terça-feira, 30 de outubro de 2012

ERAS UM ANJO



 O vendaval que chegara em minha vida, numa tempestuosa noite de inverno, tomou conta da minha mente causando uma grande destruição em minha alma, mas você chegou... No sopro de uma brisa suave e foi afastando o negror daquela noite que transformara meus dias em inóspitos e dolorosamente insuportáveis.
Em tuas palavras encontrei conforto para o que julgava nunca ter fim. Aconcheguei-me na brisa que  soprava calidamente  sobre meus ferimentos e chagas imensas.

Mas, tal como surgiu, essa brisa se foi deixando sobre mim... Saudades e a terrível sensação que eu não conseguiria ir mais além. E  num final de outono você se foi sem se despedir, deixando a minha alma impregnada de dor e solidão. A primavera se fez ausente, quando ela principiava num surgir carinhoso e protetor. O outono se foi te levando para sempre...

Mas até hoje, ao fechar os olhos, sinto o roçar da última folha que caiu e desceu suave sobre meus pensamentos. Mesmo na suavidade dessa brisa, sinto a gelidez do que se foi pra não mais voltar... Mas a primavera que chegou, traz no perfume das flores a essência de um bem querer que soube se fazer inesquecível mesmo em tão curta existência.

Te foste, mas deixaste comigo, não apenas saudades, mas a certeza que nada é para sempre, só mesmo as lembranças dos que conseguem se imortalizar  nas mínimas coisas. Eras um anjo enviado para fazer o seu trabalho e Deus entendeu que este havia sido realizado e que não carecias mais continuares a  tua tarefa. Esta havia sido realizada com louvor
                                                           GIL ORDONIO    
                                                                                                          30/10/2012


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

LEMBRANÇAS E SAUDADES


Nessa madrugada, enquanto a cidade está dormindo
Meus pensamentos céleres outra vez, estão à vagar
As vezes nem sei a qual lembrança vou perseguindo
Mas é aquela que a saudade ansiosa vai buscar

E assim, vou vivendo... De desejos em desejos
E das muitas recordações que não findam jamais
Pelo espaço vou largando o que mais almejo
Porém, sem nunca esperar da vida demais

E nas noites ou madrugadas silenciosas
Busco consolo onde bem me aprouver
Meu sono se esvai nas lembranças caprichosas
Lembranças e saudades dessa essência de mulher

Eu muulher, sempre triste e bem mais irrequieta
Pelo destino fui tão marcada e sem dó
E olhando a vida por uma pequena fresta
Percebo que nunca deixei de ser triste e só

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PARABÉNS JOYCE



Hoje, nesta data bem mais que especial
Registras com amor mais um ano de vitórias
E podemos ver em  teu brilho nunca fulgural
Deus acrescentando mais brilho a tua história

E que neste seu glorioso aniversário
Deus em seu infinito amor lhe conceda
Nesse teu coração... Verdadeiro relicário
Mais motivos pra tuas ações benfazejas

Parabéns Joyce por cada hora bem vivida
Por cada momento na presença de Deus
Por todas as situações mesmo que não definidas
E também por cada momento vivido com os teus

E desejo, não apenas hoje, mas para sempre
Muitas e maiores vitórias em teus caminhos
Que permaneça sempre no coração e na mente
Que teus sonhos, se for bom pra ti, Deus os irá realizar

Parabéns minha menina tão querida e preciosa
Que em tua caminhada, se faça maior o amor
Que seja sempre um exemplo nessa vida radiosa
Que para ti, Deus nunca permita o espinho só a flor

FINALMENTE




As vezes me pego pensando
Sem nem saber a razão
E se para trás vou olhando
Descubro tristeza e solidão


Nem sempre me gratifico
Com lembranças ou saudades
E se me busco no empírico
Revivo minhas dolorosas verdades

Se da angústia tenho tentado fugir
Percebo que nem sempre consigo
Talvez porque nesse meu existir
Muito pouco encontrei de abrigo

E mesmo assim vou a vida levando
E nem sempre percebo o tempo passar
Muitos sonhos no tempo vi se desmanchando
Mas eu sempre insisti de voltar a sonhar

E continuo a minha longa caminhada
Que de tão longa já começo a enjoar
Talvez eu não demore e encontre a parada
Que me fará finalmente dessa vida descansar



