segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Mórbido Estoicismo
Sinto-me assim estranhamente vazia e só
Até parece que o estoicismo me abraçou
Mesmo como um estoico não me sinto melhor
Diante do meu mundo que quase desmoronou
Vejo os sonhos se dissiparem no ar como fumaça
E as dores que latejam impregnando todo meu ser
O sofrimento em desalinho minha alma traspassa
E meio perdida vou tentando a tudo esquecer
E como folhas secas me sinto assim levada
Pelas adversidade que a vida me apresentou
E como toda folha tem seu momento de parada
E soçobrando nas mágoas meu momento chegou
Muito calada e meditando cabisbaixa permaneço
Um suave torpor que aos poucos chega e me abraça
E ao mundo a minha dor timidamente eu ofereço
E pouco a pouco diante da vida meu olhar se embaça
E sorrio de modo indiferente a tudo e a todos enfim
Sentindo os braços frios da morte que já me enlaça
E vou pressentindo que está perto afinal o meu fim
É onde a vida de mim sorrateiramente se esgarça
E eis que uma brisa que sopra não menos gélida
Vai aos poucos envolvendo minha alma solitária
Calmamente vou me desgarrando dessa vida fétida
Que da dor tão bem soube me fazer tôla voluntária
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