terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Devolve-me


Não sei o que de fato acontece
Estou quase a me perder
E meu coração embrutece
É saudade, só saudade de você

Quisera poder fazer parte
Dessa história tão tua
Quisera ainda abraçar-te
Quando a noite se mostra nua

Quisera dar-te um bom dia
Antes que um pássaro acordasse
Quisera ser eu a tua alegria
Antes mesmo que o sol raiasse

E essa tristeza que me embaça
Por certo deve ser a saudade
Que na minha vida já não faz graça
Quando você meu pensamento invade

Me roubas a tranquilidade
Me enches de loucos devaneios
Por favor devolve minha serenidade
Que se perdeu nesses meus anseios

Eu queria pegar meus dias e calmamente
Em belos e alegres dias transformar
O que eu quero é poder tão somente
Fazer você pra minha vida voltar

Preciso adormecer na minhas noites
E não precisar nas madrugadas chorar
A saudade me maltrata com seus açoites
Só porque não consigo deixar de te amar

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Adeus Feliz 2008


Até que foi um ano maravilhoso
Dele realmente não tenho do que me queixar
Consegui realizar alguns desejos
E outros estão prontos para se concretizar.
Fiz boas e gratificantes amizades,
Pois 2008 trouxe para mim
Pessoas como a Amarília Couto
Que bem sei jamais vou esquecer, pois
Sou-lhe grata por cada palavra dita
Por cada frase escrita e tão bem colocada
Que me fez outra vez na vida acreditar...


E através da amiga Amarilia
Outra amizade pude fazer
Falo da Patrícia Tieko,mulher abençoada
Que Deus assim quis me presentear.


Um outro projeto
Que parece que também vai dar certo
Falo agora de uma editora
Que entrou em contato comigo
Para tentarmos um livro meu publicar¨


Realmente são muitos e bons acontecimentos
Que a vida assim quis me presentear
E espero que 2009 a tudo isso possa coroar...

Terminei o curso que estava fazendo
Passei no vestibular
Conservei alguns amigos e outros acabei de ganhar
Mas eu posso garantir
Que o que me deixa realmente muito feliz
É poder sentir que voltei a viver
Que estou a me realizar


Já não me importa mais a idade
Estou sempre a me renovar...
Tenho hoje em dia boas lembranças
E muitas saudades para matar
Vejo os frutos que estou colhendo
Pela minha simples capacidade
De ainda ser capaz de amar


E desejo a todos vocês
Que hoje fazem parte da minha história
Muita saúde, paz e momentos de glória
Por cada minuto vivido
Por cada sonho realizado
Por cada objetivo alcançado
E até mesmo por cada pensamento desperdiçado...


Um FELIZ 2009 A todos vocês
Amigos ou simples conhecidos
A você que lê o que escrevo
Aos que julgam ser desperdício
Tudo o que minha alma revela...
Mas mesmo assim eu acredito
Que o ano novo será um bom início
Para todos que ainda acreditam
Que o mundo possa melhorar
Senão exteriormente
Mas ao menos dentro de cada um de nós
Onde acima de tudo o amor ao próximo
Possa com sinceridade aflorar...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Parabéns a Você


Parabéns, eu quero desejar-te
Com muito carinho e amor
Hoje não posso abraçar-te
Mas isso não tira do dia a cor

Ah! se a vida me permitisse
Presentear-te como mereces
Eu sei que muitos já te disse
Que tudo te dariam se pudessem

Mas nesse momento até algo simples
Como um abraço não posso te dar
Mas Deus ainda assim me permite
Em pensamento de leve te abraçar

E que nesse dia... comum para tantos
Porém para ti, ele é muito especial
Foi nesse dia que a natureza por encanto
Nos presenteou com um alguém fenomenal

Que bendita seja então essa bela data
Quando para o mundo nesse dia você sorriu
Para nós essa data será sempre lembrada
Pois foi assim que a vida te permitiu

E receba hoje com um especial carinho
Meu querido amigo, um meu abraço
E nunca te sintas nem um pouco sozinho
Pois em pensamento estarei sempre ao teu lado

