segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

A Chuva



A chuva bate forte contra a vidraça
Parece querer da vida me despertar
Olhando a janela sinto a alma baça
Penso em você não vejo o tempo passar

As águas como enxurradas descem a rua
E um desejo enorme me vem de brincar
Eu sinto já não ser criança de vida nua
Existem sentimentos que preciso segredar

E o som forte, divino e maravilhoso
Dessa chuva que está caindo sem cessar
Eu sinto um sentimento estapafurdioso
Me convidando gentilmente a brincar

Mas nesse exato e melancólico momento
Como um filme vejo a vida passar
E sinto que a chuva é como um tormento
Como meu sentimento que teimo em calar

E continuo observando a chuva que cai
Lavando da minha alma todo o marasmo
E inconsciente aos poucos minha vida vai
Tentando se libertar de todo sarcasmo

E a minha existência prossegue lentamente
Lutando sem forças, mas tentando vencer
Só não quero ser como a chuva que morosamente
Desce as encostas e em algum lugar vai morrer

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