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SEM RESPOSTA


CATEGORIA: CRÔNICA

Hoje pela manhã (6 h) abri a porta do meu apartamento  e um cheiro (em todos os sentidos) nauseabundo invadiu tudo. Deitado em minha porta sobre o tapete estava um cachorro. Mas logo eu comecei (como uma inútil) a engulhar... E estes se sucediam, enquanto eu exclamava enojada: Meu Deus que horror... Que nojo!
O pobre animal se levantou meio cambaleante e se foi, ele estava com a aparência em petição de miséria, uma das orelhas praticamente não tinha, carcomida pela doença.
Peguei o tapete pra lavar e fui lavar e desinfetar o hall. De repente me caiu a ficha. O pobre animal devia estar com muita fome, ele era magérrimo, só tinha couro e osso, pois pelo já não havia mais. Fui em busca do animal, mas o porteiro já  havia tangido. Saí do prédio e olhei a avenida e na rua ao lado e nada, ele não estava. Retornei ao prédio e fui por dentro, olhar a rua de trás, também não havia nem sinal.

Retornando, o porteiro perguntou se ele não havia comido a ração que eu deixo embaixo da escada pra um gato de rua. Lembrei que perto da meia noite eu havia posto comida novamente, pois o gato já tinha vindo e jantado. Melhor por mais, vai que de repente ele pela madrugada sinta fome: - Eu havia pensado. Fui até o local e encontrei alguns grãos de ração no chão. Isso me aliviou um pouco, pois quando o gatinho vem, ele come e bebe o leite e não suja nada. Lembrei também que eu havia posto muita ração, quase não coube na vasilha e eu deixei, pois poderia ser que algum outro gato aparecesse. Isso me acalmou um pouco, mas não aliviou a minha consciência, pois se realmente foi ele que comeu, aquela refeição não seria suficiente.

Mas eu fico a me perguntar: - É um condomínio fechado... Mas ele entrou . São 64 apartamentos, mas ele tinha que vir justamente pro meu? Falo, não é por nada... É porque eu não suporto ver animal sofrendo e Deus ainda permite que eu veja sem precisar sair de casa. É incrível, mas a tristeza me busca de qualquer modo.
Perdi o meu dia, pois deixei escapar a chance de aliviar o sofrimento de quem estava faminto e sedento, um pobre animal que estava sofrendo sem ter cometido pecado algum. Meu Deus, como fui insensível, fresca mesmo. Chorar não vai adiantar nada (embora eu não consiga lembrar da situação sem chorar). E ainda levei uma enorme bronca do meu esposo que ligou pra mim (ele trabalha em outro estado), e ao perceber que eu havia chorado e querendo saber a razão, me deu um bronca tamanho do trem, pois ele diz que eu não vim consertar o mundo.

Nesse momento eu não consigo perceber onde está o mal maior... Se nos miseráveis que largam seus animais quando estão velhos ou doentes, se nas pessoas que ficam insensíveis a dor e sofrimento desses pobres coitados, que quando jovens, deram alegria e companhia a seus donos, se aos que nada fazem e apenas se acham no direito de criticar, ou em frescas como eu, que estão dura, sem dinheiro pra tentar resolver com a ajuda veterinária. Tentar achar culpado em nada vai mudar o meu estado de ânimo., Mas afirmo, não consigo entender porque Deus permite um pobre animal sofrer tanto assim, são seres indefesos... Muitos dirão que há muitas crianças indefesas sendo maltratadas e até assassinadas. Eu sei... Mas o animal não fala, não tem como se defender, pois na maioria dos casos quando tentam fazê-lo (atacando), são eliminados. Pergunto eu: - Deus o que fazer?  bem sei que vou ficar sem resposta. Meu único consolo e sonho é a doce ilusão de que um dias haverá respeito e amor pelos animais, principalmente para os abandonados.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

QUASE SEMPRE FATAL


CATEGORIA: CRÔNICA

Me encontro  na sala de espera de uma clínica. Observo as pessoas que ali se encontram. São pessoas aparentemente bem diferentes em sua maioria, principalmente por um casal que destoa totalmente dos demais. Era um senhor de cinquenta e poucos anos, ao seu lado uma jovem que aparenta não muito mais do que vinte e cinco. Eles conversavam baixo, mas devido a minha aproximação (e perfeitíssima audição) escutava  aquele diálogo, hora constrangedor, hora triste. Esses personagens sequer se davam ao trabalho de disfarçar a arrogância e a empáfia de seus olhares, era como se eles exalassem pelos poros superioridade diante de pessoas, no meu entender, para eles,  simples mortais, indignos de  compartilharem o mesmo ar.