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Nossa Rotina


Outra vez que já é quase madrugada
E novamente eu sem conseguir dormir
Mesmo já sentindo a vista embaçada
Mas meu pensamento está longe daqui

A tua ausência hoje tão constante
Me deixa tantas vezes entristecida
E essa tua presença de mim distante
Me faz pensar que já fui esquecida

Mas quando a noite já se prepara
Pra nos braços da madrugada dormir
De repente o meu coração dispara
Meu telefone toca, é você posso sentir

E é uma alegria imensa que me invade
Não me esqueceste,ainda lembras de mim
Até acreditei ser o destino covarde
resignando-me a ser infeliz por fim

E nesses minutos que agora contigo falo
Ouço o meu coração fremindo meio sem jeito
E pra te ouvir melhor eu as vezes me calo
E deixo tuas palavras ecoarem no meu peito

Essa madrugada que se iniciou receosa
Agora até se agita em meio aos risos
E tu madrugada, tantas vezes caprichosa
Ao menos hoje me deixa em paz, eu insisto

Não importa que a noite desmaie de cansaço
Nos braços frios da indiferente madrugada
Pois da noite a solidão eu sempre abraço
Por ser nessas horas que me sinto mais cansada

E quase sempre a cada romper de um novo dia
Tranco calada a solidão nas noites tristes
Sinto fugindo pelas madrugadas minha alegria
Pois eu sei que nossa rotina não mais existe

domingo, 21 de dezembro de 2008

Mistura De Encantamentos


Meu Deus, que saudades tão grande!
Que está a bater aqui no meu peito
E essa saudade que aqui se expande
É bem diferente, ela tem outro jeito

É uma saudade gostosa e plena
Tão cheia de vida e de cores
Ela traz lembranças amenas
E varia também em sabores

Tem cheiro de infância querida
Tem gosto de adolescência matreira
É saudade das coisas bem vividas
Saudade das crianças arruaceiras

E nessa mistura de encantamentos
Nesse desenlace de sons e gestos
Sinto perder-me em arrebatamentos
Diante do saudosismo que me empresto

E nessa ânsia sublime e angelical
Qualquer gesto me soaria despeito
Pois nunca ele seria também igual
Ao muito que tenho gravado no peito

Falta Você


Eis que a vida me sugere mudanças
Mas o meu coração se recusa a aceitar
É que falta algo para minhas andanças
Falta você pra me ajudar a caminhar

Como poderei seguir em frente sem receios
Se da minha vida já não fazes mais parte?
Será para mim uma loucura, será devaneios
Ouvir a tantos e não poder mais escutar-te

Percebes agora quão grande é minha aflição?
Se volto o olhar te vejo de mim distanciando
Se te busco, escondido estás em meu coração
Só me restando na vida continuar te buscando

E até quando viverei essa inquieta peleja
Que me faz de tantas coisas assim duvidar?
Mas existe algo que me dá alguma certeza
É que no meu pensamento vais sempre estar

E já não mais importa se o meu pensamento
Nem sempre me ajuda com clareza a raciocinar
Mas eu tenho certeza que em dado momento
As lembranças também te fará em mim pensar

Pois para quem em minhas batalhas lutou
Nunca me deixando sozinha para guerrear
Terá com certeza momentos que também marcou
Quando a mim se uniu para então me ajudar

E bem sei foste sem dúvida a bandeira branca
Que muita paz trouxe ao meu sofrido coração
Como quer o destino que eu não seja franca
Que ignore o que representas na minha emoção

Seria muito injusto e até mesmo pecaminoso
Olvidar o que meu peito insiste em lembrar
Eu digo que seria bem mais triste e doloroso
Se eu insistisse a tua lembrança mitigar

Inútil Tentativa


Mesmo tão inquieta percebo estar parada
Com os pensamentos em constante vai e vem
Da vida observando o tudo e vendo o nada
E sentindo que do ontem,muito pouco hoje tem

