sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Inconstâncias
A dor se petrificou na minha face
Sem condições nenhuma de poder fugir
E mesmo que a tudo eu sepultasse
Meu sofrimento sempre iria existir
E ano após ano,vi não haver outro jeito
Que não fosse essa dor do mundo ocultar
Mesmo sabendo que o que eu trazia no peito
Era grande demais para conseguir explicar
E se tive o gelo estampado em meu rosto
Mais frio ainda se fazia o meu olhar
Mas um dia contra o meu próprio gosto
Vi o iceberg da minha alma descongelar
E na imperfeição do perfeito sentimento
Meu coração aos poucos começou a mudar
Mas a angústia ainda foi meu tormento
E senti já não haver forças para lutar
E percebi que a desventura outra vez chegava
Em muitas vezes minha luta também foi em vão
Da vida outra vez me vi enfim desacreditada
Era esse o preço da minha fragilizada ilusão
Mas sabemos que na vida nem tudo é perfeito
Uns nascem para serem felizes,outros ao contrário
E se para mim restaram apenas as mágoas no peito
Pois que seja este então o desfiar do meu rosário
Que importa que eu ainda viva de lembranças
E que seja esta a minha grande e humana razão
De saber que sempre conservei a esperança
De que um dia foi meu realmente, teu coração
E que hoje ao me olhar num espelho
Ainda vejo no recõndito do meu olhar
O que foi da minha vida o grande desvelo
E apesar de tudo ainda me é bom relembrar
E me entristeço é quando ainda percebo
Que não relutei quando a vida por mim passou
Pois se não me deixei ser feliz foi por medo
Medo de quem sofreu por ter acreditado no amor
Mas ainda me restam as lembranças e as saudades
De tudo quanto vivi e também deixei de viver
Bem sei que foi pelas incosntâncias da mocidade
Que muito do que eu desejei,vi no tempo se perder
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