quarta-feira, 31 de julho de 2013

AO SOM DO VENTO


O dia amanheceu ensolarado... Uma brisa suave traz consigo uma frieza que destoa da real paisagem. Não há a beleza costumeira após dias nublados ou chuvosos. Relanceio o olhar na tentativa de vislumbrar o que está faltando para dar uma alegria legítima a esse dia, mas não encontro.
Busco no brilho intenso do sol, mas é em vão... Os galhos das árvores bailam ao som do vento que as vezes está ameno,  em outros momentos  menos suave.
De repente  em minha mente sinto como o surgir de uma centelha... A sensação de gelidez está na minha alma e não e não na visão deslumbrante que se descortina ante o meu olhar.
A tristeza que se acomoda em mim é apenas o reflexo do que me vai na alma, pois já não encontro brilho nem cor a me saudar, mas o que vejo na realidade e tão somente é a alma que transborda de solidão num grito calado,  grito este, sufocado por tudo que me cerca... Por todos que estão ao meu redor.
Como libertar-me desse grilhão se é dele que tenho tirado vida para viver, se é desse sofrer que tento desesperadamente alçar voo em busca do teu eu, mesmo sabendo ser em vão...
Te foste, deixando em mim essa louca esperança de que minha espera tarda mas se concretizará, que ainda verei tua face a me sorrir, teus olhos a questionar-me o porquê de nunca termos ido mais além.
Como questionar-me se te foste mais além... Bem mais além, sem sequer despedir-se de mim. E eu aqui continuo te vendo nas mínimas coisas e te buscando dentro dessa minha imaginação que teima em dizer que estás chegando mas que eu nunca vejo isto acontecer.
Quem dera, que no momento de fechar os olhos numa derradeira vez ainda conseguisse ver a tua imagem saindo do meu pensamento e tomar forma diante de mim a dizer-me: - Estou aqui... Voltei...
Mas não... O que verei acontecer será eu lentamente me aproximando de ti e dizer: - Cheguei e não mais nos separaremos. te foste de mim, mas consegui chegar a ti... E vibraremos por este momento triunfante e eterno.

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