quarta-feira, 12 de outubro de 2016
A ÁGUIA
Quanto fascínio há nesta bela imagem
A imponência se contradiz com a natureza
Que por vezes se mostra calma numa visagem
Mas que em qualquer situação mostra sua beleza
Até me lembra, em seu porte altivo e destemido
Um homem de semblante concentrado e até sonhador
Pois homem e animal me parece até meio sem sentido
Mas se observarmos bem, a ave encanta o seu admirador
Em seu voo tão livre, impondo respeito e admiração
Nos mostra que nem sempre o homem é o dominador
E mesmo quando chegado seu momento de transformação
Renascerá mais altiva após meses de mutilação e grande dor
Mas ela ressurgirá mais bela e bem mais imponente
E nada se compara a sua capacidade de auto regeneração
Sua existência mostra garra e seu porte sempre veemente
Nos obriga a reconhecer essa força que nos causa admiração
DESFAZENDO SONHOS NOBRES
Eu queria muito na vida poder realizar
Os muitos e simples sonhos que sonhei
Porém o que mais me deixa frustrada
É saber que nada disso eu conseguirei
Apenas verei o tempo por mim passando
Minhas frustrações do mundo ocultando
E mesmo assim, prosseguirei sonhando
Pois só por meus sonhos ainda esperarei
Se olho ao meu redor e o mundo em geral
Verei mais motivos pra chorar do que sorrir
São tantos gestos de maldades e indiferenças
Que se eu dissesse o contrário estaria a mentir
São tantas crianças a chorar a falta de amor
Tantos adultos tentando esconder a sua dor
E no meio de tanto sofrimento e desamor
Só me resta nessa vida continuar a fingir
Fingir que o pouco que consigo fazer me satisfaz
Pois do contrário seria mesmo enlouquecedor
Há tantos de mãos estendidas, não apenas por pão
Mas sobretudo pela carência dessa falta de amor
"Amai-vos uns aos outros como Eu vos tenho amado"
Esse foi um dos maiores ensinamentos a nós chegado
Mas receio que poucos atentam para este anunciado
E assim morremos por dentro, sucumbindo a essa dor
Dor que machuca quem ainda consegue ao menos sentir.
E clamando por amor vai prosseguindo a humanidade
E o egoísmo ainda fala mais alto, e as vezes até cabisbaixo
E mesmo assim não vence a nossa ânsia de solidariedade
Até quando sremos obrigados a presenciar de modo forte
A indiferença e rudeza de palavras ferinas e gestos torpes
Arrancando lágrimas, desfazendo sonhos puros e nobres
E que nada nunca nos impeça de sufocar sem dó essa maldade
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