sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Dispersas ao Vento
A água que desliza mansamente
Através da quietude da floresta
Me faz viver tudo novamente
Nas cores que a vida nos empresta
No silêncio que esconde o meu pensar
Florescem histórias de encantamento
Talvez eu nem sequer possa imaginar
Mas posso dar vida ao meu pensamento
E o som inquietante que a mata adentra
Talvez entenda meu descontentamento
É que as vírgulas do destino me afugenta
Quando sinto zombar de mim o fingimento
Com certeza meiguice já não enternece
Quem tem razões para descrer da alegria
Um coração amargurado somente embrutece
Quando já perdeu da vida toda euforia
Brincar de faz de conta com o destino
Apenas machuca quem não se prepara
Traduzir de forma grande o pequenino
Só mesmo para quem vive as claras
Eita destino infeliz e desencontrado
Nos revela subitamente a natureza
Mas para quem está de coração magoado
É no silêncio que esconde toda firmeza
E o silêncio quebrado pela algazarra
Dos pássaros revoando em bando colossal
Nos convida a fazer parte dessa farra
Mas forma simples e muito especial
E olhando outra vez essas águas puras
Que desliza sem pressa e mansamente
Nem reparo na vida todas as agruras
Que se banha na lágrima calmamente
Nessas lágrimas percebo a minha vida
Que corre nostalgica ao sabor do tempo
Triste por ter a ilusão assim tão perdida
E as sobras dos sonhos dispersas ao vento
E perdida nos tristes resumos da vida
Onde os sonhos inevitável perdeu a razão
Mas conservo nos olhos a imagem atrevida
Que um dia tive plantado em meu coração
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