domingo, 29 de maio de 2016

JÁ NÃO HÁ NADA


Quantas vezes olhando para dentro de mim
Percebi quase inerte que muito pouco ganhei
Embora eu pressentisse que quase todo fim
Nunca tenha sido porque um dia me acomodei

A vida sempre brincou comigo com crueldade
E tenho a certeza que nada fiz para tal, merecer
Meu sorriso inocente e leve manchou na maldade
De muitos que eu pensava realmente conhecer

Fui traída de modo covarde pelo meu destino
A amargura muito cedo em mim aportou
Em minha inocência fui atirada ao desatino
E nem mesmo você... Desses tantos, escapou

Os anos que passaram muito pouco trouxe de meu
E mesmo sendo tão pouco a quase nada tive direito
Até parece mentira que nada houve nesse apogeu
Que um dia sonhei para mim de modo quase perfeito

E hoje, mais nada apetece esse coração que tanto se feriu
As poucas rosas oferecidas tinham espinhos em demasia
Muito sofri diante do que a vida inclemente me exigiu
Meus sonhos foram castrados... Roubaram a minha alegria

Já não há nada sem sombras a me visitar... E nesse amargor
Confesso que quase nada esperei da vida ou mesmo de alguém
Pois fui cercada de maneira fria pela covardia e pelo desamor
E agora eu sinto na pele que felicidade pra mim ficou mais além




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