Também nem sei se entendo o que agora digo
Talvez muito pouco eu consiga compreender
Contudo eu sinto que o pouco que registro
Amanhã,eu terei por certo que vou esquecer

E nesse vento forte e sempre tão constante
Que entra pela janela sem licença me pedir
Ronda esse quarto com lembranças abundantes
Lembranças essas que de lembrar até esqueci

De olhos cerrados sinto o ontem que me chega
Nas lembranças esquecidas tão sem nostalgias
E sinto o quanto a minha alma muito deseja
Apagar para sempre o que nunca foi alegria

E de olhos fechados nessa inútil tentativa
De enterrar de vez muito do que se passou
Percebo ser vã toda essa minha investida
De sepultar para sempre o que quase me matou

Passatempo


Fui um dia passatempo tão sem graça
Que as vezes penso nem sequer existi
E o que em mim você deixou virou fumaça
E nem parece que um dia isso tudo vivi

Mas hoje o que poderia servir de recordação
Nada restou a não ser um tardio esquecimento
E se para você ainda existe alguma emoção
Para mim sucumbiu junto ao envelhecimento

Envelhecimento de todos os muitos momentos
Que o tempo ao branquear os cabelos entendeu
Que já não poderia existir nenhum sentimento
Por um sentimento que no tempo há muito morreu

Talvez de outra forma o esquecimento seria pouco
Para quem na vida muito por tua causa já sofreu
Porém entre mim e o tempo houve então um acordo
Foi quando o tempo de mim também se condoeu

E resolveu fazer uso dos seus mágicos poderes
E bondosamente a mim o tempo finalmente libertou
Com cuidado ressucitou na minha vida os prazeres
Quando de mim as sua lembranças o tempo matou

O Grande Final


Que linda paisagem eu contemplo agora
Onde a natureza em suas vestes de cores
Me lembra que em qualquer que seja a hora
Ela se despe e se veste também de dores

Seu perfume suave envolve de tal forma
O meu semblante por ela já conquistado
E se percebo, nessa tarde ela adorna
Cada pedacinho seu e de tema variado

São os pássaros que saltitam e cantam alegres
Da natureza, os cabelos aos ventos esvoaçantes
E esse cheiro de eucalipto que até o ar embebe
E essa brisa suave que me deixa meio estonteante

E essa árvores que graciosas balançam ao vento
Parecendo que de nada mesmo estão a perceber
Elas também não sentem o correr do tempo
Nem tão pouco este verde que está a perecer

É que o sol tão atrevido e sem reservas
Vai pouco a pouco lhe despindo sem pudor
E é nesses momentos que a ela empresta
Para seu aquecimento, dele o calor

Mesmo não importando o grande final
Que a natureza a nós pode reservar
O que nos chama a atenção afinal
É que sempre podemos a ela admirar

Relembrando



Hoje eu relembro com muita ternura
Os tempos que aqui um dia eu vivi
São lembranças que apagam amarguras
Que na vida sem querer eu também senti

Parece que vejo as minhas filhas brincando
Correndo tão felizes por essas campinas
E embalada pelas lembranças ouço elas gritando
Correndo livres com muitas outras meninas

E o tempo parece que passou bem depressa
E mesmo assim ainda as ouço a me chamar
Mas eu sei que quem tem de Deus promessas
Será falta de sabedoria do tempo reclamar

Hoje minhas filhas criadas e bem encaminhadas
Com um futuro risonho e brilhante a lhes esperar
Eu sei que por Deus são todas elas abençoadas
E em Deus elas estão cada vez mais a se alegrar

Bendito seja o dia que coroou o nosso encontro
Quando em Deus nós depositamos toda a nossa fé
E sabemos que quem Nele espera sempre está pronto
Aguardando apenas o grande momento quando Ele vier

Comemoração


Foi neste domingo, que com muita alegria
O meu esposo e eu felizes fomos comemorar
Afinal era uma ansiedade forte que nos unia
Mas nós dois no vestibular conseguimos passar

Depois de tantos anos, dos estudos, distantes
Parecia para nós muito difícil de conseguir
Chegamos a duvidar, e não foi só por instantes
Pois sentíamos ser quase impossível bem se sair

