segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Aflorando
Agora, já tendo a alma quase morta
Suspiro perdida em meio aos sonhos
Buscando por algo que já nem importa
Pois as vezes me perco no que componho
É que são versos sem brilho e tristes
Onde a saudade do nada também fascina
E a minha tristeza, quieta ainda resiste
E vai calma aflorando em meio a surdina
E o meu coração se angustia desconsolado
E diante do meu mundo perdido apenas chora
E sinto como é grande dor dos desesperados
Que apenas por um pouco de amor ainda implora
Bem sei que já tive jovens meu corpo e mente
E que em minha existência já houve muitas flores
Mas sei também que foi por meio de muita gente
Que fui sentindo aos poucos as primeiras dores
Primeiro entristeci-me com a cruel desilusão
Que abraçou-me de um modo frio e sorrateiro
Depois alojou-se em min a miserável solidão
Que tem me acompanhado pela minha vida inteira
E hoje os muitos respingos de tristezas
Que ensombreia sem dó a minha alma
Tirou de mim toda e qualquer firmeza
Que por ventura sustinha a minha calma
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