De repente, um trecho da conversa desperta a minha atenção, olhei para aquele casal que pareciam estar no lugar errado, tal a soberba com que deitavam o olhar sobre o recinto.
Eles passaram a discutir sobre a urgência da cirurgia. Ele era viúvo e pai daquela única filha... O semblante dele, por um momento denota tristeza e medo ao mesmo tempo. A sentença havia sido cruel... Câncer de próstata e pelo visto já em adiantado estágio. Homem  ainda jovem, mas que tanto orgulho e dinheiro parecia que não iria ajudá-lo muito naquele momento.

O que teria feito aquele homem se descuidar de tal forma da saúde e da vida? Será que lhe passava pela mente que o dinheiro, status ou mesmo  toda aquela arrogância o faria imune as fatalidades da vida?
O que vi em seguida, foi um homem que se dirigia para a porta da saída com os ombros caídos, mostrando ter sido vencido e que pouco a pouco  iria entender que era igual a todos, com a única diferença... Ainda havia dinheiro e um certo poder que o diferenciava dos demais, mas não o transformava em um deus, em um juiz da sua verdade, única e absoluta. A prova disso era aquele mal que o afetara como já acontecera com milhares, em sua maioria sem poder... Sem dinheiro. Mas de carne e osso como ele e tantos outros que se julgam superior por possuir melhores condições de vida ou mesmo riquezas em demasia.

Saudosa Reflexão

Categoria:




Debruçada sobre o parapeito da vida observo o mundo à minha volta... Eu sei que nunca consegui ser  realmente feliz, me sentir realmente assim... Feliz. Muitos que me conhecem (externamente) sequer conseguem imaginar o que se passa em meu interior. Mas eu, aos poucos ainda consigo vislumbrar uma réstia de esperança num horizonte que se estende diante do meu olhar... Olhar outrora, tão radiante, tão sensual e encantador.

A maturidade chegou de maneira suave... Mas chegou e apenas para me lembrar que o tempo passou e quase nem percebi, tão absorta estava num mundo de fantasias e ilusões. Diante do espelho da vida, ainda vejo nos refolhos do meu olhar, dantes sonhador,  a opacidade de dias tristes, de desilusões desfeitas, de sonhos perdidos.

O toque do telefone me tira desses momentos de saudosa reflexão. Do outro lado, ouço a voz do tempo, que, sem titubear me traz de volta para uma realidade imposta, sofrida e esmagadora.

Bem sei que outros dias virão, onde mais uma vez deixarei me levar pela saudade de cada momento não vivido, mas sonhado e
com tal intensidade que me fizeram vivê-los, mesmo sem nunca terem acontecido... Mas foram momentos  que muito embora tenham sido interrompidos pelo destino, nunca foram nem serão  jamais esquecidos.