Mas conseguimos finalmente a grande vitória
E por mais assustadora que possa ter sido
Hoje temos o coração em festa, e isto é glória
Por cada um dos muitos momentos por nós vividos

E hoje em dose dupla felizes nós festejamos
E sempre buscando um ao outro também ajudar
Trilhamos juntos e a vitória alcançamos
Vencemos o preconceito e também o vestibular

Agora já posso sonhar tranquila com jornalismo
E ele muito feliz com essa tal de matemática
São asuntos bem diferentes nós já admitimos
Unidos estaremos,qualquer que seja a problemática

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Passei No Vestibular


"Felicidade passei no vestibular"
O curso por mim muito bem escolhido
E que com muito prazer vou cursar
Foi o que eu mais queria,jornalismo

Até que parece um sonho para mim
Após longos trinta anos sem estudar
Resolvi fazer algo diferente enfim
E assim aos estudos decidi retornar

Posso não ter sido uma aluna aplicada
Pois em algumas matérias até vacilei
Eu não consegui me afinar com exatas
Todavia com boas notas eu também passei

E os esforços, de coração eu agradeço
De todos que nessa corrida me ajudaram
Nem mesmo sei se tamanha graça eu mereço
Mas sei que meus sonhos vocês realizaram

E deixo aqui um agradecimento especial
Ao meu esposo pelo apoio que me foi dado
E ao meu amigo Sérgio,pra mim foi fundamental
Cada momento por nós tão bem compartilhado

E um carinhoso agradecimento hoje eu faço
Aos queridos professores aqui do SESI
Pois deles obtive grande incentivo nesse passo
Que sem dúvida o meu intelecto a todos agradece

Bem sei que a muitos agradecer eu ainda devo
Como a todos os amigos nessa etapa conquistado
E as minhas filhas e genros aqui aproveito o ensejo
Para um agradecimento geral pelo meu sonho realizado

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Quem Sabe


Outra vez mais, que me sinto sozinha
Com os meus pensamentos flutuando
Mergulhada nessa sensação mesquinha
Da realidade eu vou me distanciando

E nessa tristeza amarga e tão dolorida
Que ofusca da vida qualquer brilho que seja
E nessa razão de razão já tão destruída
Vou observando cada tentação que me chega

E as vezes do infortúnio, indiferente
Que na minha alma busca se alojar
Penso que tudo seria bem diferente
Se minha alma não vivesse a chorar

E dividida entre o que fui e hoje sou
Contrariada diante de faces tão iguais
Percebo que realmente eu nunca estou
Livre dessas sensações tão desiguais

E vou me sentindo derramando na tristeza
Deitada sobre os escombros do que restou
E perdida como aquela criança indefesa
Que sabe que até mesmo a vida lhe enganou

E esse soluço tão calado que em mim ecoa
Retumba na alma como um trovão ensurdecedor
E sinto que nessa vida o que mais me magoa
É pensar que um dia nem mesmo você me amou

E nessa mistura de sentimentos indefinidos
Vou fazendo do destino meu cruel algoz
Se me procuro até mesmo em ritmos perdidos
É que já perdi o som da minha própria voz

E continuo buscando nesses meus momentos
Algo que possa me trazer de volta a paz
Quem sabe eu consiga superar esse tormento

Onde cada dia minha esperança se desfaz

Plenitude



São muitos risos espocando lá fora
Tão diferente do que acontece aqui
A alegria de mim já foi embora
Hoje não tenho motivos para sorrir

É que a saudade adiante já me espera
Aguardando o momento da nossa separação
E a tua presença será para mim quimera
Que encherá de sofrimentos meu coração

E perdida ficarei nos braços da noite
Sonhando com o momento de te reencontrar
E chorarei a cada instante de ansiedade
Na vã espera de voltar a ve-lo chegar

E cada minuto de espera será um suplício
Sempre que eu olhar no relógio as horas passar
Tentarei então criar um relógio fictício
Onde as horas de saudades ele não vai marcar

