sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Última Estação
Tenho feito longas e intranquilas viagens
Nunca encontrando paradas para descansar
As vezes sou envolvida por fracas miragens
Porém raras vezes eu consigo delas gostar
Percorri quilometros mas sempre buscando
Fugir de algumas estações a mim impostas
Mas infelizmente os anos foram se passando
E os acontecimentos a mim pouco conforta
Nessa minha solitária viagem tenho continuado
E muitas foram as vezes que em meio a multidões
Senti-me como se da vida não tivesse participado
Continuando perdida num mundo vasto de ilusões
Mas de repente me sinto como que invadida
Por uma estranha e inexplicável sensação
Sem encontrar um sentido real para a vida
Sinto-me afundar num grande mar de solidão
E muito embora eu nunca esteja realmente só
Não consigo livrar-me dessa angustiosa sensação
E sem querer percebo estar sentindo por mim dó
É que já não existe mais alegria em meu coração
E nesse meu desespero quase cruel e crescente
Se apoderando de mim sem nenhuma compaixão
Pressinto que seja o medo desse meu presente
Ao pensar no desembarque da próxima estação
Pois eu bem sei que lá estarão me esperando
Indiferentes a esse meu triste desembarque
Sempre foi assim, olhos frios me espreitando
Aguardando por cada um dos muitos desenlaces
Mas hoje, nesse dia quente de verão senti frio
É que não me abandonou essa estranha sensação
As vezes sinto como se fosse da morte o arrepio
Me convidando a descer nessa última e fria estação
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