DESTINO


CATEGORIA: CONTO

Está uma manhã bastante agradável. O trânsito, como sempre... Infernal. E para Marta tudo está conforme seu estado de espírito... Melancólico.
O sinal vermelho faz parar o trânsito. De um lado da calçada, uma criança pede esmolas, enquanto que duas outras observam os carros, os motoristas. Em cada par de olhos, uma esperança perdida, um sonho que nem sequer teve a chance de ser sonhado.  Marta era uma mulher resolvida na vida, profissionalmente, já seu coração, este continuava adormecido,  ainda não havia surgido o homem que o faria despertar.
O sinal abre. No momento em que vai dando saída, sente-se observada de uma maneira muito forte. Olha de relance e e vê uma das crianças olhando-a de maneira fixa. Sente-se incomodada com a firmeza daquele olhar, mas decidida segue em frente, mas aquele olhar parece segui-la, transfixando os obstáculos e atingindo sua alma.
Decide retornar. Estaciona um pouco distante e fica observando as crianças. Desce do carro e vai caminhando até aquele sinal. As crianças são magras, maltrapilhas, mal cuidadas. Olha para seu scarpin tão caro, sua bolsa de quase um salário mínimo e sente-se envergonhada.
Ao chegar junto das crianças para e fica sem jeito. Nesse momento uma das crianças se aproxima e pergunta: - tia, a senhora também veio pedir comida? Ela olha pra menina tão pequenina e sente um amor profundo lhe tocando o coração. Nisso um dos garotos (eram dois) se aproxima e critica a menina: - Não seja boba Maria, a tia é rica, ela tem até carro. A menina fala com voz suave. Você tá mentindo, ela não tem carro. Você tem carro tia?
Marta, momentaneamente fica sem ação, então o menino, que se chamava Luiz fala: - Eu a vi passando e ela estava de carro. imediatamente ela lembra do olhar forte que tanto a havia incomodado. Sorri para a garotinha e responde: - Meu nome é Marta. Voltei pra conversar um pouco com vocês, pode ser?
O outro menino que até aquele momento não se manifestar, ficara apenas observando, falou desconfiado.
- Eu sou Zezinho. E a senhora quem é e o que quer com a gente? Marta olha pra cada uma das crianças e calmamente pergunta pelos pais deles e onde moram. O Luiz que parecia ser o mais velho é quem responde. - Meu pai matou a minha mãe, foi preso e morreu no presídio, numa briga (rebelião)  e nós ficamos com a vovó, que está muito doente. Saímos pra rua e pedimos comida pra nós e ela.
Com os olhos cheios de água pede a eles que a levem até a casa deles. Imediatamente o Zezinho olha desconfiado e diz que não precisa, que eles se viram, pois eles têm medo de serem tirados da avó e depois de levados, separados. Passamos fome, mas sempre ficamos juntos. Ela promete as crianças que nunca fará isso, que só quer ajudá-los.
Após minutos de indecisão e desconfiança eles decidem levá-la. Não muito distante, embaixo de um viaduto, ela vê um amontoado de tábuas e papelão montados em forma de quadrado. Alí está a casa daquela crianças. Se aproxima e no local que parece ser a porta, vê uma senhora magérrima deitada sobre alguns papelões. Entra no cubículo e vê a desconfiança naquele olhar moribundo. Tenta falar, mas é interrompida pela voz quase inaudível daquela mulher que traz no rosto marcas do tempo e mais forte ainda de sofrimentos e miséria.
- Moça, foi Deus que a mandou aqui? será você quem vai cuidar dos meus netinhos?
Marta se agacha ante aquela mulher de pobreza imensa e sente a riqueza de sentimentos que transborda daquele coração e fala. Eu vou levar a senhora para um hospital e as crianças para a minha casa. Quando a senhora ficar boa, nós vamos ver como resolveremos a situação.
e assim ela fez. A pobre mulher, que se chamava Verônica, passou quase três meses no hospital. Dia sim, dia não a Marta a visitava e aos domingos levava as crianças para verem a avó.
Seis meses se passaram desde aquela manhã no semáforo. Mirtes também levou aquela senhora para sua casa.(por sinal, um casarão, onde ela vivia apenas com uma empregada após um acidente trágico onde ela perdeu o esposo e o casal de filhos, apenas ela sobrevivera). Demorou muito para que ela se recuperasse, e a Tina, sua fiel empregada cuidara dela como se fosse sua filha. Apenas a moça que fazia faxina duas vezes por semana frequentava aquela casa. Mas agora sua casa se encheu de risos, sua nova família está lá fora no jardim. Ouve a d. Verônica chamando os netos e sente uma grande paz invadir a sua alma. Nisso ouve a voz da pequenina Maria chamando-a: - Mamãe venha lanchar!
Emocionada ela sai para o jardim, beija a testa da mulher, naquele momento tem um semblante sereno,e um olhar de agradecimento eterno. Abraça-se às crianças e diz: - Vamos meus filhos amados, vamos lanchar e depois quero ver se já fizeram as lições de casa. Ela sente-se realmente feliz e sabe que a sua grande dor, não passa de momentos passados que ela guardou junto com as boas lembranças. O destino um dia lhe fora cruel, mas hoje ela sabe que foi também o destino que a fez mudar de caminho naquela ensolarada manhã.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