E nessa minha louca e providencial atitude
Irei aos poucos o meu destino enganar
Até que chegue o momento de minha plenitude
Que será quando eu puder outra vez te abraçar

As Teias Dos Sonhos


Hoje senti da vida o perfume
Da tua ausência a dor que espinha
Dos destino apenas os queixumes
E de ti essa saudade mesquinha

Te conhecer foi tudo o que eu precisava
E sentir teus cuidados me fez muito feliz
Foste o presente que a vida me reservava
Pois foste para mim o que eu mais quis

Querer, saber ou simplesmente aceitar
O que a vida para nós tem reservado
E se hoje, da vida tudo posso suportar
É por ter no peito um coração agraciado

Mas hoje eu sei que nem tudo é perfeito
E mesmo que pareça impossível sempre haverá
Quem encontre nessa existência apenas defeitos
Mas é por não tem um alguém a quem possa amar

Um alguém que na vida queira dividir
Cada momento que possa se fazer presente
Alguém que juntos também queira possuir
Uma alma liberta e um coração sorridente

Eu quero nas minhas noites poder viver
Cada momento que venha me despertar
Para novamente juntos podermos tecer
As teias dos sonhos que deixamos passar

Quero sentir em cada toque do tempo
A tua presença em sonhos me aquecer
E viver perdida nos muitos momentos
Quando eu tinha para mim somente você

Um Grito Calado


Eu já não sei mais o que vou fazer
Para fugir da solidão que me apavora
Uma dor quase física chega a me doer
A cada momento meu que está indo embora

Serão dias incontáveis e noites também
Que pressinto o meu sofrimento irá crescer
E tudo por saber que em minha vida porém
Haverá uma ausência que só me fará sofrer

E sinto as lágrimas o meu rosto banhar
Por sentir no peito a saudade que consome
Pois não terei mais das minhas noites o luar
Que tinha para mim apenas um outro nome

Você que na minha vida entrou sem pedir
Dela passou a fazer parte como por encanto
E não aceito que possas dela também sair
Pois se assim acontece, triste será meu pranto

E em cada novo e melancólico entardecer
A dor em mim se fará muito mais presente
Pois não terei mais diante de mim você
Agora da minha vida estás tão mais ausente

E a noite irá surgir mergulhada no tédio
Buscando quem sabe a minha dor aumentar
E nos braços da solidão não terei o remédio
Que possa desse sofrimento um dia me curar

E então um grito calado ecoará na noite
Tentando em desespero a minha dor sufocar
Mas a tua ausência só aumentará os açoites
Que constante a minha alma vive a dilacerar

E viverei nessa interminável peregrinação
Querendo da vida bem mais do que vier
Pois essa angústia que cresce em meu coração
Só findará se o destino de volta lhe trouxer

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Contudo Ainda Sonho


Não sei em que trecho da vida me perdi
Mas eu lembro de quando me encontrei
Foi quando eu te conheci...
A princípio hesitei
Por que o destino fez assim?
Porventura a vida me teria
negado
O direito de me assumir?
Assumir que nada tenho,
Nada sou e nada faço
Mas contudo ainda sonho
De fugir dos percalços
Que direitos teria eu de rir
De desejar, mesmo sem usufruir
De amar sem o sinal de proibir
De um dia poder e querer
Não mais me perder
Poder olhar e depois me perguntar
Se é mesmo isto que eu vou querer
Amar mesmo que eu venha a sofrer
Querer mesmo que eu venha a perder
Chorar para depois sorrir
Não importa o que me venha acontecer
Tudo o que eu desejo é simplesmente
Me perder
Me perder nos teus sonhos
Me afogar em teus afagos
Adormecer na tua vida
E me acordar nos teus braços...

