
O medo aprisionado se liberta
Dando vazão a tudo que me sufoca
Que me devora a alma.
A saudade suavizada pelo tempo,
Liberta-se da fugaz couraça
De fingida indiferença
E explode em silenciosos gritos...
Os braços da noite não conseguem conter
Tanto desespero e tanta ânsia.
A sensatez chegara tarde e cautelosa se fora,
Em seu lugar ficou a saudade e a solidão.
A noite compreensivamente se despede tristonha
dando lugar a um novo dia que chega
Arrebentando de alegria,
Invadindo meu íntimo, ferindo minha alma
Que mergulhada num mundo de eterno sofrimento
Não consegue compreender
Como tanta vida pode existir,
Como tanto explendor pode acontecer,
Quando mergulhada em eternos devaneios
Em momentos de infinita solidão
Vive a sua tão amargurada existência.
Fria como a noite... que se vai abandona-me
Nos braços mornos de uma ensolarada manhã,
Que em sua brilhosa e radiante vida
Parece não perceber
Que tudo o que me resta
É ainda poder recordar de algumas coisas
Sem afogar-me num oceano de prantos.

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