
Como posso preencher o vazio
Que um dia deixasse em mim
Se na calada da noite o frio
Me perturba sem ter fim
Muitas têm sido as noites
Que procuro em vão fugir
Da solidão com seus açoites
Fazendo meu peito de dor explodir
E nesses inconstantes sentimentos
Me deixo levar sem resistência
Fugindo de alguns acontecimentos
Sempre negado pelas aparências
E guardando calada a minha dor
Me deixo seduzir pela saudade
Bem sei já não há resquícios de amor
Mas por um, ainda aguardo com brevidade
E sinto o coração levemente estremecer
E uma brisa que suavemente me envolve
E recostando a cabeça sinto adormecer
A solidão fria que o meu ser já não absorve
E abraço com ternura o meu travesseiro
Embalada na esperança que não tarda a surgir
E de repente num gesto como se fosse o primeiro
Mergulho no silêncio do nada sem temer o porvir
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