A Chuva



A chuva bate forte contra a vidraça
Parece querer da vida me despertar
Olhando a janela sinto a alma baça
Penso em você não vejo o tempo passar

As águas como enxurradas descem a rua
E um desejo enorme me vem de brincar
Eu sinto já não ser criança de vida nua
Existem sentimentos que preciso segredar

E o som forte, divino e maravilhoso
Dessa chuva que está caindo sem cessar
Eu sinto um sentimento estapafurdioso
Me convidando gentilmente a brincar

Mas nesse exato e melancólico momento
Como um filme vejo a vida passar
E sinto que a chuva é como um tormento
Como meu sentimento que teimo em calar

E continuo observando a chuva que cai
Lavando da minha alma todo o marasmo
E inconsciente aos poucos minha vida vai
Tentando se libertar de todo sarcasmo

E a minha existência prossegue lentamente
Lutando sem forças, mas tentando vencer
Só não quero ser como a chuva que morosamente
Desce as encostas e em algum lugar vai morrer

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Velho Hábito


Ao observar pensativa o cair da tarde
Vou relembrando os tempos de outrora
E sinto uma copiosa saudade que me invade
E é a mesma saudade que estou sentindo agora

E sou tomada por uma estranha nostalgia
Perdida em muitos sentimentos desencontrados
As vezes choro de tristeza ou então de alegria
Mas sempre tenho meus pensamentos atordoados

E como bom hábito sempre estou escrevendo
Os sentimentos que se atropelam dentro de mim
E por várias vezes me pego também revivendo
Os meus momentos de intensas ansiedades por fim

E quando a noite chega devorando a tarde
Que indefesa se vai sem nem pensar em reagir
Ela parte calada e sem fazer nenhum alarde
Tal qual meus desabafos que só me faz afligir

E então a noite com seus mistérios e encantos
Sua penunbra vai espalhando com calma e sem tardar
Sem nenhuma vez conseguir perceber que no entanto
Tenho aqui dentro uma alma infeliz que está a chorar

E sorrateiramente o meu olhar lanço no infinito
Querendo sempre sentir da vida maior prazer
Mas como velho hábito estou firme e nunca desisto
Das minhas fortes ou fracas emoções sempre escrever

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Se Me Fosse Pedido


Se eu pudesse quem sabe parar o tempo
Muitas coisas com certeza eu iria fazer
Mas para agora, para esse exato momento
Somente te confortar era o que eu ía querer

Já se me fosse permitido voltar no tempo
Inúmeras coisas eu trataria logo de mudar
E para diminuir teu angustiado sofrimento
De você eu pessoalmente ía querer cuidar

Mas para a minha infeliz desgraça total
O tempo eu nunca, jamais poderei parar
E para essa minha declarada angústia final
No tempo infelizmente não poderei voltar

Então me surge uma cruel e triste verdade
Se o tempo eu realmente não consigo parar
Como lutarei se me abrevia o tempo, a idade
Aumentando a angústia que paira no meu olhar

Talvez eu pudesse encontrar algum jeito
Se menos idade eu hoje assim tivesse
Então eu poderia tirar a dor do teu peito
Mas isto também não seria só se eu quisesse

Pois se parar o tempo me parece tão difícil
O que poderei dizer de fazer o tempo voltar
Isto é certo que é mesmo algo impossível
Mas bem que eu posso o hoje melhor aproveitar

E que seja dessa forma que assim nos determina
Esse destino cruel e implacável de nós dois
Se o tempo frio e impassível a mim ainda domina
O destino deveria faze-lo se arrepender depois

Então para esse momento eu mesma me proponho
Viver esse meu hoje sem preocupações ou receios
E para agora aos teus pés a minha vida deponho
Sei que é pouco, mas nela estão todos meus anseios

Mas quem sabe eu ainda possa então conseguir
Uma forma até bem mais simples para te ajudar
Meus momentos poderei contigo então dividir
Para a tua alegria tentar um pouco somar

E entre uma lágrima ou mesmo um sorriso
Ver novamente o brilho voltar ao teu olhar
E na certa eu tudo daria se me fosse pedido
Para finalmente poder ver a tua vida mudar

E como recompensa eu poderia também ver
A tua vívida alegria por fim voltar
E finalmente eu conseguiria outra vez ter
Esperanças do teu sol novamente brilhar

