domingo, 24 de outubro de 2010

Um reencontro


Estou de volta ao meu mundo solitário
Onde me refugio sempre que algo me entristece
E vou desfiando minha vida como um rosário
Onde cada conta, indiferente a tudo permanece

E comparo o mar revolto à minha vida
Hoje porém, muito mais calma dá pra se ver
Mas eu tive do destino péssimas investidas
E foi assim que meu mundo criei sem perceber

E como uma ostra sempre fui me fechando
E quando dei por mim já era muito tarde
Os anos se passaram, a velhice foi chegando
E eu me revoltei contra o tempo, vil e covarde

Hoje a única coisa boa que me ainda resta fazer
É continuar em frente, mas sempre olhando pra trás
Pois eu sei que em qualquer dia desses, você
Numa esquina dessas da vida, surgirá mais audaz

E pensando nisso até imagino estar vendo
O que provavelmente irá então nos acontecer
Você de mim se aproximando e eu entendendo
Que minha mente conseguiu materializar você

Pois nós nunca deveremos de fato nos encontrar
É que isto seria com certeza fatal para mim
Esse reencontro seria o fim dessa vida de sonhar
O que certamente seria a morte de tudo para mim

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