TEU PRIMEIRO DIA DA CRIANÇA



À MINHA NETINHA JÚLIA 

Júlia, esse é o seu primeiro dia da criança
E confesso que não sei o que melhor lhe dar
Futuramente esses teus olhinhos de esperança
Saberá me pedir sem  nem sequer precisar falar

Com certeza ouvirei muitas vezes um lindo pedido
Num olhar brilhante indagando da minha atenção
Será um gesto delicado, porém nunca atrevido
Que envolverá por completo o meu coração

E todos os dias pra ti serão dia da criança
Numa alegria cada vez mais apaixonante
E muito breve sem maiores tardanças
Já ouviremos teu linguajar pouco exuberante

Mas para a data de hoje, a primeira pra ti
Desejo o melhor que o bom Deus possa dar
Na calada da noite meu pensamento conseguirá ir
Furtivamente ao teu quarto e teu lindo sono embalar



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O TEMPO PASSA




Nem parece, mas dois meses já se passaram
E esse teu brilho só tende a crescer
Um nascimento que a todos encantaram
E o nosso amor é grande demais por você

Júlia minha princesinha de todos os dias
Uma razão a mais para a tudo se valorizar
Tens sido a razão da minha verdadeira alegria
Na verdade, o meu pensamento ao despertar

Que Deus em sua infinita bondade
Estenda sobre ti suas bençãos sem fim
Desde agora até a mais longínqua idade
E a conservando sempre junto a mim.

SEMPRE SERÁS


Partiste...Sem que eu me despedisse
E deixaste na minha vida... Saudades
E sem que eu jamais pressentisse
Mergulhei num torvelinho de amenidades

Busco nos vestígios do tudo que deixaste
Um momento de alento para os dias meus
Na certeza também de que muito lembraste
De quem deu muito  mais brilho aos dias teus

Esquecer, sem dúvida é algo impossível para mim
Já que foste mais forte que o luar numa noite escura
Tua vida em minha vida, aos poucos se fez assim
Foram momentos de muitas ansiedades e doçuras

Não há como esquecer teus gestos nem tua voz
Menos ainda a espontaneidade desse teu amor
Valorizaste o tudo que nunca houve entre nós
Me ensinando de todas as coisas seu devido valor

Sempre serás como uma brisa suave e acariciante
Que nunca se permite cair no esquecimento
Será também essa lembrança viva e torturante
Que me trará de volta momentos de fingimentos

Enquanto por aqui eu continue a caminhar
Por ti terei momentos de profunda dedução
Como tantas vezes o fizeste quando decidias rimar
Os tresloucados sentimentos que trazias no coração

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

FOI ASSIM


À Minha Amiga Evanir

Acontecem coisas em nossa vida
Que nem sempre conseguimos compreender
Como aconteceu com essa amizade surgida
Num momento doloroso do meu viver

Eu estava muito triste e amargurada
por uma perca que eu não queria aceitar
Foi quando surgiu você, oh! abençoada
Oferecendo carinho para minha dor amenizar

E assim essa amizade entrou em minha existência
E Evanir, tens sido um raio de sol para a minha vida
Hoje tenho alguém para partilhar minhas experiências
O que me faz sentir que pela dor não serei consumida

És para mim, sem dúvida, uma grande força e alegria
Um bálsamo genuíno nessa minha saudade e dor
Nessa amizade vejo ter fim a minha grande agonia
Pois já falo sem chorar de uma certa história de amor






A TUA AMIZADE

Evanir, foi a minha dor que nos uniu
Eu confesso que por isso não esperava
Quando eu vi que o meu sonho maior ruiu
Foi quando vi que tudo pra mim se desencantava


Mas chegasses... Com um encanto tão meigo
Aos poucos começasses a me confortar
E a tua amizade veio suavemente e do jeito
Que naquele momento eu só poderia desejar

E essa amizade surgida num crucial momento
Foi como um recado vindo pra me reanimar
E perdida nos mais lindos e felizes momentos
Através do teu carinho comecei a me levantar

Obrigada Evanir... Hoje me és tão cara
És um presente que a vida me enviou
Por cada palavra lhe serei eternamente grata
És o bálsamo que de muito longe alguém enviou