E sempre nas minhas frustrantes madrugadas
Onde a solidão se deita para não dormir
E eu cantaria, mesmo que só o fizesse calada
Todas as razões para te fazer outra vez sorrir

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Noites de insônia



Não dá para dividir com ninguém
O que hoje tenho retido na alma
E não há nesse mundo um alguém
Que possa devolver minha calma

E nas longas noites de insônia
em vão tento as mágoas afogar
E quase sem nenhuma cerimônia
Te vejo do meu pensamento brotar

Ansiosa fico vendo-o tomar forma
Se materializando diante de mim
E sinto tudo se transformando
E sem receios me abraças por fim

E me perco em teus braços vencida
E vou me enroscando sem nenhum pudor
E sinto essa tua boca muito atrevida
Me falando as maiores loucuras de amor

E assim me entrego já quase que tonta
Embriagada no imenso calor dessa paixão
E me enlaças me deixando quase que pronta
Para juntos deixarmos explodir nossa emoção

E somos arrebatados por um quase desmaio
Sentindo do nosso desejo a plena realização
Mas é como se fosse tão somente um ensaio
Pois repetimos várias vezes essa emoção

Mas sendo real ou sonho, o ensaio acaba
E me perco outra vez nos meus devaneios
E como triste consolo a mão que me afaga
Parece que já se perdeu em outros anseios

E mais uma vez o meu sonho também tem fim
Dando lugar a uma outra triste versão
Pois continuas muito mais distante de mim
Fazendo sangrar sozinho meu pobre coração

Noctívaga


As vezes me sinto assim como uma noctâmbula
Ao mergulhar tristonha nesses meus momentos
E tem certas noites,que eu ajo como sonâmbula
Sempre vagueando triste e perdida nesse tormento

Bem sei que em muitas noites será mesmo assim
E até já me parece que terei isso como suplício
Pois mesmo sem querer tenho me sentido por fim
Como uma náufraga nesse mar que é apenas fictício

E minhas noites já não terão mais tantas alegrias
Faltará sempre algo que preencha em mim esse vazio
Mas por Deus eu juro que na vida eu mesma tudo daria
Para não ter que sentir da solidão esse abraço frio

E talvez eu ainda encontre nas minhas madrugadas
Um consolo que possa me deixar um pouco menos triste
Pois mais infeliz que essas noites tão angustiadas
É sentir que esse meu querido mundo não mais existe

E farei dessas silenciosas noites um meu lençol
Que com uma certa frialdade o meu corpo cobrirá
Mas quando o dia surgir terei então novamente o sol
Mas receio que o mesmo, a minha alma jamais aquecerá

E poderei em silêncio outra vez mais suportar
Essa dor que hoje me machuca muito sem jeito
Porém no meu amanhã a esperança me fará aguardar
O que deixará transbordando de alegria meu peito

E estarei então aguardando sempre muito ansiosa
Por cada uma dessas noites que eu ainda vou viver
E entre uma e outra noite esperarei uma manhã radiosa
Que me dará a certeza que dessa forma eu não vou morrer

