quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Louca Paixão
Como deve ser sublime a sensação
Que a mãe natureza sente a cada despertar
Quando os raios solares cheos de emoção
Vem calidamente seu corpo abraçar
A noite se foi com a sua friagem
E o dia surge em todo seu esplendor
Com malícia começa dando massagem
Nesse corpo que reage com tanto calor
E o sol se encanta embevecido
Em direção aos montes lhe olha os seios
Onde muitas vezes o homem atrevido
Os machuca sem tantos receios
E um fremir quase louco e inquietante
Desperta desse astro rei toda paixão
Mesmo com sofreguidão, vem calidamente
Mergulhar nessa enlouquecida emoção
Mas essa paixão tão inebriante e louca
Cresta aquele corpo tão arrebatador
E os sussurros que saem daquela boca
São gemidos loucos e desesperador
E os seus longos cabelos estão debotados
Seu corpo exuberante agora está sofrido
Está empoeirado e também muito rachado
Por esse ardor solar já quase descabido
Seus seios já não estão intumescidos
Algo outra vez lhe machucou dolorosamente
Foi o homem esse míserável e insandecido
Que sem pensar lhe feriu tão profundamente
Com a sua falta de atenção
Em sua soberba, na maioria
Lhe machucou com um avição
Lhe tirando toda a alegria
E como se não bastasse o sofrimento vivido
Vieram outros movidos por uma maior ambição
Cortaram seu corpo e seus cabelos compridos
E atearam fogo sem dó, em seu pobre coração
E para seu sofrimento se fazer maior
Outros chegam com maldades também
Rasgam as suas carnes sem dó
E cortam as sua veias, indo mais além
E a cobiça pelo brilho lindo, caro e puro
Que em seu sangue eles sabem se pode achar
Lhe poluem a nascente comprometem seu futuro
Querendo tão somente suas riquezas encontrar
E nesse sofrimento atroz e descomunal
Onde a cobiça impera de maneira crua
O homem esse vil e miserável animal
Lhe embrutece e deixam-na quase nua
Todavia, como se não bastasse tudo isso
Eis que o rei dos astros chega de mansinho
E com sofreguidão mergulha nesse paraíso
Esquecendo de lhe fazer um pouco de carinho
E ele a queima, enlouquecido de paixão
Crestando seu corpo e também sua alma
Vibrando inquieto nessa estranha emoção
Lhe tirando de pronto toda a sua calma
E os meses que se arrastam impiedosos
E o sol com seus raios abrasadores
Vai aos poucos com meneios audaciosos
Lhe despindo com gestos enlouquecedores
E ela permanece nua e também machucada
Esperando as lágrimas que ainda virão
Para banhá-la deixando-a purificada
Preparando-a para a próxima estação
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