NOSSO SEGREDO



Como esquecer essa boca que nunca beijei
E o palpitar do teu coração apaixonado?
Tudo em ti foi tão louco, mas foi tudo que desejei
Nessa minha vida de sonhos sempre castrados

Hoje, já não posso dizer que nunca amei
Nem tão pouco que por ti não fui amada
Foste o sonho mais lindo que um dia sonhei
Foste a minha fonte de vida...Viva e tresloucada

Que farei para esquecer a carícia que não veio
E todos os abraços tão cheios de amor?
E na nossa imaginação encontramos um meio
De vivenciar toda a magia desse maravilhoso torpor

Agora eu pergunto ao meu sofrido coração:
Será que não poderei continuar te amando?
Tua voz sedutora continua a cada declaração
Desse louco amor, que eu ainda vivo escutando

E essa distância que nos separava, hoje nos aproxima
Pois tua ausência  mais forte se faz em presença na alma
Me despertando do tédio, invento pra nós uma nova rima
Que no meu silencio embala meu corpo e meu espírito acalma

Tentarei não encontrar razões para ficar me lamentando
Nessa tua ausência que sempre se fez presença...
Muitos mais segredos ainda tenho pra ir te contando
Amando saber que entre nós nunca haverá desavenças

Hoje te sinto muito mais meu do que ontem
Essa certeza me faz de mais nada na vida duvidar
Te tenho só pra mim e nesse novo horizonte
Não haverá ciúmes, dúvidas, nada para nos intrigar

E finalmente... Num amanhã próximo nos encontraremos
E vibraremos ante o final dessa separação prolongada
Nesse gélido abraço nossas almas aqueceremos
Por termos nossas saudades e ansiedades mitigadas

E nesse momento permaneceremos quietos... Calados
Sentindo no sussurro do vento a carícia a nos contagiar
Seremos dois seres inexistentes... E  loucamente apaixonados
Que desejaram desde outra existência, tão somente se amar

E nesse sublime momento de pouca ou quase nenhuma razão
Teremos por fim o que sempre em vida vivíamos a buscar
A maior, mais completa e ousada das formas de emoção
Que foi a de finalmente nossos desejos podermos saciar




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

AINDA SENTIREI


Vejo num olhar embaçado pela dor
A melancolia que me sufoca a alma
Pois eu desistiria da vida, mas não do amor
Que soube me devolver a alegria e a calma

Hoje, nessas tardes de primavera eu penso
Que foi sublime em meu viver teu surgir
Por todo este amor que me deste, tão imenso
Surgiu para mim um novo e lindo porvir

Agora que estamos fortemente separados
Sinto em meu peito um inquietante ai
Ainda assim, sinto o meu corpo abraçado
Nessa tua paixão que de mim não sairá jamais

E não importa o tempo que for passando
Pois o nosso reencontro ele apenas abreviará
Permanecerei te sentindo ao meu lado caminhando
Até alcançarmos o dia que nossas almas irão se abraçar




QUEM?


Uma linda e grande história
Sem receios eu pude viver
E as palavras que guardo na memória
São impossíveis de um dia esquecer

Foram momentos mágicos, alucinados
Que em pouco tempo me fez entender
Que nada mais poderá ser belo e encantado
Como a magia que um dia envolveu eu e você

Desse conto tão lindo... Mesmo virtual
Ficará as lembranças que o tempo retém
E cada um desses momentos foi muito especial
Pois era para nós, um grande amor também

Sei que hoje  a tua distância vai mais além
Do que na verdade, um dia eu poderia supor
Agora, pergunto eu: De nós dois... Quem
Irá lamentar e sofrer a perda desse amor?

TE FOSTE


Por tudo que a vida me negou
Muito pouco na verdade eu chorei
Mas pelo bem maior que me levou
A isso com certeza nunca perdoarei

A velhice não desejada está chegando
E com ela também todo o dissabor
Os frios braços da solidão já estão me cercando
Pois sabe que já não te tenho mais... Meu amor

E me pergunto: o que ainda posso fazer
Pra essa minha dor poder suavizar?
Pois se já não tenho na minha vida teu querer
E bem sei que nunca mais voltarei a amar

Te foste e nem ao menos me  perguntando
Se eu queria sem os teus carinhos ficar
Te foste... Não sei se sorrindo ou chorando
Só sei que te foste... Pra nunca mais voltar