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fora de Área


Categoria: Contos


A noite caíra rapidamente... a tarde se arrastara modorramente mórbida, com um céu de cor plúmbeo, anunciando uma possível tempestade. Um vento ligeiramente frio completava o quadro invernoso daquele cenário.
Naquele final de tarde saí para a escola bem mais animada que o habitual, pois eu adoro dias frios e chuvosos. Mas longe estava eu de saber que aquela noite me reservava momentos dramáticos para mim, e talvez para outras pessoas não chegassem a tanto.
Ao sair da escola naquela noite, juntamente com o meu inseparável amigo, o Sérgio, liguei para a minha filha que estava saindo do trabalho e combinamos de nos encontrar, fato este difícil de acontecer, mas naquela noite eu saí cedo da escola e a minha filha, a Kellinha havia saído tarde do serviço. Caminhando tranquilamente, o Sérgio e eu conversávamos, quando repentinamente o tempo tem uma mudança brusca, é certo que era inverno, mas inverno no nordeste chega em muitas vezes a ser tedioso, salvo em alguns raros momentos de chuvas torrenciais, mas isto é algo que não ocorre com a frequência que deveria ser, pelo menos não na maioria dos invernos, exatamente como estava sendo aquele...
E num repente, sem que fosse esperado, começa a soprar um vento forte acompanhado de chuva. Eu logo me preocupei mas o Sérgio procurou me tranquilizar, pois não demoraria e a Kellinha estaria conosco antes que aquela situação se complicasse. Mas aconteceu o pior... a Kellinha não apareceu e o vento foi assumindo proporções imensas e a chuva foi ficando cada vez mais forte de forma assustadoramente violenta. Desesperando-me, observo as coisas pequenas e leves que passam voando diante dos meus olhos como se fossem simples folhas de papel. A aflição surge tão rápida quanto aquela chuva com ventos cada vez mais fortes, parecendo sibilar de forma cruel diante da incapacidade humana de controlar tal situação.
E a medida que aquele inesperado fenômeno cresce, aumenta também o meu desespero, principalmente por não conseguir entrar em contato com a minha filha, eu precisava saber onde ela havia se abrigado, mas o celular dela só dava fora de área. O Sérgio mais controlado tentava me acalmar dizendo que a Kellinha devia estar abrigada em algum lugar, ele dizia que, já que houve um rápido contato pelo celular, onde mal eu ouvi a voz dela e o que ela tentava me falar era quase inaudível mas era um sinal de que as coisas estavam ao menos razoavelmente bem com a Kellen. O desespero meu era crescente a cada minuto que o tempo passava e aquela situação só tendia a piorar. O Sérgio vendo o modo como eu me encontrava, resolveu sair para procurar a Kellinha, mas fora em vão, nada conseguiu. De repente o pior acontece... Os fios de iluminação pública começam a pegar fogo. Eu desesperada me ponho a chorar, e era visível a aflição do Sérgio diante de uma situação onde ele nada conseguia fazer, a não ser me apoiar, o que representava uma grande atitude numa situação tão delicada. A falta de energia culminou com o desespero total diante da minha impotência... e após longos e angustiosos momentos, a chuva ficou um pouco mais fraca, o vento diminuiu um pouco e saímos em busca da minha filha, e quando finalmente nos encontramos, eu fiquei como criança diante de ambos, a minha filha toda encharcada, pois não dera para ela se abrigar da chuva em tempo, mas pelo menos conseguira se abrigar dos demais acontecimentos, e nós não demoramos muito para encontrá-la porque um senhor a convidou a sair do abrigo onde se encontrava pois ela estava sendo visada para um assalto. Ela disse que havia conseguido abrigo minutos antes dos fios pegarem fogo. Mentalmente agradeci a Deus pelo grande livramento. Após nos encontrarmos com a Kellinha, o Sérgio nos acompanhou e ficou conosco até chegar a nossa condução. Nos despedimos e ele se foi completamente encharcado para o trabalho, o mesmo trabalha num canal de TV aqui da capital. Dentro do ônibus eu fiquei pensando no Sérgio e no grau de amizade que nos une, pois se o mesmo quando saísse da escola fosse embora para o trabalho, ou mesmo para casa não teria passado pelo que passou. Mas não, ele sempre está comigo todas as noites até eu pegar o ônibus que me levará para casa.E naquela noite não havia sido diferente.E quando o vento aumentou e começou a chover, ele procurou me abrigar com o seu corpo, para que eu não me molhasse, deu as costas para a chuva e para o vento, deixou-me encostada a parede, debaixo de uma marquise e com o seu corpo fizera uma espécie de escudo para me proteger. Eu nunca vou esquecer a atitude dele...Aquela noite tudo contribuíra para momentos de terríveis sensações, para momentos de puro medo e hesitações, mas foram naqueles momentos que mais uma vez eu pude comprovar a sinceridade daquela amizade que nos une de forma tão grandiosa, não há dúvidas de que o Sérgio é um homem de excepcionais e transcendentes qualidades que em muito só faz crescer o seu valor. E que valor para mim ele tem... simplesmente inestimável.